segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Exportação de fruta para RAS: País procura minimizar impacto da interdição

MOÇAMBIQUE já enviou às autoridades sul-africanas um relatório sobre as medidas que tomou para evitar o alastramento da chamada mosca da fruta, recentemente detectada nas províncias de Niassa e Manica. Como consequência desta praga, a África do Sul decidiu suspender temporariamente a importação de fruta produzida em Moçambique, com reflexos no desempenho económico do país, que exporta anualmente uma média de 20 mil toneladas de banana para aquele país vizinho.


O Ministro da Agricultura, Soares Nhaca, diz que o Governo, em parceria com o sector privado, está a intervir a vários níveis por forma a criar as condições necessárias ao rápido levantamento da interdição da fruta moçambicana na África do Sul, o que, segundo ele, deverá acontecer logo que seja concluída a avaliação, pelas autoridades fitossanitárias daquele país, das medidas de contenção decretadas no nosso país.

Como consequência desta interdição, os números sobre a produção e exportação de fruta moçambicana vão decrescer significativamente este ano, contrariando até os esforços que vinham sendo encetados no sentido de aumentar os volumes de exportação que vinham sendo feitos sobretudo para a África do Sul.

Segundo Soares Nhaca, uma equipa de peritos sul-africanos deverá escalar o nosso país nos próximos dias para mais uma ronda de negociações com as autoridades fitossanitárias nacionais, do que se espera venha a ser tomada uma decisão definitiva sobre as exportações de fruta moçambicana para a RAS.

Num comunicado distribuído à Imprensa, o Ministério da Agricultura explica que a referida mosca é uma espécie que ataca o fruto de várias culturas, entre fruteiras e hortícolas, nomeadamente manga, citrinos, canhu, goiaba, abacate, papaia, banana, tomate, abóbora, melão e melancia, anona e várias outras espécies nativas.

Segundo o comunicado, os danos causados pela mosca manifestam-se pela podridão da parte atacada e queda de 70 a 100 por cento dos frutos infectados.

Desde que se tomou conhecimento da ocorrência da praga nos países vizinhos, o Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, a Faculdade de Agronomia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) e o sector privado iniciaram a mobilização de meios para a condução de programas de monitoria da praga nas áreas com maior risco de serem invadidas e com potencial para a produção de fruteiras, nomeadamente a zona norte, devido à sua proximidade com a Tanzania e as províncias de Inhambane e Maputo.

Uma das medidas adoptadas pelas autoridades moçambicanas foi de instalar postos de fiscalização para o controlo da entrada e saída de produtos nas regiões de Caia, Tete, Machipanda, Inchope, Save, Limpopo, Incoluane e Ressano Garcia.

Nestes pontos, segundo o comunicado do Ministério da Agricultura, os inspectores fitossanitários têm a missão de controlar rigorosamente e interditar a movimentação ou trânsito de qualquer fruta acima mencionada das áreas consideradas infestadas para outras ainda livres, até que a quarentena doméstica seja levantada pelas autoridades competentes.

Fonte: Notícias

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