A MORTE de Miriam Makeba foi um drama que passou despercebido às cerca de quatro mil pessoas para quem ela actuou antes de cair inanimada nos bastidores de um palco de Castel Volturno, o vilarejo italiano perto de Nápoles onde ela morreu domingo. No entanto, alguns dos membros da sua banda acompanharam com alguma atenção – que mais tarde se transformou em emoção – os últimos instantes da vida da cantora, cujos restos mortais já se encontram na África do Sul.
O corista Zamo Mbutho, que trabalhou com Makeba durante 14 anos, descreveu os últimos instantes de Miriam Makeba como “simplesmente emocionantes”. “É difícil acreditar que isto (a morte da artista) aconteceu. Ainda temos a esperança que alguém venha e nos diga que é uma anedota, ela está bem. Preferia que ela nos tivesse dado um sinal claro de que se estava a ir, talvez isso nos teria preparado para o difícil”, disse Mbutho à chegada da banda de Makeba a Joanesburgo.
Descrevendo os últimos instantes de “Mama África”, como era conhecida a cantora, o baterista afirmou, no entanto, “pareceu que se estava a despedir”. “Ela cantou seis canções e por fim apresentou ‘Pata Pata’. Estava a divertir-se. Depois dessa canção agradeceu o público, ao mesmo tempo que distribuía uns tantos beijos com um sorriso radiante. Antes de sair do palco ainda deixou um micro na bateria. E foi já nas escadas (dos bastidores) que ela caiu”, comentou Zamo Mbutho, citado pelo diário “Sowethan”, de Joanesburgo.
O baterista Kwazi Shange recorda-se dos últimos instantes da vida de Makeba: “Eu estava com Zamo (depois da queda) a ver os paramédicos tentarem reanimá-la. Vi a sua face a mudar, mas estava ainda esperançoso na sua recuperação. Infelizmente, aconteceu o pior e estamos todos destroçados”, comentou ao “Mail e Guardian”, outro periódico da cidade onde “Mama África” nasceu há 76 anos.
O baixista com quem várias vezes Miriam Makeba veio a Moçambique, Mandla Zikalala, é, talvez, um dos colegas e companheiros que se conformou com o sucedido. Recordou que nada pode ser feito para mudar o que aconteceu com a diva sul-africana, apesar da tristeza que isso causa a todos. “Ainda estávamos a tocar as últimas notas quando ela caiu. Eu cheguei a pensar que era algo de pouca gravidade, que podia ser facilmente ultrapassado. Infelizmente era algo que resultou nesta saudade que já sentimos dela”.
Entretanto, as cerimónias fúnebres de Miriam Makeba ainda estão a ser preparadas em conjunto pela família da cantora e pelo Governo da África do Sul. Sabe-se apenas que será uma cerimónia de Estado e que o corpo da cantora será cremado, um desejo que ela manifestou em vida.~
CONCERTO NÃO TINHA ACABADO
O caixão com os restos mortais de Miriam Makeba chegou ontem ao Aeroporto OR Tambo de Joanesburgo provenientes de Itália. A recepção foi feita pela família, acompanhada de perto pelo Ministro sul-africano das Artes e Cultura, Pallo Jordan, e proeminentes músicos do país.
Efectuou-se depois uma procissão que levou o caixão do aeroporto a uma casa mortuária do Soweto, nos arredores de Joanesburgo.
A actuação de Miriam Makeba na noite de domingo em Itália nem sequer chegara ao fim quando ela se dirigiu aos bastidores, onde acabou caindo inanimada. Segundo o corista Zamo Mbutho, estava planeada a apresentação de doze temas, tendo sido apresentadas apenas seis, o último dos quais “Pata Pata”, que constituiu assim a apoteose do “show”.
Makeba deslocara-se aos bastidores provavelmente para trocar de roupa (que não era tanto sua marca) ou simplesmente para repousar-se um pouco, como também poucas vezes fazia.
Comentando o incidente, o guitarrista Mandla Zikalala recordou que “era a primeira vez que (Miriam Makeba) saía do palco sozinha”.
O corista Zamo Mbutho, que trabalhou com Makeba durante 14 anos, descreveu os últimos instantes de Miriam Makeba como “simplesmente emocionantes”. “É difícil acreditar que isto (a morte da artista) aconteceu. Ainda temos a esperança que alguém venha e nos diga que é uma anedota, ela está bem. Preferia que ela nos tivesse dado um sinal claro de que se estava a ir, talvez isso nos teria preparado para o difícil”, disse Mbutho à chegada da banda de Makeba a Joanesburgo.
Descrevendo os últimos instantes de “Mama África”, como era conhecida a cantora, o baterista afirmou, no entanto, “pareceu que se estava a despedir”. “Ela cantou seis canções e por fim apresentou ‘Pata Pata’. Estava a divertir-se. Depois dessa canção agradeceu o público, ao mesmo tempo que distribuía uns tantos beijos com um sorriso radiante. Antes de sair do palco ainda deixou um micro na bateria. E foi já nas escadas (dos bastidores) que ela caiu”, comentou Zamo Mbutho, citado pelo diário “Sowethan”, de Joanesburgo.
O baterista Kwazi Shange recorda-se dos últimos instantes da vida de Makeba: “Eu estava com Zamo (depois da queda) a ver os paramédicos tentarem reanimá-la. Vi a sua face a mudar, mas estava ainda esperançoso na sua recuperação. Infelizmente, aconteceu o pior e estamos todos destroçados”, comentou ao “Mail e Guardian”, outro periódico da cidade onde “Mama África” nasceu há 76 anos.
O baixista com quem várias vezes Miriam Makeba veio a Moçambique, Mandla Zikalala, é, talvez, um dos colegas e companheiros que se conformou com o sucedido. Recordou que nada pode ser feito para mudar o que aconteceu com a diva sul-africana, apesar da tristeza que isso causa a todos. “Ainda estávamos a tocar as últimas notas quando ela caiu. Eu cheguei a pensar que era algo de pouca gravidade, que podia ser facilmente ultrapassado. Infelizmente era algo que resultou nesta saudade que já sentimos dela”.
Entretanto, as cerimónias fúnebres de Miriam Makeba ainda estão a ser preparadas em conjunto pela família da cantora e pelo Governo da África do Sul. Sabe-se apenas que será uma cerimónia de Estado e que o corpo da cantora será cremado, um desejo que ela manifestou em vida.~
CONCERTO NÃO TINHA ACABADO
O caixão com os restos mortais de Miriam Makeba chegou ontem ao Aeroporto OR Tambo de Joanesburgo provenientes de Itália. A recepção foi feita pela família, acompanhada de perto pelo Ministro sul-africano das Artes e Cultura, Pallo Jordan, e proeminentes músicos do país.
Efectuou-se depois uma procissão que levou o caixão do aeroporto a uma casa mortuária do Soweto, nos arredores de Joanesburgo.
A actuação de Miriam Makeba na noite de domingo em Itália nem sequer chegara ao fim quando ela se dirigiu aos bastidores, onde acabou caindo inanimada. Segundo o corista Zamo Mbutho, estava planeada a apresentação de doze temas, tendo sido apresentadas apenas seis, o último dos quais “Pata Pata”, que constituiu assim a apoteose do “show”.
Makeba deslocara-se aos bastidores provavelmente para trocar de roupa (que não era tanto sua marca) ou simplesmente para repousar-se um pouco, como também poucas vezes fazia.
Comentando o incidente, o guitarrista Mandla Zikalala recordou que “era a primeira vez que (Miriam Makeba) saía do palco sozinha”.
Moçambique poderá homenagear Mirian Makeba.
Moçambique pocurará formas de homenagear a artista sul-africana, Miriam Makeba, falecida esta segunda-feira na Itália.
O Ministro da Educação e Cultura, Aires Aly, disse que Moçambique perdeu uma artista amiga e destacada personalidade para África e o Mundo.
Aires Aly afirmou que foi com grande pezar e consternação que o país recebeu a informação do falecimento da artista sul-africana, Miriam Makeba.
Um comentário:
O pesar foi tão grande que de cá, do ocidente ainda se quer notícias.
Sou fão incondicional de Mama África, e não sei expressar o que sinto ao pensar na sua partida.
A África perde, o mundo perde, uma grande personalidade. Uma Verdadeira matriarca que nos vai deixa um legado grandiosíssimo. Charas dai, choro de cá.
Fafá Araújo
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