segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Moçambique não usa semente modificada


NO nosso país é proibida por lei a circulação e uso de Organismos Geneticamente Modificados (OGM), nomeadamente sementes. Assim, não é verdadeira a informação posta a circular segundo a qual os camponeses são coagidos a usar semente geneticamente modificada, em detrimento da orgânica e produzida localmente.
Em entrevista ao nosso Jornal, o Ministro da Agricultura, Soares Nhaca, disse que não corresponde à verdade a acusação, em género de alerta, da União Nacional dos Camponeses (UNAC), tanto mais que, além da proibição legal, o país não tem capacidade de produzir os OGM.

Segundo Soares Nhaca, os agricultores do sector familiar usam semente de polinização aberta, pelo que, havendo campos agrícolas onde foi aplicada semente geneticamente modificada, esta iria continuar a outra, modificando uma alteração no material genético, com todos os riscos daí decorrentes.

Esclareceu que representa, sobretudo para países menos desenvolvidos, a nível do Continente Africano, somente a África do Sul usa semente geneticamente modificada, nomeadamente de milho, algodão e soja, sendo que em todo o mundo não ultrapassa 30 o número de países que trabalham com OGM.

Disse haver um equívoco, que poderá estar relacionado com a utilização de semente híbrida de milho “PAN 67”, cujo uso o Governo tem incentivado junto dos agricultores comerciais, em face do seu alto nível de rendimento, mas que, entretanto, não é aconselhada para o sector familiar, uma vez que da colheita não se pode multiplicar semente para campanhas seguintes.

Explicou que, para o Plano de Acção de Produção de Alimentos, a grande aposta do Governo é a produção de semente de polinização aberta para os pequenos produtores, pois esta variedade é apropriada e pode ser multiplicada localmente em campanhas subsequentes. Para os médios produtores foram colocados 628 toneladas de semente de milho “PAN 67” produzida no Chókwè pela PANAR, a única que requer cuidados e irrigação para dela se obterem altos rendimentos.

Em Moçambique, segundo o Ministério da Agricultura, a utilização de semente melhorada pelos produtores é de cerca de 20 por cento, sendo que a maioria dos produtores recorre à sua própria semente, que é seleccionada da sua produção de uma campanha para outra.

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