segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Produtores de cinema convergem na criação de Escola de Cinema da CPLP


Os realizadores e produtores de cinema da Comunidade dos Países de Línguas Portuguesa (CPLP) já têm vindo a mostrar ao mundo trabalhos cinematográficos com alguma qualidade, mas, carecem de uma escola profissionalizada da sétima arte, que possa cobrir todo o espaço lusófono.

Esse ponto de vista foi apresentado por vários cineastas participantes no ciclo de conferências do Festival Internacional de Cinema de Luanda (FICLuanda), com fim previsto para sábado, que julgam ser imperiosa a medida institucional, para garantir a execução de um cinema científico.

O realizador moçambicano João Ribeiro, que participa do evento na condição de produtor independente, disse que esse passo seria fundamental, pois, no seu país, por exemplo, nenhuma universidade incluiu nos currículos matérias ligadas especificamente às técnicas de produção audiovisual.

"Em Moçambique temos várias universidades, algumas delas com cursos virados à comunicação, mas não há nada especificamente virado para o audiovisual, os cursos técnicos de câmara, som, iluminação e produção. Não há nada disso", expressou.

Segundo João Ribeiro, são ministrados nessas universidades conceitos gerais sobre produção, mas não se estudam com profundidade as técnicas modernas da sétima arte, daí a necessidade de se criar (não em cada um dos países) uma escola onde possam ser mandados os profissionais do ramo, em busca do conhecimento teórico.

O profissional reconheceu haver no espaço lusófono, sobretudo nos países de expressão portuguesa, cineastas e realizadores de televisão que fazem trabalhos cinematográficos com alguma qualidade técnica, mas sem terem bases teóricas para justificar as suas eventuais opções, dada a falta de conhecimentos teóricos.

"Eles acabam por fazer coisas, mas não as conseguem justificar. Essa falta de conhecimento traduz-se, muitas vezes, naquilo que mostram ao público", opinou.

Fonte: Angola Press

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