quinta-feira, 5 de junho de 2008

Violência xenófoba na RAS: Mais corpos chegam ao país


QUATRO corpos de moçambicanos mortos na sequência da violência perpetrada contra estrangeiros negros na África do Sul chegaram ontem ao país, de um total de 17 que as autoridades moçambicanas confirmam que deverão ser transladados no decurso desta semana, a pedido dos respectivos familiares.

Enquanto isso, o Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOE) prevê para a amanhã a chegada de 380 moçambicanos fugidos da violência xenófoba naquele país, na última fase do repatriamento de cidadãos nacionais que manifestaram interesse de regressar a Moçambique, apesar da normalização da situação na RAS.

Segundo fonte do CENOE, os quatro corpos ontem transladados são de Horácio Lino Saíde, natural da cidade da Beira, em Sofala; Moisés Domingos Mabui, natural de Machanga, em Sofala; e Alfredo Salvador Fumo e Zacarias Chitlango, ambos naturais da província do Maputo. Os dois primeiros, segundo a nossa fonte, foram ainda ontem transportados com destino às respectivas terras de origem, devendo os dois naturais de Maputo ser sepultados na capital do país.
Dos 17 moçambicanos oficialmente confirmados pelas autoridades como mortos, já foram repatriados sete, esperando-se que os restantes dez cheguem ao país no decurso desta semana. Receia-se, entretanto, que o número possa vir a subir, em virtude de prosseguirem acções visando a identificação das vítimas mortais.

Sabe-se que pelo menos 62 pessoas morreram em consequência da violência contra estrangeiros negros na África do Sul, situação que levou ao regresso de mais de 30 mil moçambicanos, havendo milhares de outros em situação de desalojados, a viver em campos de acomodação criados pelo Governo sul-africano.
Segundo projecções das autoridades moçambicanas, deverá terminar esta semana o registo dos emigrantes moçambicanos na República da África do Sul interessados em regressar ao país no âmbito das operações coordenadas pelo Consulado de Moçambique.

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