sábado, 10 de maio de 2008

Brasil desloca embaixador de Timor-Leste para Maputo

O novo embaixador do Brasil em Moçambique, António José Maria de Souza e Silva, entregou esta semana credenciais ao Presidente moçambicano, Armando Guebuza.
De acordo com fonte oficial, António José Maria de Souza e Silva - que substitui no posto a embaixadora Leda Camargo - foi acreditado no cargo quarta-feira juntamente com os representantes diplomáticos da Namíbia, Sérvia e Omã (que ficarão baseados na vizinha África do Sul).

O diplomata brasileiro de 58 anos, natural do Rio de Janeiro, transita directamente de Timor-Leste, onde era embaixador desde 2004.
Formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito Cândido Mendes, no Rio de Janeiro, António José Maria de Souza e Silva desempenhou funções no Consulado Brasileiro em Nova Iorque, bem como nas Embaixadas da Guatemala, Paquistão, Argentina e República Checa.
As relações económicas e empresariais entre o Brasil e Moçambique têm-se intensificado nos últimos anos, com algumas das principais empresas brasileiras, entre as quais a Petrobras e a Vale do Rio Doce, a que se juntam uma constelação de pequenas companhias, a marcarem presença no país.


A presença de empresas brasileiras em Moçambique, incipiente até há poucos anos, fez-se notar sobretudo quando, em Junho do ano passado, a Companhia do Vale do Rio Doce (CVRD) viu ser-lhe adjudicada a exploração do carvão de Moatize, com reservas estimadas em 2,5 mil milhões de toneladas de carvão (uma das maiores reservas de mundiais ainda por explorar daquele mineral).

Mais recentemente, a companhia petrolífera brasileira Petrobras fez saber às autoridades moçambicanas do seu interesse em investir nas áreas de petróleo e dos biocombustíveis em Moçambique.
Acordos nesta área acabariam por ser assinados durante a visita ao Brasil, de 04 a 07 de Setembro, do Presidente moçambicano.

Também no ano passado, a construtora brasileira Camargo Corrêa apresentou o seu projecto para a construção da Barragem de Mphanda Nkuma, no Rio Zambeze (centro), um investimento de 2,1 mil milhões de euros para construir uma das maiores represas do continente africano, com um potencial de produção de 1.500 MW de energia (Cahora Bassa tem uma capacidade de cerca de 2.075 megawatts).

O Brasil vai ainda colaborar na construção em Moçambique de uma fábrica de medicamentos anti-retrovirais, para tratamento de portadores do HIV/SIDA.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) instituição ligada ao Ministério da Agricultura, vai também instalar um escritório de transferência de tecnologia na cidade de Maputo.

A Fiocruz, a mais destacada instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina, vai também abrir uma representação em Moçambique, a primeira fora do Brasil.
Mas, a par das grandes empresas, que dão entrada sob os "holofotes" mediáticos, cresce também no mercado moçambicano o número de pequenas e médias empresas das quais pouco ou nada se houve falar, caso da Central de Negócios Brasil-Moçambique com sede na Beira (centro), uma empresa criada em 2005.
O Brasil ocupa a nona posição na lista dos principais investidores em Moçambique em 2007, à frente do Zimbabué e atrás do Canadá (Portugal é sétimo).
© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.



Nenhum comentário: