MAIS de 150 milhões de dólares norte-americanos deverão ser investidos até 2014, nas províncias de Manica e Sofala, no centro do país, num projecto de produção de biocombustíveis a partir da jatropha, que está a ser levado a cabo por uma empresa de capitais médio-orientais e de origem canadiano-portuguesa denominada ODEVEZA, SA que opera desde o ano passado no nosso país, com sede em Dondo, província de Sofala. Esta revelação foi feita por Fernando Azevedo, sócio-gerente da área técnica e membro do Conselho de Administração da empresa, à margem da cerimónia de assinatura de um protocolo de pesquisa que estabelece e formaliza uma parceria entre aquela companhia e o Instituto Agrário de Chimoio (IAC).
De acordo com o nosso interlocutor, com este montante pretende-se levar a cabo a produção intensiva de jatropha para efeitos de extracção de biodiesel, numa área calculada em mais de 70 mil hectares, identificada nos distritos de Báruè e Gondola, na província de Manica e Búzi em Sofala.
De acordo com o nosso interlocutor, com este montante pretende-se levar a cabo a produção intensiva de jatropha para efeitos de extracção de biodiesel, numa área calculada em mais de 70 mil hectares, identificada nos distritos de Báruè e Gondola, na província de Manica e Búzi em Sofala.
Neste momento, segundo Fernando Azevedo, decorre o processo das consultas comunitárias com vista à concessão de uma área de 25 mil hectares no distrito de Báruè, em Manica, após que foram identificadas e cedidas em Matsinho, no distrito de Gondola e 20 mil hectares no Búzi, em Sofala.
Só para Matsinho, no distrito de Gondola, a ODEVEZA prevê desembolsar na produção de jatropha e no estabelecimento de infra-estruturas sociais, nomeadamente unidades sanitária e escolar, melhoramento das vias de acesso para além da disponibilização de um fundo social para as autoridades locais, além da componente social, Fernando Azevedo revelou que o projecto vai colocar à disposição mais de 700 novos postos de trabalho.
Com os mais de 150 milhões de dólares espera-se que estejam criadas, até 2014, condições em termos de matéria-prima para a instalação, em Dondo, província de Sofala, de uma fábrica de biodiesel que deverá abastecer maioritariamente o mercado nacional e ser exportado para a América e Europa.
Neste momento, conforme o nosso entrevistado, contactos já foram estabelecidos com muitos países europeus com os quais já foram assinados contratos de fornecimento de biocombustíveis a serem produzidos em Moçambique, através da jatropha. Canadá de onde são originários dois dos três sócios da firma, é um dos países americanos que já tem acordos neste sentido com a ODEVEZA.
Fernando Azevedo explicou que, se o projecto for realizado dentro das expectativas, Moçambique passará a ser maior produtor de biocombustíveis na África.
Destacou que o mundo encontra-se neste momento na era dos biocombustíveis, daí que aconselhou a comunidade académica do IAC e de todo o país a explorar neste sector de produção, as oportunidades que oferece e o potencial existente para promover o desenvolvimento económico e social, contribuindo para o combate à pobreza que afecta o país.
Defendeu que os biocombustíveis jamais deverão atropelar a “revolução verde”, outro aspecto que considerou ser crucial para produzir comida e promover o desenvolvimento, daí que afirmou que a ODEVEZA, na implementação do seu projecto de produção de jatropha, deverá recorrer aos terrenos marginais, para não comprometer os desafios da produção alimentar.
O protocolo assinado entre a ODEVEZA e o IAC estabelece as bases para a cooperação técnica e científica no sentido de se desenvolver um trabalho de pesquisa que deverá culminar com a selecção e clonagens de sementes de jatropha curca, de modo a obter-se variedades adaptadas ao solo e clima de Moçambique, podendo assim, melhorar o vigor vegetativo, a resistência às pragas e doenças, produtividade e rentabilidade.
Para a realização deste e de outros objectivos consagrados no protocolo, a ODEVEZA vai conceder apoio técnico e financeiro, sendo uma das suas obrigações estabelecer e apetrechar o laboratório do IAC, fornecer sementes e plantas para a investigação, no sentido de se desencadear práticas agronómicas que melhorem a produção e a produtividade, rentabilidade e sustentabilidade na produção da jatropha curca.
Da parte do IAC o memorando foi assinado por Benjamim Luís Vilanculos, director daquela instituição de ensino médio técnico-profissional, o que comprometeu-se a cumprir com os deveres que vinculam o instituto esperando que o mesmo aconteça com a contraparte.
Por: Victor Machirica
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