segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Taag não evoluiu na eliminação das inconformidades e continua na "listra negra" europeia


Ao aproximar-se o mês de Julho, quando se completa um ano sobre a data da inclusão da Taag na chamada «lista negra» do Comité de Segurança Aérea da União Europeia, proibindo as suas operações naquela região, os factos dizem que a situação no seio da companhia mantém-se praticamente inalterada.


«A situação objectivamente não evoluiu nada. As razões que estiveram na base da suspensão das operações da Taag [no espaço aéreo da União Europeia] continuam praticamente intactas», disse ao Semanário Angolense uma fonte ligada ao sistema angolano de navegação aérea. Para ilustrar melhor a situação, a fonte declarou que só agora é que a companhia aérea angolana contratou uma equipa de peritos brasileiros para tratar da questão dos manuais de voo. De acordo com as fontes do SA, o primeiro diagnóstico que os especialistas contratados fizeram aponta alguns pecados capitais: falta de liderança e incompetência. A falta de aptidão para as incumbências acometidas à Taag é sobretudo notória na Direcção de Operações, onde quadros capazes têm sido preteridos.

A par da desobediência a outras normas de segurança de navegação, a ausência de manuais actualizados nas aeronaves da Taag foi uma das alegações que mais pesou na decisão do Comité de Segurança Aérea da União Europeia para proibir as operações das linhas aéreas nacionais. Algumas publicações necessárias para os voos, nomeadamente cartas de navegação, e reputadas como falhas podem ser legalmente obtidas através da Internet.

A situação apresenta-se de tal forma a desfavor da Taag, que, na melhor das hipóteses, levaria de seis a oito meses uma recertificação da companhia pelo Instituto Nacional da Aviação Civil (Inavic) de Angola, exigida pela autoridade aeronáutica europeia como pré-condição para a negociação do seu afastamento da «lista negra».

A próxima reunião de avaliação da eliminação das não-conformidades realiza-se em Novembro, a pedido das autoridades angolanas e da própria companhia, mas, o mais provável, disse a fonte do Semanário Angolense, é que tal represente apenas o desperdício dos recursos que forem empregues em bilhetes de passagem e despesas dos representantes angolanos, uma vez que, certamente, a Taag não vai apresentar em tal encontro qualquer prova de evolução da situação.

No entanto, a fonte revelou que tem afigurado com alguma gravidade a possibilidade do alastramento do actual tratamento que a Taag recebe na União Europeia a novos e velhos destinos da companhia no continente africano, na América e no Médio Oriente.

De acordo com a fonte, depois de a companhia ter iniciado tentativas para cobrir o vazio criado com a proibição de voos para o espaço aéreo da União Europeia, estabelecendo voos de carreira para novos destinos no continente africano, Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e Pequim, na China, as autoridades aeronáuticas de alguns desses países começaram alegadamente a manifestar-se inconformadas com a segurança de voo nas linhas aéreas angolanas. «Alguns desses países já começaram a anotar» inconformidades à Taag, segundo declarou a fonte do Semanário Angolense.

Estas informações afiguram-se algo coincidentes com as conclusões de uma missão de peritos europeus que depois de ter estado em Angola em Fevereiro escreveu, no seu relatório, que «apesar dos esforços feitos pela Taag e pelo Inavic no sentido da obtenção de todos os requisitos necessários para a conformidade com as exigências de segurança aérea pertinentes, dever-se-ia [naquela altura] considerar a decisão de retirar a companhia angolana da lista negra da comunidade como prematura».

Os membros da equipa disseram que existiam «deficiências significativas» que deveriam ser resolvidas pela companhia, bem como pelas autoridades competentes.
O relatório declarava que um «processo de recertificação da Taag e dos restantes operadores» ainda estava em progresso, e que para o completamento dessa actividade «no prazo indicado pelas autoridades» seria necessário um substancial aumento dos recursos humanos e financeiros.

A equipa disse também ter notado «significativas e persistentes deficiências» na área de manutenção de voo da Taag, as quais foram apontadas à companhia e deviam ser tratadas adequadamente antes de qualquer alteração à sua exclusão operacional.

Fonte:Semanário Angolense

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