sexta-feira, 30 de maio de 2008

Consórcio português em vias de cumprir com os prazos


Actualmente encontra se já concluído cerca de 59% do projecto da ponte sobre o Rio Zambeze, entre Caia, na província de Sofala, e Chimuara, na província da Zambézia, do lado Norte. As obras iniciaram em Agosto de 2007 e o seu termino estima-se que posa acontecer em Março do próximo ano.
De acordo com o director do projecto de construção da Ponte rodoviária sobre o Rio Zambeze, eng.º Elias Paulo, alguns obstáculos registados devido às cheias que assolaram a região do vale do Zambeze nos finais do ano passado e que ditaram a erosão dos solos em volta das ensecadeiras e dificuldades de acostagem de embarcações, não foram suficientes para ditar a paralisação das obras em curso, como também não irão comprometer os prazos estipulados para a finalização das mesmas, que se estima para Março do próximo ano. Segundo o eng.º Elias Paulo, desde do ano 2007 em que começaram as obras daquela infra-estruturas de grande impacto sócio económico para o Moçambique pois ao fim de 33 de anos de Independência ainda não há comunicação rodoviária continua entre o Centro e o Norte do país, o consorcio português Motangil/ Soares da Costa já conseguiu montar pelo menos 10 tabuleiros de um total de 19 previsto. Recentemente teve inicio o processo de montagem de um tabuleiro na parte principal da ponte, sobre o rio.


Até aí os tabuleiros que foram sendo montados dizem respeito aos acessos em terra. A fonte disse ainda ao «Canal de Moçambique/Zambeze» que o consórcio irá honrar com os compromissos assumidos em termos de prazos, etc.. Quando concluída, a Ponte sobre o Rio Zambeze, terá um cumprimento de 2,7 km de extensão. Vai ligar a sul, a sede do distrito de Caia, na província de Sofala, à localidade de Chimuara, no distrito de Mopeia, já a Norte, na Zambézia. Actualmente, o projecto da construção da Ponte sobre Zambeze emprega 375 trabalhadores, dentre os quais, 318 moçambicanos que trabalham diariamente divididos em três turnos.

Impacto das obras na vida das comunidades local
Para o administrador do distrito de Caia, José Cuela, um dos impactos positivos que as obras da Ponte sobre Zambeze tem trazido à vida da população daquele distrito está relacionado com a oferta de emprego aos locais. São exemplos os casos dos cidadãos Lauchane Onofre, Carlitos António, Calos Waite (serralheiros), Carlos Joaquim (carpinteiro), todos eles naturais de Caia, que se manifestaram regozijados quando abordados pelo «Canal de Moçambique /Zambeze».
Disseram-nos todos eles que se encontram empregados naquelas obras desde 2007, altura que arrancou a construção da ponte. Estes nossos interlocutores disseram-nos que já antes tinham estado envolvidos em obras de edificação de pontes, a trabalhar para os empreiteiros Ceta e Grinneker, respectivamente. Enquanto isso, Manuel Novaes de Sousa, de nacionalidade portuguesa e chefe da secção de montagem de tabuleiros, entrevistado pelo Canal de Moçambique/Zambeze disse-se emocionado com o ritmo de trabalho das obras e com a qualidade da prestação de serviço da massa laboral moçambicana contrastada para este empreendimento. Frisou que a maioria dos moçambicanos envolvidos nas obras tem demonstrado sempre muita vontade de aprender mais e ganhar experiência. Para de Sousa, a Ponte sobre Zambeze é até agora a maior obra em que ele próprio esteve envolvido. Diz já ter estado envolvido em obras, quer na Europa quer em África. Daí que para ele e os restantes colegas envolvidos “constitui um facto histórico nas nossas vidas”.
Um outro impacto positivo que as obras da PZ estão a trazer para o distrito de Caia esta relacionado com o aumento de poder de compra que se reflecte no desenvolvimento de outros sectores quer em Caia, onde está o principal estaleiro das obras, quer em Chimuara. Foi-nos dito que a construção da Ponte fez com que naquela região do Vale de Zambeze passasse a haver maior circulação de moeda, e o facto esteja a contribuir para um mais rápido desenvolvimento daquele distrito. Sabe ainda que nos últimos tempos o distrito de Caia tem sido visitado por turistas e investidores nacionais e estrangeiros. Os turistas que tem escalado aquele ponto do Pais para se inteirarem do estágio em que se encontram as obras da Ponte e apreciar a imponência dos trabalhos e da obra de arte em construção.
Também há entre eles quem ali vá com o fito de analisar se já terá chegado a oportunidade de iniciar negócios nomeadamente nas áreas de comércio, turismo e serviços. Caia, esta localizados a 400 km da cidade da Beira e estima-se que se possa transformar um dia num importante entreposto entre o Norte e o Centro-Norte do País pois por ali passará todo o comércio entre regiões dado que se situa na Estrada Nacional n.º1 (EN1) eixo rodoviário que ligará integralmente em breve, a capital do País e os acessos à África do Sul, a Pemba, com a possibilidade ainda de por essa via se estabelecer a ligação com a República Unida da Tanzânia.

Fonte: canal de Mocambique (Francisco Esteves)

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Reassentamento em Sofala: Governo pondera rescisão de contratos - recomenda a IX sessão ordinária

APESAR do programa de construção de nove mil casas nos centros de reassentamento existentes nos distritos do Búzi, Caia, Chemba e Marromeu considerar-se adiantado, o Governo provincial de Sofala está a estudar a possibilidade de rescindir contratos com algumas organizações parceiras neste processo por não estarem a honrar com o estabelecido nos contratos rubricados para o efeito. Segundo concluiu a IX sessão ordinária do excutivo local realizada ontem, alguns parceiros mostram sinais de incompetência em relação à construção de casas pelo que dentro dos próximos dias poderão conhecer o destino em relação ao processo.

O director provincial do Comércio e Indústria e porta-voz do encontro, José Ferreira, explicou que neste momento nota-se um grande desenvolvimento na construção de casas nos centros de reassentamento, tendo já sido concluídas 225, enquanto outras 526 estão na fase de construção. Para acelerar este processo a fonte disse que o Governo já alocou em todos os locais um total de 40 toneladas de cimento entre outros materiais necessários.



“Realmente verificámos que o trabalho está a decorrer a contento mas há alguns parceiros nossos que estão a demonstrar certa incapacidade na aceleração da construção das casas, e o Governo decidiu estudar caso a caso para tomar uma decisão final sobre com quem deve rescindir, contratos já rubricados”, explicou.
Apontou o exemplo da Caritas da Suíça que já se retirou tendo entrado a CEDES, organismo que Ferreira considerou estar a demonstrar de forma gritante a referida incapacidade neste processo.

Até ao final do corrente ano, segundo a fonte, deverão estar concluídas 1300 casas em todos os centros existentes.
Outro aspecto também aflorado refere-se aos centros de reassentamento de Amambos e Chiburiburi, no distrito de Marromeu concretamente sobre a necessidade das escolas ali existentes serem fundidas e possuírem uma única direcção para permitir melhor controlo. Também foi observada a necessidade da direcção provincial das Obras Públicas e Habitação intervir urgentemente na substituição do actual sistema de abastecimento de água através de motobombas por painéis solares, por se ter constatado que o primeiro é insuportável dados os custos do combustível.

A nona sessão ordinária do governo provincial de Sofala teve outros quatro pontos, nomeadamente sobre as actividades da delegação local da Ciência e Tecnolgia, preparativos da constituição do fórum de concertação social a nível da província, apresentação dos termos de referência para a construção do monumento em memória do falecido Presidente Samora Machel e a gestão da aparelhagem musical recentemente adquirida pelo Governo entregue à Casa da Cultura.

Fonte: Jornal Notícias

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"A xenofobia na África do Sul pode espalhar-se pelo mundo", António Guterres

A onda de xenofobia registada na África do Sul é uma demonstração de que “a intolerância provocada pela pobreza estendesse e se agrava no mundo”, afirmou ontem o alto-comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres.

Os graves ataques xenófobos registados há uma semana em Joanesburgo e nos seus arredores, contra os imigrantes de outros países africanos, principalmente do vizinho Zimbabwe, provocaram pelo menos 24 mortes, além de milhares de deslocados. Guterres advertiu que situações como essa podem repetir se “em qualquer lugar e momento, em países industrializados ou em desenvolvimento” e defendeu que a maneira mais eficaz de a evitar é “criar condições de vida melhores para os pobres”. Como medidas mais imediatas, ressaltou a urgência de atender as vítimas dos ataques e também melhorar a capacidade da polícia e da Justiça para responder a situações deste tipo. Além disso, defendeu a necessidade de que as autoridades e as organizações da sociedade civil se unam numa campanha para a promoção da tolerância na África do Sul.



Aos jornalistas, o alto-comissário disse que, nos últimos anos, vem sendo consolidada a tendência de diminuição no número de refugiados, enquanto o de deslocados internos cresce. Embora os conflitos armados continuem a ser uma das principais razões para que as pessoas abandonem os seus lares, Guterres disse que a pobreza extrema e a mudança climática transformaram/se em outras grandes causas da movimentação da população. “A combinação desses três factores está a provocar o desgaste da tolerância dentro das comunidades e entre elas. Isso é o que está a acontecer na África do Sul”, concluiu. No entanto, o responsável do ACNUR - a maior agência humanitária das Nações Unidas - esclareceu que este “é um problema mundial”.

Diante do surgimento da pobreza e da degradação do meio ambiente como causa de deslocamentos, Guterres disse que a comunidade internacional precisa de desenvolver “novos instrumentos jurídicos” que abranjam esses problemas. Ele afirmou ainda que um mecanismo que pudesse oferecer protecção temporária a uma pessoa ao contrário de uma protecção a longo prazo, como a que é vista para esses refugiados poderia ser uma alternativa válida.

Fonte:Jornal de Angola

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quinta-feira, 29 de maio de 2008

Xenofobia na África do Sul : Mais mil moçambicanos voltaram ontem ao país


APROXIMADAMENTE mil moçambicanos desembarcaram nos princípios da noite de ontem na estação dos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) em Maputo, fugindo à fúria da violência xenófoba que diariamente vai tomando contornos alarmantes e incontroláveis na vizinha África do Sul. Este número vem engrossar o de milhares de compatriotas que desembarcaram durante toda a semana passada, grande parte dos quais sem nenhum bem, em virtude de lhes terem sido queimados e pilhados todos os seus haveres.

Passava pouco das 16.30 horas quando o comboio sul-africano Interpax chegou à estação central dos CFM, transportando moçambicanos que se encontravam em 18 carruagens. Ainda na noite de ontem, aquela gente foi transportada em 12 autocarros para o posto montado na Fábrica de Refeições, onde tomou uma refeição quente, tendo de imediato iniciado o processo de transferência para os seus locais de origem. Grande parte das pessoas é provenientes da cidade e províncias de Maputo, bem como de Gaza.
A triagem feita até a noite de ontem, pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), dava conta de estarem presentes ainda pessoas das províncias de Inhambane, Sofala, Manica e Zambézia.



Entretanto, não se descarta a possibilidade de estarem presentes pessoas de outras nacionalidades, tendo em conta que o processo de recolha de dados não tem seguido um critério fiel, uma vez tratar-se de gente que se encontra em condições difíceis e delicadas. Dos estrangeiros pensa-se que haja um grande números de zimbabweanos.
Destacada para o local, a Polícia da República de Moçambique (PRM) procurava, a todo o custo, controlar a movimentação dos recém-chegados, ao mesmo tempo que os advertia sobre o risco de se afastarem do cordão criado para encaminhá-los aos respectivos autocarros. É que àquela hora e no meio daquela agitação, os amigos do alheio e outros oportunistas preparavam-se para, assim que surgisse uma oportunidade, apoderarem-se e ou surripiar os parcos bens dos mais incautos, sobretudo de pessoas que há muitos anos não vinham a Moçambique, e portanto, não conhecem a realidade do país.

Com as faces carregadas de tristeza, alguns em pranto, traduzem o futuro incerto que, de noite para dia, tomou conta desta gente que largos anos esteve a trabalhar na “terra do rand”, contribuindo para o desenvolvimento da África do Sul, e que sem uma explicação plausível, segundo contaram ao nosso Jornal, foram obrigados a abandonar aquele país.
Com efeito, os poucos que conseguiram trazer algo, isso não representa, conforme dizem, metade daquilo que foram os anos de trabalho e sacrifícios na África do Sul, com muitas poupanças à mistura, para o dia da reforma. Obrigados a sair daquele país em debandada, os relatos trazidos pelos compatriotas moçambicanos são simplesmente tristes, mais ainda quando se sabe que o número de mortos tende a elevar-se à medida que o caos e a crueldade contra os imigrantes, sobretudo moçambicanos, vão tomando proporções alarmantes em toda a África do Sul.

Há casos de pessoas que praticamente fizeram toda a vida na “terra do rand”, fizeram filhos e os educaram lá. Têm identidade sul-africana e investiram todo o seu conhecimento e os seus bens naquele país. São estes filhos que de repente se vêem confrontados com uma nova realidade, que é a de chegar a Moçambique acompanhados pelos pais que, apesar de serem naturais daqui, já não têm nenhuma referência deste país, daí não saberem para onde ir, porque saíram daqui ainda jovens e não mais tinham voltado.

Para aqueles que não sabem para onde se dirigir e que ainda não conseguiram contactar os seus familiares, o INGC criou um centro de acomodação na zona de Beluluane, onde montou mais de 70 tendas e estão destacadas equipa da Cruz Vermelha de Moçambique para ajudarem a monitorar a situação e debelar possíveis casos de doenças.

Fonte: Francisco Manjate

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Barragem de Massingir: Ruptura de comporta faz recear inundações


POPULAÇÕES de nove povoações ao longo do rio Limpopo receberam ontem ordem de evacuação, devido à ameaça de inundações em resultado de uma ruptura na saída da conduta que alimentaria a central hidroeléctrica (ainda não instalada) na Barragem de Massingir, libertando um caudal de mil metros cúbicos de água por segundo.

A directora-geral da Administração Regional de Águas do Sul (ARA-Sul), Olinda de Sousa, disse à nossa Reportagem que os caudais altos e incontroláveis começaram a ser libertados por volta das 15.00 horas de ontem, altura em que se verificou a avaria, e a população ribeirinha foi alertada sobre o perigo para as pessoas e bens que eventualmente estejam nas margens.
A referida conduta, segundo a nossa fonte, estava selada, não se sabendo em que condições se terá rompido.
A nossa fonte disse que as povoações que receberam ordens para evacuação são, nomeadamente, as de Chihaquelane, Conhane, Chiguidela, Chalucuane, Marambajane, Mahlavene, Mapapa, Zuza-Muianga, Chinangue, Sangene, Thothoy, Maniquinique, Khumbane, Languene, Chilaule, Zikhay, Mangonhane, Mahielane, Madoca, Nguava, Massangue e Tico. A cidade de Chókwè e a sede do posto de Macaretane foram colocadas em alerta máximo, devido à probabilidade de as águas galgarem as margens.


“As povoações que estão junto ao rio têm que ser evacuadas”, alertou Olinda de Sousa, quando contactada telefonicamente pela nossa Reportagem, depois de termos recebido informações dando conta de que a população de Chókwè tinha que ser evacuada.
A directora da ARA-Sul deu conta que a barragem estava ontem à cota 122 metros, contra 115 que se atingia antes da recente reabilitação da barragem.
A nossa fonte admitiu que a ruptura pode ter sido ocasionada pela pressão da albufeira, uma vez que aquela infra-estrutura nunca teve tanta quantidade de água como é possível armazenar neste momento. Apenas nas cheias de 2000 é que a albufeira teve água até à cota 124 metros.
Segundo indicou, a componente que registou a avaria não chegou a ser abrangida pela recente reabilitação.
Uma equipa da ARA-Sul deslocou-se ainda ontem para Massingir, para de perto avaliar a situação e encontrar soluções.

Em resultado dos caudais libertados pela barragem de Massingir, o rio Limpopo estará a transportar neste momento perto de três mil metros cúbicos por segundo, considerado excessivo para as condições de encaixe do respectivo leito.
A administração do distrito do Chókwè reuniu-se de emergência ao final da tarde de ontem para analisar e tomar medidas face à informação recebida da ARA-Sul.
Agostinho Faquir, administrador distrital, disse que a sua equipa estava ainda a fazer o levantamento de possíveis áreas que podem ser afectadas, incluindo o número da população nas zonas mencionadas.

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Dominguez eleito melhor jogador na África do Sul

O JOVEM futebolista internacional moçambicano Dominguez foi ontem eleito “Melhor Jogador do Ano” na África do Sul, no final de uma renhida votação pública em que estiveram envolvidos outros grandes nomes a evoluir na primeira liga sul-africana.


Dominguez, que hoje deve seguir viagem ao Gana, a fim de se juntar aos seus colegas dos “Mambas” no estágio antes do desafio do próximo domingo, na Costa do Marfim, acabou tendo uma excelente temporada, pois, para além desta eleição, cujo prémio é de 150 mil randes, foi campeão sul-africano pelo Supersport.

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quarta-feira, 28 de maio de 2008

“Caso Albano Silva” : Juiz denuncia manobras para difamá-lo na Imprensa



UM artigo encomendado está sendo preparado por um jornalista da praça por forma a atacar o juiz Dimas Marrôa, que conduz o julgamento do “caso Albano Silva”, nas instalações do Comando da Polícia da República de Moçambique (PRM), Cidade de Maputo. Esta informação foi denunciada ontem, pelo próprio, no início de mais uma sessão de audiência, que conheceu um atraso de 40 minutos devido a chegada tardia de alguns dos intervenientes processuais.

Segundo Dimas Marrôa, que fez este pronunciamento visivelmente agastado com a situação, o referido artigo foi encomendado, devendo, para o efeito, ser usado um preso, que por sinal passou pelo tribunal nesta fase de audiência dos declarantes. Indignado com a encomenda, o juiz foi mais cauteloso ao falar da situação, não tendo revelado o nome do jornalista, o Jornal e muito menos o alcance de tal encomenda.


“Não sei como é que as pessoas podem viver assim. Brincando com o nome dos outros, escrevendo coisas desabonatórias. Para aqueles que me conhecem, sabem que sempre vive do meu suor. Através do futebol consegui custear os meus estudos. Consegui comprar material escolar para me formar. Nos anos 86/87 levava à cabeça quase sempre, sacos de milho, atravessava a cidade toda para a dar a moageira. Tudo isso para poder ter como me sustentar e garantir a minha formação. Sempre vive assim, do meu suor. Portanto, podem escrever o que quiser que não vou me abalar por isso. Irei até ao fim deste julgamento, e nada irá me fazer mudar de ideia e impedir a minha actividade” – disse o juiz.


Entretanto, António Frangoulis, ex-director da Polícia de Investigação Criminal (PIC), que ontem voltou a ser ouvido em tribunal numa acareação com o réu Fernando Magno, disse estar apreensivo porque desde que prestou as primeiras declarações, semana passada, alguma Imprensa, de forma pretensiosa e dolorosamente, tem estado a deturpar o sentido dos seus depoimentos.
Para ele, o que vem sendo reportado são factos comprometedores a sua pessoa, razão pela qual pediu para que se mudasse o comportamento e se optasse por uma redacção tal como os factos são relatados. Também, não revelou os órgãos que eventualmente estariam por detrás dessa situação.

Ainda ontem, o tribunal ouviu Alberto Aucone, ex-Comandante Provincial da PRM em Maputo, e Paulo Wane, ex-membro da PRM. O primeiro negou que nalgum momento tenha estado envolvido nas investigações do “caso Cardoso”. Também, segundo ele, nunca instruiu a nenhum dos co-réus a mudar de depoimento, colaborando para incriminar cada vez mais Nini Satar.
O ex-comandante da PRM em Maputo refutou informações segundo as quais e a pedido de Nini, teria, eventualmente, participado com Paulo Daniel (Danger Men) na cobrança de dívidas no Bazar Central e no Centro Social da Comunidade Maometana em Maputo.
Paulo Wane negou ter servido de intermediário entre Albano Silva, na altura seu advogado, e o preso Marcial Muthemba, quando os dois se encontravam na BO.

Quem também tomou a palavra ontem foi Anibalzinho. O réu anunciou em tribunal que a partir daquela data não mais pretendia falar porque recebeu uma mensagem para se manter calado.
“Recebi uma informação para não falar mais se não serei morto. Muita gente não está a gostar do que tenho estado a revelar. Isso foi-me transmitido pelos polícias na minha cela. Portanto, aquilo que disse está dito, não falo mais” – disse.

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Angústia e desolação no regresso forçado à casa



DESOLAÇÃO, frustração à mistura, com alguma esperança pelo futuro foi o cenário que sexta-feira caracterizou a chegada do segundo grupo de cerca de 600 moçambicanos a Xai-Xai com destino às províncias de Gaza, Inhambane e Sofala, fugidos dos actos de xenefobia protagonizados por cidadãos sul-africanos contra os nossos compatriotas na vizinha África do Sul, totalizando assim pouco mais de 1300 forçados a deixar a pátria de Mandela.

Nas instalações da ex-empresa Camionagem de Moçambique, local actualmente usado por uma companhia sul-africana de transporte de passageiros, aguardava os nossos concidadãos, para além de dezenas de pessoas entre amigos e familiares, uma equipa multi-sectorial destacada pelo Governo de Gaza para a recepção daquelas vítimas.

“Perdi tudo, queimaram todos os meus bens, resultantes de mais de 10 anos de trabalho e muito sacrifício na África do Sul. Destruíram a minha casa, o que se viu foi um autêntico vandalismo e selvajaria, e tudo isso sob o olhar cúmplice das autoridades policiais, que estiveram no local só para fingir que estavam a fazer algo,” começou por nos dizer Adélia Jaime, a saída do autocarro que a transportava para Vilankulo.

Adélia Jaime, decidiu imigrar para aquele país vizinho, tendo se fixado até então em Nelspriut, segundo ela, movida pelo desejo de tentar melhorar a sua vida.
“Somos vítimas de perseguição simplesmente porque gostamos de trabalhar, contrariamente ao que acontece com muitos sul-africanos que são pela vida fácil, mas Deus é Pai e um dia a justiça será feita”, disse a nossa entrevistada.




Gabriel Mabasso, é outra vítima por nós contactada no local da recepção dos moçambicanos em Xai-Xai, em serviço nas terras do “ rand” desde 2001, aonde se deslocou para trabalhar na área de construção civil.
Mabasso, que fazia uma escala, para posteriormente se deslocar a Mavengane, distrito de Manjacaze, sua terra-natal, era proveniente de uma das zonas periféricas de Joanesburgo.
“Fui invadido por uma verdadeira multidão de pessoas munidas de armas brancas. Ali feriram, e mataram impiedosamente muita gente. A crueldade que pude ler nos olhos daquela gente deixou-me muito admirado, porque é simplesmente incompreensível que nos maltratem daquela maneira depois de tantos sacrifícios por nós consentidos quando estavam sob o jugo dos racistas sul-africanos.

Alguém tem que dar uma explicação mais convincente da razão de tanta apatia que se nota particularmente no seio das autoridades. Parece tudo combinado entre a Polícia e os protagonistas dos massacres”, desabafou Mabasso.
A mesma opinião foi, aliás, partilhada por Filipe Machava, há 14 anos em Benon, que viajava com destino ao distrito de Machanga, na província de Sofala, depois de ter sido despojado de todos os seus bens.
“Regresso à minha terra para reflectir sobre o meu futuro, mas o mais certo é que devo voltar para a África do Sul, porque é onde construi algo com que possa levar uma vida minimamente decente.

Sinto que recomeçar a vida aqui pode ser muito difícil, porque o nosso país ainda é desprovido de muitas condições para albergar condignamente os seus compatriotas. Quando as coisas acalmarem voltarei”, assegurou-nos Machava.

A secretária permanente provincial de Gaza, Ana da Graça Simione, garantiu-nos que o processo de encaminhamento dos moçambicanos está a decorrer sem sobressaltos, tendo sido criado um centro de trânsito para assistência imediata em caso de possíveis necessidades primárias.
Através do Instituto de Gestão de Calamidades, estão sendo colocados à disposição dos regressados alimentos e transporte para as zonas de origem dos regressados da África do Sul.
“ Felizmente, apesar de toda a dor e luto que se vive, nota-se nas pessoas uma forte vontade de se refazerem do drama. Não percebi em nenhum momento neles nenhum sentimento de retaliação, não obstante o espírito de revolta e frustração que estes vivem”, explicou Simione.


VIRGÍLIO BAMBO


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Moçambique: Liga dos Direitos Humanos exige punição severa a xenófobos na África do Sul


A Liga dos Direitos Humanos (LDH) de Moçambique repudiou hoje a violência xenófoba contra imigrantes na África do Sul e apelou ao governo sul-africano para punir «severamente» os responsáveis pela violência que já matou oito moçambicanos. «Os moçambicanos estão cansados de ser humilhados e extorquidos os seus bens quando cruzam a fronteira com a África do Sul, sabendo que o inverso não acontece aos milhares de sul-africanos que entram em Moçambique no Verão e feriados para se divertirem nas praias moçambicanas, vezes sem conta, cometendo excessos e desmandos», acusa a LDH.

Numa nota enviada quarta-feira ao Alto-Comissariado da África do Sul em Moçambique, assinada pela presidente da LDH, Alice Mabota, aquela instituição de defesa dos direitos humanos afirma estar a acompanhar «com indignação« o caso de ataque a cidadãos estrangeiros residentes naquele país africano, especialmente moçambicanos.

A LDH lembra que «diversos casos de racismo já foram perpetrados por cidadãos nas praias moçambicanas e jamais cidadãos de Moçambique pautaram-se por comportamentos semelhantes» de violência física. Aquela organização afirma ainda que as imagens de «horror, vandalismo e terror» que continuam a ser transmitidas pelos meios de comunicação dão a entender que «as zonas atingidas são do conhecimento das autoridades sul-africanas e que os perpetradores actuam em zonas confinadas e facilmente localizáveis».



«Há, por isso, que responsabilizar e punir os infractores« destes ataques que ditaram em dez dias a morte de 24 pessoas, oito das quais de moçambicanos, segundo dados oficiais divulgados pela polícia sul-africana. Dirigindo-se ao Alto-Comissário sul-africano em Maputo, a carta da LDH, a que a Lusa teve hoje acesso, lembra: «Depois da trágica história da morte de moçambicanos na África do Sul, em pleno período pós-apartheid, por agentes que estavam a treinar cães-polícia, utilizando nos seus testes imigrantes encontrados em situação ilegal, não podemos hoje tolerar que mais mortes se repitam, sob o olhar impávido e sereno das autoridades do seu país».

«É momento de o Governo sul-africano olhar para o contributo que o povo moçambicano deu na guerra contra o 'apartheid', sem descurar também o grande contributo que Moçambique dá anualmente no fornecimento da mão-de-obra para as minas e as grandes explorações agrícolas que fazem do país o gigante económico do continente», refere a missiva.
Numa outra carta enviada ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, a LDH elogia os esforços que estão a ser feitos pelas autoridades moçambicanas no sentido de dar assistência às vítimas, mas apela para a realização de um trabalho coordenado com outros Estados da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), cujos cidadãos são vítimas da xenofobia.

«A Liga apela ao governo moçambicano para que conjuntamente com outros países da SADC, cujos cidadãos são também vítimas, não meça esforços para, junto do Governo sul-africano, pôr-se fim a estes actos e responsabilizar-se os seus perpetradores«, diz a carta. «Que o governo accione mecanismos para que os que tiraram a vida aos moçambicanos sejam responsabilizados«, conclui.
Fonte: Diário Digital / Lusa

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China: Sismo causou mais de 51.000 mortos, novo balanço, governo da China, Guo Weimin


O sismo que abalou no passado dia 12 a província de Sichuan, no sudoeste da China, causou mais de 51.000 mortos, segundo um novo balanço anunciado hoje pelo governo chinês.

De acordo com o porta-voz oficial do governo da China, Guo Weimin, o violento abalo causou 51.151 vítimas mortais, 288.431 feridos e 29.328 são ainda dados como desaparecidos.
Perante o cenário de destruição causado pelo sismo, de magnitude 8 na escala de Richter, com milhares de habitações destruídas, as autoridades lançaram um apelo internacional de ajuda porque precisam de pelo menos três milhões de tendas para os desalojados.
Segundo dados oficiais, há cerca de cinco milhões sobreviventes que ficaram sem casa.


Fonte: Diário Digital / Lusa

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terça-feira, 27 de maio de 2008

Morreu pintor Jacob Macambaco


MORREU ontem aos 75 anos, o pintor Jacob Estêvão Macambaco. O artista já não gozava de boa saúde nos últimos tempos, tendo sido evacuado no domingo para o Hospital Central de Maputo. Esta informação sobre a sua morte foi dada por fonte próxima da família.

Sabe-se que nos últimos anos da sua vida, Macambaco vivia numa situação de pobreza extrema.
A residir no bairro do Chamaculo, o pintor chegou a atravessar dificuldades várias de natureza alimentar, para não falar das precárias condições da sua casa que caía aos pedaços.
Jacob Estêvão Macambaco foi um artista que marcou épocas e gerações. É tido como um ícone ao lado de figuras como Naftal Langa, Malangatana, Noel Langa, Shikani e outros.
Macambaco nasceu a 26 de Junho de 1933, na cidade de Xai-Xai, em Gaza. Como tantos outros moçambicanos da sua época, teve a sua infância ligada à pastorícia. Filho de um pastor e de mãe camponesa, depois de concluída a 4ª classe, onde foi tido como um dos melhores alunos em desenho e pintura. Em 1948 rumou à então Lourenço Marques, onde trabalhou como empregado doméstico.


Começa a desenvolver a arte de pintura aos 15 anos. Mais tarde juntou-se a ele o seu irmão Elias Macambaco.
Para ganhar a vida também foi vendendo as suas pinturas, o que lhe conferiu mais visibilidade. Pelas suas qualidades artísticas, chegou a ser seleccionado pelas autoridades coloniais para decorar e expor no pavilhão de Moçambique e numa feira em Bulawayo, no Zimbabwe. Nessa época o regime colonial português e as autoridades segregacionistas da então Rodésia do Sul mantinham relações económicas e diplomáticas fortes, algo a que queriam adicionar à cultura, explorando trabalhos dos grandes artistas.

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Santuário renova imagem e acolhimento

A IMAGEM e as condições de acolhimento dos peregrinos do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Namaacha, vão mudar para o melhor num futuro muito próximo, estando neste momento a decorrer a reabilitação das infra-estruturas, entre outras inovações.

O facto foi anunciado no domingo passado pelo arcebispo de Arquidiocese de Maputo, Dom Francisco Chimoio, e pelo responsável do património do santuário, Casimiro Pinto, durante as celebrações dos 91 anos das aparições de Nossa Senhora de Fátima na cova de Iria, em Fátima, Portugal.

A pintura geral externa do edifício e a montagem de novos sanitários público para servir aos peregrinos são algumas das beneficiações que já são uma realidade.
“Há um caminho para chegarmos a uma reabilitação completa que naturalmente levará o seu tempo”, disse o arcebispo, que manifestou total satisfação pela aderência em massa, mais uma vez, do povo de Deus.



Os projectos em curso naquele santuário foram detalhados pelo responsável do Património, que explicou à nossa Reportagem que a reabilitação é um benemérito português. Para este mês está marcado o arranque da pintura definitiva.
No espírito de renovar a imagem e as condições do local, será constituída, nos próximos tempos, uma basílica no terreno do santuário. A basílica vai permitir que cerca de cinco mil pessoas estejam sentadas, o que dará um outro ímpeto às orações.
Está projectada também a reabilitação do antigo Instituto João de Deus, que será futura pousada dos peregrinos. Presentemente se está a finalizar pormenores técnicos do projecto.
Para materializar estas iniciativas, segundo nos disse Casimiro Pinto, a arquidiocese conta com apoio internacional e nacional.
Relativamente às cerimónias havidas, Dom Francisco Chimoio afirmou que a mensagem passada ao povo de Deus é de esperança, paz, confiança, solidariedade e, acima de tudo, que encoraja a lutar contra doenças como a SIDA, calamidades naturais e a carestia da vida.
“A mensagem que se transmite neste ano é a mesma dos anos anteriores, mas que tem a particularidade de tomar diversos pontos de vista”, disse.

Nota de destaque nas cerimónias havidas é o facto de se ter coroado a imagem de Nossa Senhora de Fátima como Rainha da Paz e da Família. A coroa foi oferecida pelo Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima de Portugal por ocasião da passagem dos 91 anos das aparições de Nossa Senhora de Fátima.
Acredita-se que a coroação servirá para intensificar ainda mais a devoção mariana dos peregrinos, nomeadamente a devoção do rosário e dos cinco primeiros sábados, em louvor ao imaculado coroação de Maria e em reparação dos pecados cometidos contra o mesmo imaculado coração.


Fonte: Jornal Noticias


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segunda-feira, 26 de maio de 2008

Transporte ferroviário de carga : Crise no Zimbabwe afecta desempenho de Moçambique



A REDUÇÃO das importações de cereais pelo Zimbabwe e a concorrência rodoviária imposta ao tráfego do ferro-crómio sul-africano são dois dos factores que contribuíram para o decréscimo dos volumes globais de carga transportada nos últimos dois anos no sistema ferroviário nacional, segundo indica o mais recente relatório de desempenho produtivo da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM-EP).

O documento, cuja cópia o “Notícias” teve acesso, refere-se ao transporte, em 2007, de 3.822 mil toneladas líquidas, contra 4.002 mil do ano anterior, representando uma redução em cerca de 4,5 por cento. Deste tráfego, 2.988 mil toneladas foram transportadas nas linhas de Goba, Ressano Garcia e do Limpopo, no sistema ferroviário sul, ainda sob gestão daquela empresa pública, e as restantes 833 mil nas linhas dos sistemas ferroviários centro e norte, actualmente sob gestão concessionada.

O volume de carga transportada nas linhas sob gestão dos CFM cresceu em mais 11 mil toneladas líquidas no período em análise, sucesso que não foi suficiente para evitar o incumprimento em perto de metade da meta inicialmente planificada, que previa o transporte de 5.135 mil toneladas líquidas de carga diversa.





Considerando que o tráfego de e para os países do hinterland representa 88,8 por cento do volume total de carga transportada no sistema ferroviário nacional, o impacto da crise no Zimbabwe consta da lista dos indicadores que influenciaram negativamente o desempenho, a par da reduzida disponibilidade de vagões-tanque para o transporte de combustíveis e a concorrência imposta ao transporte ferroviário entre Moçambique e África do Sul, pela disponibilidade de uma estrada com padrões de qualidade e segurança acima da média.

Outros factores apontados no relatório são a dificuldade de alocação, no início deste ano, de vagões para o tráfego de ferro-crómio, a limitada frota de vagões para o transporte de asbestos, a redução do tráfego de enxofre originada pelo fraco controlo destes meios por parte da Zâmbia, bem como a redução da oferta do tráfego de aço e granito por parte da companhia Transnet. Paralelamente, há igualmente a considerar a redução da oferta do tráfego do cimento e carvão, devido ao aumento do consumo interno na África do Sul, acompanhando o “boom” que se regista na indústria de construção civil e a crise ditada pelo aumento do consumo de energia naquele país vizinho.

Na linha de Ressano Garcia, por exemplo, foram transportadas 2.006 mil toneladas líquidas, das quais 1,3 mil são de tráfego nacional e 2.005 internacional, este último que registou um incremento nos volumes de citrinos, trigo, açúcar, carga contentorizada, magnetite, ferro-crómio, soja, cobre, bentonite, adubos, enxofre, combustível e melaço importados. Já na linha do Limpopo, que liga o país ao Zimbabwe, o tráfego internacional registou um aumento dos volumes de ferro-crómio, asbestos, tabaco, carga contentorizada, açúcar e adubos. Na linha de Goba, que liga a Suazilândia ao Porto de Maputo, registou-se uma redução nos volumes de açúcar e cimento transportados.

Relativamente à linha de Machipanda, o relatório faz referência a um decréscimo nos volumes de pedra, açúcar, milho, gesso, carris e klinker transportados no tráfego nacional, e no granito, asbestos, ferro-crómio, aço, klinker, milho, trigo, gasóleo e sebo, no tráfego internacional.
Já na linha do norte, há registo do aumento dos volumes de tabaco em contentores, açúcar, batata, ervilha em contentores, milho, sucata, fertilizantes em contentores, cimento, adubo, klinker, óleo de palma e carga contentorizada, no tráfego internacional.

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Arma e viatura do crime ficaram na posse de Dudu - acusa Anibalzinho na acareação com o co-réu



A ARMA do tipo AKM, de cabo curto, e a viatura de marca City Golf, cor vermelha, instrumentos usados no dia 22 de Novembro de 2000, no crime que viria a ceifar a vida do jornalista Carlos Cardoso e deixando praticamente inválido o seu motorista, Carlos Manjate, ficaram na posse de Osvaldo Razaco Muianga, vulgo Dudu, segundo disse ontem, em tribunal, Aníbal António dos Santos Júnior, tido como o cérebro da quadrilha. Estas declarações, proferidas durante uma acareação entre Anibalzinho e Dudu, contradizem com as que em 2002 foram avançadas por Carlitos Rachide, o homem que, usando a referida arma, disparou à queima-roupa, a partir de uma das janelas do carro conduzido por Anibalzinho, tendo atingido com várias balas o corpo do jornalista, que acabaria por perecer no local.

No julgamento do “caso Cardoso”, havido em 2002, Carlitos Rachide disse que a arma ficará na posse de Anibalzinho, réu que ontem, em mais uma sessão do “caso Albano Silva” e durante uma acareação com Dudu, negou tal facto. Ele disse que os referidos instrumentos ficaram na residência de Dudu, no bairro da Malhangalene, em Maputo.
Anibalzinho disse que a arma era do seu amigo Miguel Chamusse, que mais tarde veio a perder a vida, e que a havia comprado num dos bairros periféricos da cidade de Maputo, não sabendo precisar se foi em Malhazine, Hulene ou Xkhelene.

Aliás, conforme explicou Anibalzinho, Dudu parqueava no seu parque maior parte dos carros roubados não só da sua responsabilidade, assim como vindos da parte de Vasquinho, a quem o descreveu como sendo um grande ladrão de viaturas da capital do país.
Acrescentou que alguns dias depois do crime a viatura foi levada do parque de Dudu e transportada para a vizinha África do Sul, tendo a arma continuado na posse de Dudu que, presumivelmente, a entregou a Vasquinho. Anibalzinho disse acreditar que depois da sua prisão e como forma de se desfazer da arma, Dudu a terá entregue ao Vasquinho.



“Não é verdade que Dudu não sabe de nada quanto à morte de Carlos Cardoso. Sabe e com profundidade tudo o que norteou o assassinato. Logo que conseguimos assassinar Carlos Cardoso liguei para ele. Dudu sabe de muitos segredos meus, pois tudo que fazia reportei-lhe porque confiei nele e tinha muita fé na sua pessoa. Sempre o tratei como irmão. Infelizmente, o dinheiro é que nos tornou inimigos, sobretudo porque havia lhe prometido um carro após o acidente que deixou destruído o seu Mercedez-Benz quando regressávamos de Ressano Garcia, onde fomos escoltar o Miguel Chamusse que ia à África do Sul vender um carro roubado. Portanto, Dudu era que nem um irmão e muitas vezes ficávamos até 2.00/3.00 horas da madrugada e ninguém dormia sem se despedir do outro” – disse Anibalzinho.

No seu contra-ataque, Dudu negou saber de alguma coisa quanto à arma de guerra usada no crime, assim como da viatura City Golf. Para ele, se esta viatura chegou a ser parqueada em sua casa, isso aconteceu sem se aperceber, na medida em que parqueava muitos carros e que nem sempre detinha informações precisas sobre a sua proveniência.
Por outro lado, embora Anibalzinho tenha negado qualquer participação nas reuniões do Hotel Rovuma e que numa delas provavelmente teria lhe sido dito por Ayob Satar para trazer a gravata do advogado Albano Silva ensanguentada, Dudu reiterou a existência de tais encontros e que tal pedido chegou a ser formulado por Ayob a Anibalzinho.

Ainda ontem, o tribunal ouviu na condição de declarante o general da Polícia Nataniel Macamo e um cidadão das relações dos Satar, de nome Sadique Aly. Albano Silva, e a seu pedido, voltou a ser ouvido para contra-atacar as palavras da semana passada proferidas por António Frangoulis, investigador dos casos “Cardoso” e “Albano Silva”.
Fonte: Jornal Noticias

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Baía de Pemba: Avaliação ocorreu ficou a esperança




MICHELL Pauly, a francesa que assume as funções de secretária executiva do Clube das Mais Belas Baías do Mundo, considerou a baía de Pemba como uma dádiva da natureza e o português António Capoulas, afirmou que se tudo dependesse de si, nada mais restaria para que Pemba fosse admitida ao grupo que junta os mais lindos litorais do planeta e que, por causa de Setúbal, Portugal faz parte.

Essas duas personalidades, na companhia do outro português, Joaquim Ferreira, integram a equipa do Clube das Mais Belas Baías do Mundo, que já se encontra em Pemba para avaliação dos requisitos de que dispõem na perspectiva da sua admissão àquela grandiosa e prestigiada organização, para cuja admissão, a baía moçambicana submeteu a respectiva candidatura em Outubro do ano passado, no decurso do quarto congresso da agremiação, que teve lugar, na praia do Rosa, Estado da Santa Catarina, no Brasil.

Michell Pauly falava num jantar oferecido aos visitantes, tendo acrescentado que pelo que ali tinha visto, nada a impedia de afirmar que estava perante uma dádiva da natureza.
Passavam escassas horas depois da comitiva ter observado a baía, em viagem que a levou a outro extremo da mesma, na região de Londo, onde se encontra instalada uma estância turística de luxo construída sem aparentemente criar danos assinaláveis à natureza.

António Capoulas, por seu turno comentou nos termos acima descritos, depois de na manhã de ontem, domingo, a comitiva ter sobrevoado a totalidade da baía para, a partir do espaço contemplar o que a natureza fez e mais tarde tomou o nome de Pemba.



O governador provincial, Eliseu Machava espera com impaciência o veredito, na certeza de que a passagem de Pemba ao Clube das Mais Belas Baías do Mundo pode vir a contribuir para a preservação e conservação da própria capital provincial, bem cmo ajudar nos esforços empreendidos pelo Governo na luta contra pobreza.
Durante toda a tarde de ontem, os visitantes foram postos a assistir a outra componente que faz parte dos requisitos exigidos para que determinada baía seja ou não elegível para aquele grupo, nomeadamente preservação e diversidade culturais.

Para tanto, desfilaram pelo palco propositadamente montado no “coração” da praia do Wimbe, danças tardicionais de Cabo Delgado de diferenets proveniências mas que acabaram transformando a própria capital provincial, num concerto que terminaria noite adentro.
O concerto teve lugar depois de um desfile ter percorrido cerca de três quilómetros, do aeroporto à praia do Wimbe, de uma moldura humana que ao desaguar no local previamente definido ofereceu aos visitantes símbolos da cidade de Pemba, feitos em escultura, bem como o mapa contendo as bandeiras dos países cujas baías fazem parte do Clube das Mais Belas.

Por norma, as reuniões do género só podem ter lugar num país que tenha pelo menos uma baía no clube. No encontro do dia 24 vai ser analisada igualmente, a informação relativa à baía de Lang Co, do Vietname, também candidata e que foi visitada entre 30 de Março e 8 de Abril deste ano. A ser admitida será a terceira que aquele país do sudeste asiático vai colocar no grupo, pois lá se encontram integradas Nha Trang e Halong.

Fonte: Jornal Noticias de 19 de Maio de 2008::

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domingo, 25 de maio de 2008

Ajuda a Mocambique

Ajude a construir pocos para voluntarios das comunidades na cidade de Gondola - Manica, Mocambique.
Os pocos benificiarao a comunidade e projetos de voluntarios locais que atendem principalmente pessoas com AIDS e criancas orfas.

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sábado, 24 de maio de 2008

Xenofobia...








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Carvoeiro descobre esconderijo de armas

UM cidadão nacional, carvoeiro de profissão, cujo nome não foi revelado, descobriu recentemente um esconderijo de armas na região de Matsequenha, no distrito da Namaacha, província de Maputo. Pedro Cossa, porta-voz do Comando-Geral da Policia, ao revelar o facto ontem, no habitual “briefing” com a Imprensa, disse que este indivíduo, que se encontrava na mata em pleno desempenho de sua profissão, mal deu conta da existência de armas no local tratou de informar à Polícia.

Uma vez reportada a ocorrência, o Comando Provincial enviou de imediato para o local um efectivo de agentes especializados, que retirou do esconderijo quatro armas do tipo AKM, uma corrente com 28 munições de metralhadora do tipo MG e uma granada. Cossa disse que dado o tempo que permaneceu no local exposto a todo o tipo de intempéries, o material não se apresenta nas melhores condições de conservação, o que não quer dizer que não possa voltar a ser usado depois de um exercício de limpeza e manutenção.

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Construção nas zonas rurais: Manica introduz plantas-modelo



A população rural da província de Manica, na região central do país, poderá construir casas melhoradas e do mesmo padrão com a introdução, dentro de dias, de plantas-modelo no quadro da implementação de uma orientação presidencial que recomenda a necessidade de se abandonar as habitações de construção precária para as de alvenaria.

Para tal, a Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação de Manica deverá elaborar e submeter à aprovação do Governo local o projecto de plantas-modelo a serem adoptadas pelos interessados, com vista a conferir estética às casas a serem erguidas pela comunidade.
De acordo com o governador da provincia, Mauricio Vieira, as referidas plantas deverão estar disponiveis nas administrações distritais onde os interessados poderão buscar cópias para a execução de seus projectos de construção, a serem cobertas com chapas de zinco ou de lusalite.

Vieira disse que, tal como acontece habitualmente, a aquisição das chapas que servirão para a cobertura de residências estará às expensas da própria população que, para tal, deverá recorrer à comercialização agrícola para obter recursos financeiros.
Falando ontem na abertura de um seminário de capacitação de administradores distritais e chefes de postos administrativos em matérias de liderança, o governador de Manica afirmou que para a execução das suas obras, a população terá que recorrer à argila para fabricar e queimar tijolos a serem usados na construção.



Para que o programa em causa ganhe corpo, será necessária a intervenção dos líderes de todas as regiões da província para que possam servir de exemplo, começando eles mesmos a construir casas melhoradas.
Segundo o governador da província, a orientação de se melhorarem as casas da população nas zonas rurais já foi dada pelo Presidente da Republica, cabendo aos dirigentes locais materializarem e não repetir o discurso como simples retórica.

Ainda mais, é necessário que os governantes a vários níveis incutam na população a cultura de trabalho, única forma de se vencer a pobreza absoluta, o que é possível com a aceleração do passo com vista à conclusão das metas previstas para objectivos concretos.
Por outro lado, deverá contar muito a acessibilidade dos dirigentes do Estado, o seu envolvimento na criação de facilidades na vida dos cidadãos assim como no combate àcorrupção, burocratismo.
“Nós não estamos, nas posições em que nos encontramos, para nos fazermos de importantes e dificultarmos a vida das pessoas, devemos estar disponíveis a receber a todos que a nós se dirigem. Isto nos fará granjear estima, respeito e com a nossa atitude e exemplo levaremos a população para a direcção certa”, disse Maurício Vieira.

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sexta-feira, 23 de maio de 2008

Xenofobia na África do Sul: Moçambicanos chegam a Maputo aos milhares


MAIS 3300 pessoas atravessaram ontem a fronteira de Ressano Garcia, em Maputo, fugindo à onda de violência xenófoba que se regista na vizinha África do Sul desde a semana passada. Este número foi registado até às 10.00 horas de ontem, altura em que as autoridades migratória-fronteiriças fizeram o primeiro balanço do dia.

Dados colhidos pela nossa Reportagem no local indicam que, de segunda-feira até aos princípios da noite de ontem, aproximadamente dez mil moçambicanos terão atravessado aquela fronteira, na sua maioria pessoas que, residindo há vários anos na África do Sul, vêem-se na contingência de regressar abruptamente ao país. Com efeito, na segunda-feira passaram por Ressano Garcia 2911 pessoas, e na terça-feira registou-se um movimento de 2725, na sua maioria pessoas provenientes de Joanesburgo. Estes números, segundo soubemos, são apenas de pessoas que se registaram à sua saída, mas as autoridades migratórias dizem que os dados podem estar muito acima daquilo que está registado oficialmente.



A título de exemplo, até à noite de ontem estava-se à espera que chegassem cerca de dez autocarros trazendo pelo menos 700 moçambicanos que haviam se refugiado nas esquadras e outras instituições governamentais e dos direitos humanos na África do Sul.
Contrariamente ao que está a acontecer a nível de entradas para Moçambique, para o território sul-africano quase não está a ir ninguém.
A nossa Reportagem pôde constatar que grande parte das pessoas que entram para o território moçambicano estão afectadas social e psicologicamente pelos acontecimentos na África do Sul. Muitos dos que entram para Moçambique chegam sem nada. Dizem que os seus bens foram pilhados e saqueados por grupos de xenofobistas sul-africanos que lhes intimam a abandonar aquele país, alegando que a falta de emprego para eles é por culpa, sobretudo, dos moçambicanos.

A violência é extensiva a gente de nacionalidades zimbabweana, malawiana e nigeriana, que também é acusada de fomentar a onda de criminalidade e marginalidade na República da África do Sul.
Dada a violência dos acontecimentos, muitos dos que chegam não aventam a hipótese de regressar num curto prazo, apesar de terem perdido quase todos os seus haveres, fruto de vários anos de trabalho árduo.
Sentem-se desolados quando, na sua perspectiva, nada justifica que os sul-africanos cheguem a tirar a vida dos moçambicanos e gente de outras nacionalidades, bem como mutilar membros superiores e inferiores das pessoas.

Contam que os xenofobistas andam em grupos de 20 ou 30 pessoas, armados com paus, catanas, machados, bastões e outros objectos contundentes. E quando chegam a zonas como Alexandra, Soweto, Thembissa e Germiston, locais onde residem muitos moçambicanos, entram nas suas residências e pilham bens e violentam os proprietários das casas.
Há relatos de casos de gente que foi queimada viva nas suas habitações e outra espancada até à morte nas ruas e becos daqueles bairros, depois de os revoltosos se terem apoderado dos seus haveres.
Entretanto, as autoridades moçambicanas na fronteira de Ressano Garcia dizem estar preparadas para fazer face ao fluxo de entradas no país. Disseram estar igualmente a trabalhar em coordenação com os sul-africanos no sentido de controlar a entrada de produtos no país, bem como possíveis oportunistas que queiram aproveitar esta situação para fugir ao fisco.

FRANCISCO MANJATE



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Peregrinação, diversão e negócio

FORAM milhares os cristãos, crentes, fiéis, negociantes ou simplesmente cidadãos que acorreram, em massa, à vila de Namaacha, no último fim-de-semana, para participar directa ou indirectamente nas cerimónias dos 91 anos das aparições de Nossa Senhora de Fátima, na ova de Iria, em Fátima, Portugal.

O “Notícias” manteve a tradição e, mais uma vez, esteve a acompanhar, dentro do possível, um pouco de tudo o que lá acontece.
Um breve recuo ao tempo leva-nos a acreditar que a participação dos peregrinos na cerimónia esteve nos mesmos níveis dos últimos anos. O mesmo aconteceu com o grau de celebração, negócio e diversão, actos que não passam despercebidos naquela zona.

Foi positivo notar que os católicos, apesar do frio que se faz sentir, com relativa “agressividade” naquela vila, se comparado com outros pontos de Maputo, donde saíram a maior parte dos visitantes, lá estiveram. A cantar. A orar. A confraternizar e, acima de tudo, a buscar Deus, através de Maria, mãe de Jesus Cristo. Afinal de contas os problemas sociais são vários, a carestia da vida é um facto além de que é preciso agradecer a Deus pelo simples facto de se estar vivo.



Da conversa com alguns católicos, a maioria que preferiu se assumir como crente e não necessariamente fiéis da palavra de Deus, ficamos a saber que há sempre um ganho tomar parte daquela cerimónia.
Mateus Cossa, da Paróquia da Munhuana, Rosa Alberto e Nelsa Manoca, da Paróquia Nossa Senhora das Merceis, Catembe, deixaram transparecer que perdem os católicos que ainda continuam receosos em tomar parte daquela cerimónia. O valor acrescentado está no facto de se poder beneficiar da força espiritual dos demais religiosos ali presentes, para fazer chegar a Deus palavras de agradecimento, louvores e petições.

É por isso que numerosas pessoas foram a Namaacha a pé e sem condições de acomodação pernoitaram a orar de diversas maneiras.
Mas também no seio do mesmo grupo de pessoas que estiveram em Namaacha, alguns dos quais usaram o facto de serem católicos para ir àquela vila, a única coisa que fizeram foi diversão.
Na noite de sábado e mal que terminou a procissão de velas, o que seguiu, para alguns, foi descer até ao Mercado Central, onde os negociantes que não perdem oportunidade para vender acolheram o negócio.

Eram bebidas alcoólicas, frango assado e outros géneros alimentícios para todos os gostos e bolsos.
E, foi neste ambiente que constatámos uma vez mais, que há uma necessidade de aumentar os apelos para que os jovens mudem de comportamento, pelo menos quando a vez é de peregrinação.
Vimos ali jovens que inicialmente estiveram nas cerimónias, mas que depois optaram por se embebedar de forma irresponsável. Menores de 18 anos a consumir bebidas alcoólicas, num ambiente de total degradação de valores morais e sociais.

Foi igualmente penoso ver menores de idade a conduzirem viaturas lotadas como se fossem meros brinquedos. A dado momento, a estrada principal ficou bloqueada simplesmente porque estes grupos de jovens, já fora de si, cantavam e dançavam no meio da estrada numa atitude flagrante de falta de respeito e consideração para com os outros.
São comportamentos inadmissíveis que deviam merecer a condenação de todos, salvaguardando-se a ordem e a dignidade da cerimónia. E aí está o papel da Igreja, dos pais no sentido de educar os jovens para uma conduta social exemplar, especialmente quando se trate de cerimónias desta natureza.

Por último louvar a posição dos que optaram por dormir, mesma nas condições adversas, num compasso de espera para as actividades da manhã do domingo.

Fonte: Jornal Noticias de , 19 de Maio de 2008::

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Fugindo da violência xenófoba na RAS: Mais de 300 moçambicanos esperados hoje em Maputo


UM total de 332 cidadãos moçambicanos vítimas das manifestações xenófobas nos subúrbios de Gauteng, na África do Sul, deverão chegar esta manhã a Maputo, através da fronteira de Ressano Garcia, numa operação organizada pelo Governo do nosso país. Um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MNEC) recebido ontem na nossa Redacção indica que o grupo hoje esperado manifestou o desejo de regressar ao país na sequência da violência contra estrangeiros que se vem registando nalgumas regiões da cidade de Joanesburgo.

Com vista a operacionalizar este regresso, o Consulado-Geral de Moçambique em Joanesburgo alugou vários autocarros que transportarão os referidos cidadãos, cuja chegada estava inicialmente prevista para a tarde de ontem, mais viria a ser adiada por razões operativas.
Na mesma ocasião, deverão ser transladados para o país os corpos de quatro moçambicanos mortos em Germiston na sequência das referidas manifestações violentas, que, desde a sua eclosão, há cerca de uma semana, já causaram mais de 20 mortes entre cidadãos originários de vários países da região, incluindo Moçambique.



No seu comunicado, o MNEC refere que o Governo está a estudar a melhor forma de receber os regressados, uma vez que muitos deles perderam todos os seus haveres devido à violência e fuga precipitada das regiões de conflito.
A operação de hoje surge como resposta das autoridades ao desejo de regressar ao país que já vinha sendo manifestado por alguns moçambicanos radicados na África do Sul, uma vez que, embora condenando as manifestações, o Executivo sul-africano ainda não se mostrou disponível a promover o repatriamento de nenhum cidadão estrangeiro.

A maioria dos cidadãos que hoje regressam ao país permaneceu acomodada em tendas providenciadas pela Cruz Vermelha sul-africana e esquadras da Polícia na região de Alexandra.
Segundo relatos divulgadas pela Imprensa sul-africana, alguns detidos em conexão com estas manifestações violentas confessaram à Polícia terem sido contratados e pagos para matar cidadãos estrangeiros nos subúrbios de Joanesburgo. Ainda ontem, e apesar da forte presença policial nos bairros suburbanos, muitas casas de construção precária pertencentes a estrangeiros continuavam a arder em regiões como Alexandra, onde, em contrapartida, as erguidas em material convencional eram imediatamente ocupadas após a fuga dos respectivos donos.

Segundo dados apurados pela nossa Reportagem, os grupos atacantes, munidos de paus, catanas, facas e outros objectos contundentes, recusam-se a refrear os seus ânimos, apesar dos insistentes apelos das autoridades. Pelo contrário, ameaçam agora carregar sobre a zona de Tembissa, outra das regiões onde vive uma grande comunidade de moçambicanos.


STANDARD BANK DOA 3 MILHÕES DE RANDES

Entretanto, o Standard Bank fez uma doação no valor de três milhões de randes (10 milhões de meticais) à Cruz Vermelha da África do Sul para apoio às vítimas da xenofobia.
A revelação foi feita ontem, em Joanesburgo, pelo administrador executivo do banco, Jacko Maree, para quem “como uma organização, o Standard Bank condena a violência deplorável, resultante da intolerância xenófoba na África do Sul”. Acrescentou que “o sofrimento humano resultante destes actos afecta-nos a todos, e gostaríamos de manifestar a nossa mais profunda simpatia e preocupação para com aqueles que foram directamente afectados por estes acontecimentos. Estamos tristes com o sofrimento das vítimas desses actos revoltantes”.

Fonte: Jornal Noticias

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quinta-feira, 22 de maio de 2008

Universidade Pedagógica: Novo currículo deve massificar a formação


O NOVO currículo a ser implementado pela Universidade Pedagógica deverá atender à necessidade da massificação da formação de professores, para responder aos desafios que se impõem com o crescimento do número de alunos e escolas no nível secundário. Para o efeito, segundo conclusões do seminário sobre a formação de professores, semana passada realizado em Maputo, a aposta deverá residir no ensino presencial, semi-presencial e à distância.

A ideia que existe, segundo o Prof. Doutor Rogério Uthui, Reitor da Universidade Pedagógica é que sejam abrangidos pela formação contínua, todos os professores em exercício para além das novas admissões para responder à demanda em docentes quer para o ensino básico quer para o técnico.
Segundo dados apresentados na ocasião pelo reitor da UP, a previsão é que haja um crescimento de cerca de 30 por cento do número de alunos no secundário por ano e grande parte destes estarão nas zonas rurais.

A estratégia que está a ser implementada pelo Governo é de construção de escolas secundárias nas zonas rurais que em termos de custos, por cada uma delas, com cerca de 150 alunos, corresponde ao dobro de uma escola situada na zona urbana e com 500 estudantes.
Para Rogério Uthui, a formação de docentes terá que atender à necessidade de redução de custos com os professores. Para o efeito, terá que se pensar que tipo de quadros devem ser disponibilizados ao mercado entre a perspectiva de um docente/uma disciplina, um docente duas disciplinas ou que leccione um bloco delas, nomeadamente ciências e letras.

“Temos que planificar para além de dez anos e este é um grande desafio. O modelo de formação de 12ª mais um ano é transitório e teremos que ter soluções mais duradouras”, disse o reitor da UP.
Sobre os modelos de formação, Rogério Uthui indicou que seria muito difícil garantir práticas pedagógicas para os cerca de 40 mil estudantes que frequentam os diversos níveis naquela instituição de ensino superior.

Por isso mesmo, será preciso pensar num currículo diferenciado que permita que os docentes de carreira tenham outro tipo de cadeiras.
O reitor da UP garantiu que apesar de aquela instituição reconhecer os desafios na área de educação no país e para os quais tem vindo a buscar soluções inovadoras, está salvaguardada a liberdade académica da instituição. Todo o esforço que está a ser feito tem em vista que os docentes formados sejam de qualidade reconhecida.

O encontro reuniu na mesma sala, docentes, investigadores e peritos da área de Educação de Moçambique, Botswana, Holanda, Portugal e França.

Fonte: Jornal Noticias de 19 de Maio de 2008::

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Pretória nega ter reabastecido o “Navio da Vergonha”


Um porta-voz da Presidência da República da África do Sul desmentiu a notícia divulgada a semana passada pelo Canal de Moçambique, segundo a qual a Marinha de Guerra sul-africana havia reabastecido com combustível o navio cargueiro chinês, An Yue Jiang, que transportava armamento para o regime de Harare. Mukoni Ratshitanga, o referido porta-voz, alegou que se estava a entrar naquilo que descreveu como sendo “a época da propaganda”. No entanto, a Marinha de Guerra da África do Sul confirmou que o SAS Drakensberg havia-se feito ao mar quando o An Yue Jiang contornava a costa marítima sul-africana.
Um oficial da Marinha de Guerra da África do Sul disse, no entanto, que o SAS Drakensberg participava em exercícios navais conjuntos com uma embarcação indiana, embora não tivesse sido noticiado na ocasião a presença em águas territoriais sul-africanas de qualquer unidade naval proveniente da Índia. O desmentido do governo sul-africano tem como pano de fundo a má-fé e a atitude ambígua manifestada por círculos governativos da África do Sul em relação ao caso An Yue Jiang.
O cargueiro chinês deixou o porto de Durban sem que tivesse sido reabastecido, o que, em princípio, não lhe permitiria alcançar Luanda, nem tão pouco Ponta Negra. A questão que de imediato se levanta é a de saber quem terá reabastecido o navio chinês. As fontes diplomáticas do Canal de Moçambique insistem que foi o SAS Drakensberg.
Uma outra questão igualmente pertinente prende-se com o facto da África do Sul, apesar de ter admitido publicamente que a sua Marinha de Guerra havia seguido todo o trajecto do An Yue Jiang ao longo da costa oriental e ocidental sul-africana, desde que zarpara de Durban, nada fez para o interceptar e ordenar que acostasse a qualquer um dos portos da África do Sul, não obstante existir um mandado judicial, passado pelo tribunal daquela cidade portuária, exigindo a apreensão do carregamento de armas a bordo do navio da COSCO (China Ocean Shipping Company), empresa estatal chinesa de navegação marítima.
A Avient Air, companhia de aviação zimbabweana que transportou da República do Congo para o Zimbabwe o material bélico descarregado em Ponta Negra pelo An Yue Jiang, desde há muito que mantém estreitos laços comerciais com a África do Sul, incluindo o sector da defesa. O transporte foi efectuado por um Ilyushyn-76 com o número de matrícula Z-WTC. A presença desta aeronave em Ponta Negra é corroborada por fontes fidedignas, que salientam o facto do Il-76 ter chegado àquele aeroporto congolês num voo proveniente dos Emirados Árabes Unidos.
Normalmente, essa aeronave da Avient fica estacionada no terminal de carga do aeroporto de Fujairah, perto de Dubai. O voo da Avient Air de Ponta Negra para Harare foi fretado pela ADAJET, uma empresa de aviação dos SASS (Serviços Secretos da África do Sul), que tem como administrador o antigo director de operações do NIA para a área de Gauteng, Lawrence Pieterse. O NIA, ou National Intelligence Agency, é uma das agências de espionagem sul-africanas. Desde a sua criação em 2004, a ADAJET tem vindo a beneficiar, em regime de monopólio, de voos de carga encomendados pelas Forças Armadas Sul-Africanas e por outras entidades do governo sul-africano. Entre outros, a ADAJET transportou uma grande parte dos boletins de voto para as eleições realizadas na República Democrática do Congo e na Nigéria, com a particularidade dos carregamentos terem chegado depois do fecho das assembleias de voto. De acordo com um relatório do Painel de Especialistas das Nações Unidas sobre a “Exploração Ilegal de Recursos Naturais e Outras Formas de Riqueza na República Democrática do Congo”, publicado em Outubro de 2002, a Avient foi apontada como “estando a violar as Directivas da OECD para as Empresas Multinacionais”.
Concretamente, o painel das Nações Unidas alegou que a Avient havia fornecido meios logísticos militares tanto ao Exército Congolês como às Forças de Defesa do Zimbabwe estacionadas na RDC, contribuindo assim para o conflito neste país. A Avient forneceu tripulações para aeronaves do tipo Antonov 26 e Mi 24 que por sua vez foram usadas em operações ofensivas na RDC numa altura em que aquela transportadora aérea havia sido contratada pelo governo deste país.
O relatório das Nações Unidas que temos estado a citar refere que a própria Avient confirmou, em declarações prestadas aos membros do painel, que havia efectuado voos de carga do Zimbabwe e da África do Sul para a RDC ao longo de vários anos. O relatório acrescenta que a Avient é propriedade de um indivíduo que no passado pertenceu às forças militares do Zimbabwe.

Fonte: canal de Mocambique

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Falta de financiamento retarda relançamento da produção do arroz em Gaza


No distrito do Chókwè, em Gaza, a falta de financiamento para os grandes agricultores está a retardar o relançamento da produção de arroz.

Na sequência desta situação, dos três mil hectares que haviam sido planificados para a cultura de arroz na presente safra, apenas foi conseguida uma área de pouco mais de dois mil.

O administrador do Chókwè disse que no início da campanha houve garantias de financiamentos para todos os agricultores, facto que não chegou acontecer, alegadamente por falta de garantias para a banca e os custos elevados que a produção deste cereal exige.
Acrescentou que apenas dezoito agricultores é que receberam financiamento.

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Onda de violência xenófoba preocupa União Africana


A grave situação vivida por cidadãos estrangeiros, incluindo moçambicanos, radicados na África do Sul, acaba de provocar uma tomada de posição por parte da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos (CADHP). Reunida neste momento no Reino da Swazilândia, na sua 43.ª Sessão Ordinária, aquela comissão considera “que as autoridades da África do Sul têm o dever de dar protecção a cidadãos estrangeiros, em particular os que fogem da repressão política” como é o caso dos zimbabweanos.
Num comunicado de imprensa distribuído ontem em Ezulwini, local onde decorre a 43ª Sessão Ordinária da CADHP, o relator especial para os refugiados – definidos como pessoas que buscam asilo, pessoas deslocadas internamente e migrantes – Comissário Bahame Tom Nyanduga, apelou ao governo sul-africano para “investigar as causas da violência, punir os que sejam considerados culpados” e “instituir programas de consciencialização destinados a educar os cidadãos sul-africanos que nutrem percepções negativas contra cidadãos estrangeiros, em particular os provenientes de países africanos que estão a ser erradamente culpados pelas elevadas taxas de crime e dificuldades económicas que afectam a população local.”
Num clara referência à forma desumana como muitas vezes as autoridades sul-africanas procedem ao repatriamento dos chamados imigrantes clandestinos, como é o caso de cidadãos moçambicanos, a nota de imprensa assinada por Bahame Nyanduga sublinha a necessidade do governo sul-africano “respeitar os direitos dos imigrantes” e que “todas as medidas tomadas pelo governo da África do Sul em relação a essas pessoas devem-se conformar com as obrigações desse país ao abrigo dos instrumentos regionais e internacionais de direitos humanos, em particular a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos.”
Pelo menos 22 estrangeiros morreram já na onda de violência xenófoba em Joanesburgo e subúrbios. Cerca de seis mil estrangeiros, maioritariamente zimbabweanos, fugiram da onda de violência xenófoba.


Igualmente preocupado com a violência xenófoba está o governo da Nigéria. O Presidente nigeriano, Umaru YarAdua, e o seu homólogo sul-africano, Thabo Mbeki, vão reunir-se amanhã em Arusha, na Tanzânia, para debater os ataques perpetrados contra cidadãos nigerianos residentes na África do Sul. As autoridades sul-africanas tentam explicar a onda de violência xenófoba como um fenómeno enquadrado na chamada “terceira força”.
Um dos factores determinantes do que está a acontecer na África do Sul, causando a dor e o pânico entre milhares de cidadãos estrangeiros, tem necessariamente raízes profundas no seio do próprio partido no poder naquele país. Desde Winnie Mandela a Jacob Zuma, passando por Peter Mokaba, todos eles são considerados culpados do incitamento à violência e da promoção da xenofobia entre as largas massas sul-africanas. Winnie Mandela, a chamada mãe da nação e ex-mulher do líder histórico do ANC Nelson Mandela, destacou-se pela célebre frase, “vamos libertar o país com caixas de fósforos”, uma referência ao linchamento de indivíduos suspeitos de traírem a luta contra o apartheid e que eram queimados vivos com pneus embebidos em gasolina e colocados à volta do pescoço das vítimas. A prática de se queimarem pessoas vivas volta a estar em evidência na onda de crimes que assola os arredores de Joanesburgo e ameaça alastrar para outras zonas do país.
Peter Mokaba, líder da ala juvenil do ANC, evidenciou-se durante anos com o slogan, “mata o boer, mata o farmeiro”, repetindo-o amiúde por todos os cantos da África do Sul perante a complacência da cúpula dirigente desse partido. Hoje, continuam a ser assassinados farmeiros boers em fazendas espalhadas pelas várias províncias sul-africanas, ascendendo às centenas o número dos que até agora perderam a vida. Jacob Zuma, actual líder do ANC, tornou-se famoso pela palavra ordem, “uMshini Wam” (traz-me a metralhadora).
Tal como refere a o movimento unificador da comunidade internacional (ICU), numa declaração emitida ontem em Joanesburgo, “a entoação da uMshini Wam tornou-se o símbolo dos recentes ataques xenófobos que alastram em zonas da África do Sul”. Richard Pillay, dirigente do ICU, disse que “os estrangeiros e sul-africanos apanhados na onde de ataques notam que o entoar daquela canção – popularmente associada ao presidente do ANC, Jacob Zuma – era uma característica durante os ataques.” O ICU, segundo Pillay, representa cerca de 35.000 pessoas provenientes de vários países, incluindo Moçambique, Cote dIvoire, Senegal, República Democrática do Congo, Zimbabwe e Lesoto.
Fonte: Redacção / PANA / IOLDigite aqui o resto do post

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