segunda-feira, 1 de junho de 2009

HCB - Barragem não corre perigo


A direcção da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), localizada na província de Tete, na região centro de Moçambique, assevera que a barragem continua a funcionar normalmente e que não tem conhecimento de qualquer tentativa de sabotagem.A HCB reagia as notícias postas a circular pela imprensa moçambicana reportando sobre uma alegada tentativa de sabotagem da HCB.

“Para nós isso constitui uma surpresa. Em nenhuma ocasião a polícia nos informou que a barragem estava em perigo”, disse Paulo Muxanga, presidente do Conselho de Administração da HCB, durante um contacto estabelecido, hoje, com a AIM. Muxanga diz ter tomado conhecimento da alegada conspiração através dos órgãos de informação. Numa conferencia de imprensa realizada na terça feira, em Maputo, o porta-voz do Comando Geral da Polícia de Moçambique (PRM), Pedro Cossa, anunciou que a sua corporação havia detido quatro cidadãos estrangeiros quando estavam a descarregar um produto não identificado na albufeira de Cahora Bassa numa tentativa de sabotar a barragem.Os suspeitos foram detidos no passado dia 20 de Abril em Songo, distrito de Cahora Bassa, província de Tete, onde se encontra a barragem.
Trata-se de um arquitecto-militar alemão (de 50 anos de idade), um português (30) que alega trabalhar no ramo de hotelaria, um piloto-militar do Botswana (28) e um sul-africano intitulado de profeta, cujos nomes não foram revelados pela PRM.Segundo Cossa, o grupo queria provocar uma corrosão na estrutura de betão e turbinas da barragem.Na altura da sua detenção, os mesmos estavam na posse de 500 quilos de um produto alegadamente corrosivo, e já haviam despejado na albufeira 170 unidades do produto que traziam consigo.
Segundo Pedro Cossa, já foram extraídas amostras do produto e da água da albufeira para análises no Laboratório de Engenharia de Maputo para se determinar a natureza do aludido produto.Muxanga disse a AIM não fazer a mínima ideia da substância que a polícia apreendeu. Além disso, a HCB não possui um laboratório forense para analisar a natureza da substância na posse dos alegados sabotadores.
Porém, a HCB possui laboratórios para análises rotineiras da qualidade da água da albufeira, tendo Muxanga dito a AIM não haver indício da ocorrência de qualquer alteração na qualidade da água junto a barragem.“Actualmente, a qualidade da água é a mesma que há 30 anos”, asseverou Muxanga.
Refira-se que a qualidade da agua é de vital importância não apenas para a HCB, mas também para a actividade pesqueira no lago, e para as pessoas residentes na Vila de Songo, que usam a água da albufeira para o seu uso doméstico.
Prosseguindo, Muxanga explicou não haver sinais de danificação na barragem ou na própria central hidroeléctrica, que continuam a operar normalmente.Muxanga disse que a polícia provincial de Tete informou a HCB que os quatro suspeitos estavam hospedados numa instância turística, localizada cerca de cinco quilómetros a montante da barragem.
Os mesmos entraram num barco de recreio para passear em direcção a fronteira entre Moçambique Zâmbia e Zimbabwe, tendo sido detidos em Zumbo, que dista cerca de 300 quilómetros da barragem.
Segundo Cossa, antes de se deslocar a Tete, o quarteto visitou uma praia na província de Inhambane, tendo passadas duas noites no Parque Nacional de Gorongosa. A Polícia diz ainda não conhecer da data de entrada do quarteto ao país, mas sabe-se que existem registos da sua movimentação desde o passado dia 8 de Abrill. Desde essa data, eles passaram pela cidade de Maxixe, Praia da Barra e Município de Vilankulo, província de Inhambane, Sul do país.Os princípios da física elementar provam que se, de facto, era uma tentativa de sabotar a HCB a mesma foi desastrosa.Qualquer substância despejada num corpo de água corrente será rapidamente diluída. Aliás, a albufeira de Cahora Bassa é uma enorme massa de água, que em média contém 55,8 quilómetros cúbicos de água.
Assim sendo, 500 quilos de qualquer produto despejado na albufeira jamais terá um impacto significativo, ainda que possa causar a morte de alguns peixes no local.
Escrito por Diário da AIM Segunda, 11 Maio 2009

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