Desde a instalação até a este momento, a fibra óptica, infra-estrutura nacional sob gestão das Telecomunicações de Moçambique, TDM, sofreu trinta cortes por sabotagem no percurso Quelimane-Nampula. De acordo com o engenheiro Miguel Massingue, director das TDM em Nampula, com tais sabotagens, a empresa que dirige perdeu avultadas somas monetárias, cujo global dos custos não revelou, mas com efeito, ficamos a saber que num única corte, os gastos chegam a rondar não menos que dois mil dólares norte americanos.
Massingue revelou igualmente que mesmo com as sabotagens em referência, a província de Nampula, por sinal a capital do norte do país, nunca ficou desligada do resto do país e do mundo, mercê de uma outra linha alternativa que as Telecomunicações de Moçambique a nível daquela província dispõem. Num outro passo, a mesma fonte revela que as sabotagens que tem vindo a registar-se, principalmente na zona entre Mocuba e Alto Ligonha, na província da Zambézia, são perpetradas por pessoas que procuram algo que não existe em fibra óptica, neste caso o cobre, tendo em conta a alta de preços que o produto está tendo no mercado internacional, sobretudo no de sucateiras locais.
Tendo em conta que parte da mão-de-obra recrutada para o processo da extensão da fibra ser local, Miguel Massingue, não descura a hipótese das sabotagens estarem a ser perpetradas pelos homens outrora utilizados para efeito, tendo em conta que depois de passar por uma zona o recrutamento da mão-de-obra segue para a região onde se vai e dai são homens que ficam sem trabalho e como tal “é normal que surjam descontentamentos”. Daí serem eles também uma hipótese como autores das sabotagens para poderem voltar a ter trabalho com as reparações. Para reverter esta situação, o director da TDM em Nampula diz ser solução o envolvimento de todos na sensibilização das comunidades para vigilância daquela infra-estrutura nacional. Com efeito, o nosso interlocutor evoca ainda a necessidade de envolvimento massivo dos líderes tradicionais, “com vista a pedirem por intermédio tradicional aos antepassados para atazanarem a vida daqueles que fazem a sabotagem da fibra óptica”.
Em relação às notícias postas a circular sobre o não funcionamento da fibra óptica da sua inauguração oficial pelo presidente da República, Armando Guebuza, a quando da sua presidência aberta àquela província norte, Miguel Massingue, director das Telecomunicações de Moçambique em Nampula, disse não constituírem verdade, porque, segundo nos afiançou, “apenas depois da fibra ter entrado em funcionamento existiram trabalhos de manutenção e pelo que me lembro isto foi antes da inauguração, mas da inauguração para cá esta infra-estrutura nunca parou de funcionar, mesmo com as sabotagens” – disse. Igualmente, a fonte nos informou que com os serviços que prestam em toda a província de Nampula, as TDM chegam a facturar pouco mais de trezentos mil meticais por dia.
Ligação de MecuburíNum outro passo, o interlocutor do «Canal de Moçambique» fez saber que em Setembro próximo, o distrito de Mecuburí, na província de Nampula, passará a estar ligado ao país e ao mundo através de uma linha das Telecomunicações de Moçambique. Mas adiante, Miguel Massingue, anunciou que as obras para efeito poderão arrancar ainda dentro desta semana, tendo em conta que o material a ser utilizado já existe e sobrou de outras obras da empresa. Afirma que com estes novos trabalhos serão gastos cerca de trezentos mil meticais.
Concluídas as referidas obras em Mecuburi, apenas os distritos de Nacarôa e Lalaua, em Nampula, ficarão por ser ligados à rede digital das Telecomunicações de Moçambique, mas para o efeito, segundo a fonte que estamos a citar, há já planos em curso para a ligação dos mesmos. Neste momento, apenas os distritos de Mecuburí e Lalaua encontram-se sem nenhuma comunicação, tendo em conta que o distrito de Nacarôa beneficia já da rede de telefonia móvel de uma das operadoras do país.
Fonte: Aunicio da Silva
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