segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Cultura moçambicana no Brasil : Maravilhas do nosso país deixam cariocas encantados


O povo brasileiro, sobretudo os cariocas, fica deslumbrado com as maravilhas culturais de Moçambique. É um acto que decorreu no quadro da celebração da semana cultural de Moçambique naquele país da América Latina, que tinha como objectivos aproximar os dois povos, usando como pretexto as artes e a cultura.

Com efeito, de 6 a 9 do mês em curso, Moçambique esteve no Brasil e mostrou a sua capacidade criativa e inovadora, e, de forma conjunta, os moçambicanos e brasileiros celebraram ao ritmo da marrabenta e do samba as suas diferenças culturais, exaltaram as ligações e exprimiram os seus mais íntimos sentimentos, guindados por séculos de história, de semelhanças e de diferenças.

Pronunciando-se sobre o evento, o Embaixador moçambicano no Brasil, Isaac Murargy, afirmou que a presença dos artistas moçambicanos naquele país irmão – estamos ligados também pela língua portuguesa - é mais uma concretização que fortalece o intercâmbio multicultural entre os dois países.

Terra do plural, as amostras diversificadas através da arte multiplicaram-se num cenário multicolor que contribuiu para que os brasileiros não tivessem dúvidas da grandeza cultural moçambicana.

Como convidados estiveram o grupo de canto e dança “Milorho”, composto por nove bailarinos, Chila Lino na escultura, Chica Sales nas Artes plásticas, Ivan Luz e a apresentação de material reciclado, Suzethe Honwana, com as suas bonecas trajadas de capulana.

Chica Sales, artista plástica de renome, dos doze quadros de óleo sobre tela, dois feitos em tinta de china sobre papel, quatro aguarelas e dois lápis, infelizmente chegou à Brasília com seis quadros para a sua tão esperada exposição lhe porque foi desviada a mala contendo outras peças de arte, entre outros objectos preciosos programados para a mostra. Como uma mulher preparada, e porque verdadeira artista, Chica Sales não se abalou, antes fez dessa situação uma fonte de inspiração, conseguindo, após essa situação embaraçosa, produzir obras de belo efeito que estiveram patentes, a tempo e horas, na sala de exposição. Para isso, ela, de imediato, usou os pincéis e tinta que lhe foram fornecidos pela organização e preencheu as telas no Brasil preparadas, acto que impressionou a muitos dos que a acompanhavam e os demais que foram à sala de exposições para contemplar as suas obras e as dos demais compatriotas nossos. As suas obras foram oficialmente anunciadas e vistas no Museu Nacional da República.

Na música, Moreira Chonguiça, o homem do afro -jazz do momento, também se fez presente. Moreira cantou e encantou. Dotado de créditos já firmados no submundo do afro-jazz, Moreira Chonguiça conseguiu levantar a plateia e encarou estrondosas ovações dum público muito habituado aos sons da América Latina e dos Estados Unidos.

No campo cinematográfico não estiveram as grandes estrelas do Hollywood, mas os grandes cineastas moçambicanos mostraram obras de uma qualidade que fez abrir a boca aos brasileiros, eles também muito experientes na matéria de produção cinematográfica e com uma grande escola de produção de novelas.

Porém, Camilo de Sousa, Licínio de Azevedo e Elsa de Noronha não se deixaram quedar por isso, exibindo com a mesma verticalidade de quem vem de Hollywood os cinco filmes que tinham sido agendados para o efeito, entre os quais “Junod” , “O Crocodilo” e “O Grande Bazar”, películas que retratam a realidade sócio-cultural do povo moçambicano.

Na literatura, assistiu-se ao lançamento da obra “Nyembetê” do escritor moçambicano Calane da Silva.

Como os bons manjares da nossa terra não podiam faltar, porque também cartão-de-visitas, a gastronomia foi apresentada diariamente pelo Mestre Carlos Graça, cujo objectivo foi criar aos brasileiros e não só apetência e curiosidade nos apetitosos manjares dos nossos pratos típicos.

Fonte: Jornal Notícias

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