segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Recolha de ovos de crocodilos reduz conflito Homem/fauna bravia


O PROCESSO de recolha de ovos de crocodilos introduzido no ano passado por uma estância turística nacional denominada AGRIPEC ao longo do rio Zambeze nas margens do distrito de Chemba, em Sofala, está a reduzir significativamente o luto e mutilações que frequentemente eram protagonizados por répteis entre as populações ribeirinhas, sobretudo na época do Verão, durante a disputa de agua.
Numa primeira fase foram recolhidos mais de 16 mil ovos que foram transportados via aérea de Chemba para a cidade da Beira. Para este ano, espera-se que actividade semelhante venha a arrancar em Setembro próximo fixando o mesmo número, mas com a operadora já posicionada no terreno, numa área calculada em 500 hectares, criando 15 postos de emprego.

De acordo com o administrador de Chemba, António Januário, normalmente, o crocodilo começa a sua reprodução no mês de Setembro, razão pela qual está fixado este período para a recolha dos seus ovos, que são igualmente utilizados para a multiplicação da mesma espécie de forma modernizada.

O projecto em alusão tenciona, a médio prazo, exportar a pele dos animais a ser abatidos internamente. Por outro lado, também serão vendidos crocodilos no exterior, sobretudo nos mercados sul-africano e europeu.

Por conseguinte, o governante mostra-se satisfeito com este processo, considerando que nos últimos tempos o ataque de crocodilos a vidas humanas está a reduzir. Exemplificou que, em 2007, foram registados naquele distrito um total de 11 óbitos para, no ano seguinte, se atingir meia dezena e ao longo do último semestre foi reportada apenas uma morte.
“Por isso mesmo, a recolha de ovos de crocodilos em apenas um ano está já a trazer um impacto muito positivo na comunidade de Chemba”, avaliou a nossa fonte.

Desde a eclosão do último conflito armado no país, o grande Zambeze nunca se tinha beneficiado do processo de recolha de ovos deste réptil, havendo neste momento uma super reprodução. Contudo, o Governo afirma-se ciente para não exterminação desta espécie.
“O trabalho está sendo realizado para manter a espécie. Temos turistas que escalam esta região, especialmente para observar crocodilos e, por isso, não podemos eliminar todos”- anotou o governante.

O Zambeze banha uma extensão total de 90 quilómetros ao distrito de Chemba, sendo que as áreas propensas ao conflito Home-animal estão devidamente assinaladas como forma de alertar a comunidade de um iminente ataque de anfíbios e paquidermes.

Cada crocodilo pode reproduzir entre 250 e 500 ovos por ano. Sua carne constitui prato principal da população ribeirinha do grande Zambeze, facto que se caracteriza por imensa disputa durante a distribuição, por se considerar bastante saborosa e nutritiva.

Para além de crocodilos, o distrito de Chemba está ainda a braços com a presença de grandes manadas de hipopótamos e elefantes. Deste modo, a região foi autorizada este ano pelos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia a abater um elefante problemático, o que já aconteceu. Quanto ao hipopótamo, a comunidade recorre ao afugentamento com recurso ao batimento de latas, batuques e ao cheiro de piripiri. Com vista a reduzir a disputa de água para consumo entre as populações humana e animal, as autoridades administrativas de Chemba projectam ainda este ano a abertura de 40 fontanários nos postos administrativos da vila-sede, Mulima e Chiramba.

Os elefantes e hipopótamos chegam mesmo a destruir, em Chemba, as palhotas e celeiros dos camponeses, para além de arrasar culturas alimentares, mormente no posto administrativo de Chiramba.

notícias

Nenhum comentário: