O PRESIDENTE da Comissão da União Africana (UA), Jean Ping, começou segunda-feira uma série de consultas com as novas autoridades mauritanas e a classe política, com vista a encontrar uma solução para a crise política e institucional resultante do golpe de Estado militar perpetrado a 6 de Agosto último, soube a PANA de fontes concordantes.
Após o seu encontro com o general Mohamed Ould Abdelaziz, presidente do Alto Conselho de Estado (HCE, a Junta Militar no poder desde o golpe de Estado militar), Ping avistou-se igualmente com líderes dos partidos políticos favoráveis ao “movimento de rectificação” (intentona), assim como com os do campo oposto e da sociedade civil.
No termo destas discussões, vários interlocutores de Ping declararam à PANA apreciar a situação prevalecente no país.
Bilal Ould Samba, um sindicalista, convidou a UA ao respeito pela vontade dos mauritanos que apoiam o “movimento de rectificação” por intermédio dos seus representantes no Parlamento. “Cabe aos mauritanos resolverem o seu problema”, defendeu, por seu lado, Ba Bocar Soulé, um ex-ministro que, apesar de condenar “em princípio” o golpe de Estado, estima que a mudança de 6 de Agosto passado se torna necessária “tendo em conta a situação de bloqueio que prevalecia no país”.
A Mauritânia está a ser dirigida por uma Junta Militar, que, a 6 de Agosto derrubou o presidente Sidi Ould Abdullahi, democraticamente eleito a 19 de Abril de 2007.
O principal partido da oposição, a Coligação das Forças Democráticas (RFD), não participará no primeiro governo formado pelo HCE, após o golpe de Estado.
A participação da RFD no Governo era dada como “muito provável” na semana passada segundo o seu presidente, Ahmed Ould Daddah, que justificou esta decisão pela insatisfação de duas condições prévias antes de assumir qualquer compromisso com a junta militar no quadro de uma nova transição na Mauritânia.
Ahmed Daddah exige a publicação, pelos golpistas, de um roteiro a que se junte um calendário eleitoral, bem como a neutralidade e a não participação dos membros da junta na próxima eleição presidencial.
Quanto ao primeiro ponto, a junta prefere proceder à formação do governo que se ocupará da elaboração de um calendário eleitoral, ao passo que o segundo ponto ligado à neutralidade e a candidatura dos membros do HCE ainda não foi discutido no seio da junta, conforme acrescentou a mesma fonte.
Jornal Notícias
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