quarta-feira, 18 de junho de 2008

"AdM" perde 55% de producao diaria..


Cento e cinquenta milhões de litros de água processados pela empresa «Águas de Moçambique» (AdM) perdem-se diariamente na província e cidade de Maputo e charcos de água criados por problemas técnicos da empresa fornecedora atentam contra a saúde pública em Maputo – Cento e cinquenta milhões de litros de água processados pela empresa «Águas de Moçambique» (AdM) perdem-se diariamente na província e cidade de Maputo, sem trazer nenhum retorno lucrativo à empresa, o que corresponde a 55 por cento da produção diária da empresa.


Esta informação foi-nos revelada por José Maria Marques Adriano, responsável de Comunicação e Imagem da AdM, na tentativa de justificar o deficiente abastecimento do líquido precioso que caracteriza o funcionamento desta empresa, segundo muitos dos utentes. José Maria reconhece que “problemas técnicos da empresa originam desvios de conduta de água que por fim causam charcos nas ruas da cidade, concorrendo para a propagação de doenças relacionadas com a falta de higiene, para além de criarem mosquitos que por sua vez são responsáveis pela transmissão de malária”. “Não são só problemas técnicos que estão na origem das perdas da empresa: registamos para além de perdas técnicas, as perdas comerciais, que correspondem ao consumo de água que não é pago”, afirma ainda José Adriano.
No referente as perdas comerciais, o interlocutor do «Canal de Moçambique» afirma que “muitos clientes da empresa optam por não pagarem as facturas do seu consumo mensal” e no grupo dos que não pagam, segundo ele incluem-se “muitas instituições governamentais”. Sem citar quais, José Maria Adriano disse que “há muitos ministérios e outras representações do governo que não pagam as facturas do seu consumo mensal de água, contribuindo deste modo para a deficiência do trabalho da empresa”.

Soluções a vistaPara solucionar os problemas técnicos que estão na origem das perdas da AdM, que acabam criando charcos nos bairros da cidade, José Maria Adriano garante que “está sendo feito um trabalho de base, com vista a sanar este problema que já nos é familiar em alguns bairros da cidade de Maputo, com destaque para os bairros de grande aglomeração populacional, como Maxaquene, Mikadjuine, Xipamanine, Chamanculo, entre outros”. No que diz respeito às perdas comerciais, a fonte garante que há um trabalho com as estruturas dos bairros, no sentido de denunciarem as ligações clandestinas.

“Já assinámos um memorando com a edilidade da Matola no sentido de envolver os secretários de bairros no controle das ligações clandestinas”, afirma Adriano. Para os consumidores que não pagam o seu consumo, o mesmo interlocutor disse que “a empresa vê-se obrigada a cancelar o fornecimento de água até que se regularize as contas”, no entanto, acrescenta que “a situação fica mais complicada quando se trata de uma instituição do governo que não efectua os pagamentos do seu consumo”. Sem avançar datas, o nosso interlocutor afirma que “reverter este cenário é o objectivo principal da empresa”.

(Borges Nhamirre)

Nenhum comentário: