terça-feira, 24 de março de 2009

Especialistas reflectem sobre futuro do algodão


MAIS de 100 personalidades, entre gestores de empresas algodoeiras, técnicos do Ministério da Agricultura a nível central e provincial e representantes do Fórum Nacional dos Produtores do Algodão (FONPA) vão reunir-se próxima semana em Maputo para uma reflexão conjunta sobre o futuro do algodão em Moçambique. Trata-se de um encontro que se espera venha a ser decisivo para a resposta às várias adversidades com que o sector se debate.
Para além de estar a enfrentar preços baixos no mercado internacional, a produção nacional do algodão tem vindo a decair nos últimos tempos, facto associado não só a factores climáticos, mas também à própria qualidade das sementes, técnicas agrícolas, entre outros factores que acabam interferindo na baixa rentabilidade por hectare.

Com uma média de 500 a 550 quilogramas de algodão por hectare, Moçambique continua a apresentar-se abaixo do índice médio da região da África Subsahariana, que está, neste momento, nos 700 quilos por hectare.

“A nossa vontade é alcançar uma média de 1000 a 1500 quilogramas por hectare. Para isso há uma série de actividades coordenadas que estão a ser desenvolvidas”, disse Norberto Mahalambe, director do Instituto de Algodão de Moçambique (IAM), numa entrevista recente ao nosso Jornal.

A reunião de Maputo insere-se no âmbito da implementação das orientações da sessão ordinária do Conselho de Ministros, de 16 de Setembro de 2008, sobre o subsector do algodão, na qual foi aprovado o documento “Reflexão Sobre os Modelos de Fomento do Algodão em Moçambique”.
Com a reunião da próxima semana pretende-se fazer uma discussão profunda dos problemas do subsector algodoeiro, incluindo a alteração dos contratos atinentes a esta cultura, que em Moçambique envolve pouco mais de 250 mil famílias camponesas.

A alteração dos contratos vai fazer com que o IAM monitore de forma mais fácil o trabalho das empresas algodoeiras e tenha acesso à saúde financeira das mesmas, “para podermos saber com antecedência quando uma determinada empresa estiver à beira da falência”.
A realização desta reunião integra-se num conjunto de eventos que o IAM programou para 2009, declarado Ano Internacional das Fibras Naturais pelo Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

No conjunto das fibras naturais, o algodão é o mais importante, contribuindo com 20 das cerca de 30 milhões de toneladas produzidas anualmente no mundo, sendo as restantes o sisal e outras resultantes de sementes de várias plantas que, na óptica da FAO, são uma importante fonte de rendimento para os agricultores que as produzem, para além da sua importância para os consumidores e das suas várias aplicações na indústria.

notícias

Nenhum comentário: