quinta-feira, 29 de maio de 2008

Barragem de Massingir: Ruptura de comporta faz recear inundações


POPULAÇÕES de nove povoações ao longo do rio Limpopo receberam ontem ordem de evacuação, devido à ameaça de inundações em resultado de uma ruptura na saída da conduta que alimentaria a central hidroeléctrica (ainda não instalada) na Barragem de Massingir, libertando um caudal de mil metros cúbicos de água por segundo.

A directora-geral da Administração Regional de Águas do Sul (ARA-Sul), Olinda de Sousa, disse à nossa Reportagem que os caudais altos e incontroláveis começaram a ser libertados por volta das 15.00 horas de ontem, altura em que se verificou a avaria, e a população ribeirinha foi alertada sobre o perigo para as pessoas e bens que eventualmente estejam nas margens.
A referida conduta, segundo a nossa fonte, estava selada, não se sabendo em que condições se terá rompido.
A nossa fonte disse que as povoações que receberam ordens para evacuação são, nomeadamente, as de Chihaquelane, Conhane, Chiguidela, Chalucuane, Marambajane, Mahlavene, Mapapa, Zuza-Muianga, Chinangue, Sangene, Thothoy, Maniquinique, Khumbane, Languene, Chilaule, Zikhay, Mangonhane, Mahielane, Madoca, Nguava, Massangue e Tico. A cidade de Chókwè e a sede do posto de Macaretane foram colocadas em alerta máximo, devido à probabilidade de as águas galgarem as margens.


“As povoações que estão junto ao rio têm que ser evacuadas”, alertou Olinda de Sousa, quando contactada telefonicamente pela nossa Reportagem, depois de termos recebido informações dando conta de que a população de Chókwè tinha que ser evacuada.
A directora da ARA-Sul deu conta que a barragem estava ontem à cota 122 metros, contra 115 que se atingia antes da recente reabilitação da barragem.
A nossa fonte admitiu que a ruptura pode ter sido ocasionada pela pressão da albufeira, uma vez que aquela infra-estrutura nunca teve tanta quantidade de água como é possível armazenar neste momento. Apenas nas cheias de 2000 é que a albufeira teve água até à cota 124 metros.
Segundo indicou, a componente que registou a avaria não chegou a ser abrangida pela recente reabilitação.
Uma equipa da ARA-Sul deslocou-se ainda ontem para Massingir, para de perto avaliar a situação e encontrar soluções.

Em resultado dos caudais libertados pela barragem de Massingir, o rio Limpopo estará a transportar neste momento perto de três mil metros cúbicos por segundo, considerado excessivo para as condições de encaixe do respectivo leito.
A administração do distrito do Chókwè reuniu-se de emergência ao final da tarde de ontem para analisar e tomar medidas face à informação recebida da ARA-Sul.
Agostinho Faquir, administrador distrital, disse que a sua equipa estava ainda a fazer o levantamento de possíveis áreas que podem ser afectadas, incluindo o número da população nas zonas mencionadas.

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