sexta-feira, 9 de maio de 2008

Moçambique/Chile: Novos campos de cooperação

Michelle Bachelet, atual presidente chilena.
É a 1º mulher a ocupar o cargo de presidente no Chile.
Durante a ditadura de Augusto Pinochet, ela foi presa diversas vezes.


OS sectores de energia, saúde materno-infantil, geração de emprego, florestas e agro-indústria constituem novas áreas que podem ser exploradas no quadro da cooperação entre Moçambique e a República do Chile. Esta foi a tónica dos discursos dos Presidentes dos dois países, ontem, momentos após a assinatura de quatro acordos de cooperação.

Os acordos assinados abrangem os domínios dos Recursos Minerais, Pescas, Mulher e Cooperação entre a Academia Diplomática do Chile e o Instituto Superior de Relações Internacionais, e foram rubricados no decurso da visita que o Chefe do Estado moçambicano, Armando Guebuza, está a efectuar a este país latino-americano.

Na ocasião, depois de endereçar uma mensagem de solidariedade para com os afectados da erupção de cinzas vulcânicas na zona de Cheitén, no limite entre o Chile e a Argentina, o Presidente Guebuza referiu que a assinatura dos acordos não esgota as áreas de cooperação com o Chile. “Ainda não esgotámos aquilo que são as possibilidades de cooperação. Por isso mesmo continuaremos a fazer o levantamento, com prazos concretos, de modo a que as equipas dêem o mais rápido possível o relatório sobre como abordar as novas áreas”, referiu.



O Chefe do Estado, para quem é chegado o momento de a prática dominar a teoria, aproveitou o momento para convidar os homens de negócios chilenos para direccionarem os seus investimentos para Moçambique, uma vez estarem criadas todas as condições de estabilidade macro-económica e política.
Enquanto isso, a Presidente do Chile, Michelle Bachelet, disse acreditar no sucesso da cooperação Sul-Sul. “Sinto-me muito satisfeita pelo facto de termos recebido no Chile uma importante delegação que inclui empresários. Isso mostra a intenção do aprofundamento das relações”, referiu.

Antes das conversações oficiais, o Presidente Guebuza depositou uma coroa de flores no monumento do Libertador Bernardo O’Higgins, falecido em 1842, no Peru, e que chefiou as milícias que conduziram à libertação da América Latina.
Ainda ontem, os dois Presidentes, liderando as respectivas delegações, mantiveram conversações oficiais, encontro que culminou com a assinatura de acordos no domínio dos Recursos Minerais e Pescas.

No início das negociações, a Presidente chilena disse ter convidado o Chefe do Estado moçambicano a visitar este país latino-americano por reconhecer que há muita coisa comum entre os dois estados, para além de que há muitas oportunidades que têm vindo a ser desperdiçadas.
O Presidente Guebuza foi condecorado com a “Ordem Mérito de Chile, em Grau Colar”, uma distinção criada em 1920 e que é reservada a personalidades estrangeiras que se destacam em várias frentes na vida chilena. A condecoração constitui o reconhecimento das autoridades chilenas pelo facto de Moçambique ter acolhido milhares de refugiados da ditadura militar do regime de Augusto Pinochet.




ANTÓNIO MONDLHANE, em Santiago


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