• Autoridades do Bairro Nhamaonha pedem intervenção urgente do governo
Se não forem tomadas medidas drásticas e urgentes, o monte Bengo, mais conhecido por “Cabeça do Velho”, o símbolo de Chimoio e um dos principais destinos turísticos e de referência obrigatória da cidade capital da província de Manica, poderá desaparecer. Sem que as autoridades actuem para por termo à situação que é um autentico atentado a um património que a todos cabe defender, continua-se a extrair pedra do monte para construção, aparentemente de forma ilegal.
As autoridades do bairro Nhamaonha, onde se situa o monte, afirmam tratar-se duma prática que tende a ganhar contornos alarmantes. Alertam que já foi destruída uma parte da face do monte que lhe dá a aparência de uma cabeça de velho, daí a designação que tornou aquele monte o símbolo de Vila Pery no período colonial, e de Chimoio pós independência nacional.
As autoridades locais pedem a quem de direito que tome urgentemente medidas correctivas. Pedem que o mais breve possível, quem de direito actue, sob pena de a actividade destruidora em curso acabar por destruir por completo o monumento natural que é referência do Planalto de Manica.
Dizem as autoridades do Bairro de Nhamaonha que já está alterada a configuração do monte que fez com que lhe dessem o nome de “Cabeça do Velho”.
O desaparecimento total da “Cabeça do Velho” está iminente. Por exemplo, a parte que representa a bochecha, na vista frontal do monte, está já destruída. Os moradores da zona já abriram um buraco enorme a tirar pedra e causaram uma alteração daquela forma de relevo.
O secretário do bairro Nhamaonha, Isaias Gimo, disse estar em carteira um projecto de criação de um “comité de gestão”, envolvendo “figuras influentes locais”, para se encarregar de “controlar o monte”. Mas enquanto se tomam iniciativas burocráticas o problema vai-se agravando e está-se pura e simplesmente a cometer um autêntico crime ao destruir-se o símbolo de Chimoio.
Uma fonte do Arquivo do Património Cultural (ARPAC), tutelado pela Educação e Cultura, confirmou a intenção de se criar o referido comité e acrescentou que se avança, igualmente, uma proposta que visa declarar a “Cabeça do Velho” como um património cultural.
De acordo com o técnico do ARPAC, Elias Mairosse Paiva, que falava em Chimoio à margem de auscultação a parceiros sobre a matéria, declarar o Monte Bengo ou “Cabela do Velho” como património cultural “vai permitir uma maior acção por parte do Governo com vista a preservação do monte”. Sucede, porém que enquanto isto tudo não passa de reuniões a «Cabeça do Velho» continua a ser destruída.
Quem a salva? Quem põe termo ao que está a acontecer?
(José Jeco) Chimoio (Canal de Moçambique)
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