APROXIMADAMENTE mil moçambicanos desembarcaram nos princípios da noite de ontem na estação dos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) em Maputo, fugindo à fúria da violência xenófoba que diariamente vai tomando contornos alarmantes e incontroláveis na vizinha África do Sul. Este número vem engrossar o de milhares de compatriotas que desembarcaram durante toda a semana passada, grande parte dos quais sem nenhum bem, em virtude de lhes terem sido queimados e pilhados todos os seus haveres.
Passava pouco das 16.30 horas quando o comboio sul-africano Interpax chegou à estação central dos CFM, transportando moçambicanos que se encontravam em 18 carruagens. Ainda na noite de ontem, aquela gente foi transportada em 12 autocarros para o posto montado na Fábrica de Refeições, onde tomou uma refeição quente, tendo de imediato iniciado o processo de transferência para os seus locais de origem. Grande parte das pessoas é provenientes da cidade e províncias de Maputo, bem como de Gaza.
A triagem feita até a noite de ontem, pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), dava conta de estarem presentes ainda pessoas das províncias de Inhambane, Sofala, Manica e Zambézia.
Passava pouco das 16.30 horas quando o comboio sul-africano Interpax chegou à estação central dos CFM, transportando moçambicanos que se encontravam em 18 carruagens. Ainda na noite de ontem, aquela gente foi transportada em 12 autocarros para o posto montado na Fábrica de Refeições, onde tomou uma refeição quente, tendo de imediato iniciado o processo de transferência para os seus locais de origem. Grande parte das pessoas é provenientes da cidade e províncias de Maputo, bem como de Gaza.
A triagem feita até a noite de ontem, pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), dava conta de estarem presentes ainda pessoas das províncias de Inhambane, Sofala, Manica e Zambézia.
Entretanto, não se descarta a possibilidade de estarem presentes pessoas de outras nacionalidades, tendo em conta que o processo de recolha de dados não tem seguido um critério fiel, uma vez tratar-se de gente que se encontra em condições difíceis e delicadas. Dos estrangeiros pensa-se que haja um grande números de zimbabweanos.
Destacada para o local, a Polícia da República de Moçambique (PRM) procurava, a todo o custo, controlar a movimentação dos recém-chegados, ao mesmo tempo que os advertia sobre o risco de se afastarem do cordão criado para encaminhá-los aos respectivos autocarros. É que àquela hora e no meio daquela agitação, os amigos do alheio e outros oportunistas preparavam-se para, assim que surgisse uma oportunidade, apoderarem-se e ou surripiar os parcos bens dos mais incautos, sobretudo de pessoas que há muitos anos não vinham a Moçambique, e portanto, não conhecem a realidade do país.
Com as faces carregadas de tristeza, alguns em pranto, traduzem o futuro incerto que, de noite para dia, tomou conta desta gente que largos anos esteve a trabalhar na “terra do rand”, contribuindo para o desenvolvimento da África do Sul, e que sem uma explicação plausível, segundo contaram ao nosso Jornal, foram obrigados a abandonar aquele país.
Com efeito, os poucos que conseguiram trazer algo, isso não representa, conforme dizem, metade daquilo que foram os anos de trabalho e sacrifícios na África do Sul, com muitas poupanças à mistura, para o dia da reforma. Obrigados a sair daquele país em debandada, os relatos trazidos pelos compatriotas moçambicanos são simplesmente tristes, mais ainda quando se sabe que o número de mortos tende a elevar-se à medida que o caos e a crueldade contra os imigrantes, sobretudo moçambicanos, vão tomando proporções alarmantes em toda a África do Sul.
Com efeito, os poucos que conseguiram trazer algo, isso não representa, conforme dizem, metade daquilo que foram os anos de trabalho e sacrifícios na África do Sul, com muitas poupanças à mistura, para o dia da reforma. Obrigados a sair daquele país em debandada, os relatos trazidos pelos compatriotas moçambicanos são simplesmente tristes, mais ainda quando se sabe que o número de mortos tende a elevar-se à medida que o caos e a crueldade contra os imigrantes, sobretudo moçambicanos, vão tomando proporções alarmantes em toda a África do Sul.
Há casos de pessoas que praticamente fizeram toda a vida na “terra do rand”, fizeram filhos e os educaram lá. Têm identidade sul-africana e investiram todo o seu conhecimento e os seus bens naquele país. São estes filhos que de repente se vêem confrontados com uma nova realidade, que é a de chegar a Moçambique acompanhados pelos pais que, apesar de serem naturais daqui, já não têm nenhuma referência deste país, daí não saberem para onde ir, porque saíram daqui ainda jovens e não mais tinham voltado.
Para aqueles que não sabem para onde se dirigir e que ainda não conseguiram contactar os seus familiares, o INGC criou um centro de acomodação na zona de Beluluane, onde montou mais de 70 tendas e estão destacadas equipa da Cruz Vermelha de Moçambique para ajudarem a monitorar a situação e debelar possíveis casos de doenças.
Fonte: Francisco Manjate
Fonte: Francisco Manjate
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