segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

OMS testa campanha de vacinação em massa em Moçambique


A vacinação em massa com uma vacina oral contra a cólera está a ser testada num projecto de demonstração na cidade da Beira, em Moçambique, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em colaboração com o Ministério da Saúde, a Médicos Sem Fronteiras, a Epicentre e o Instituto Internacional de Vacinas.

A vacina propriamente dita existe há já dez anos, mas está a ser usada pela primeira vez de forma alargada para minimizar a devastação de um surto de cólera. É também pela primeira vez que a OMS considera o uso da vacina oral contra a cólera no âmbito de uma estratégia global para controlar a doença.

O projecto de vacinação em massa está a ser levado na cidade da Beira, uma comunidade com níveis de cólera particularmente elevados. Em 1999, o país notificou 45 000 casos de cólera, e só a Beira teve entre 3880 e 4880 casos por ano nos últimos três anos.

A campanha de vacinação termina no final de Janeiro, esperando-se que 50 000 pessoas sejam vacinadas. Os primeiros resultados desta vacinação em massa serão obtidos dentro de um ano.

Nos últimos anos, o número de casos de cólera notificados a nível mundial variou entre os 110 000 e os 200 000 casos anuais. Oficialmente, 5000 mortes ocorreram em cada ano. A OMS calcula que o verdadeiro número seja provavelmente significativamente mais elevado devido a casos não notificados e a lacunas na vigilância.

Segundo a OMS, actualmente há dois tipos de vacinas orais contra a cólera seguras e eficazes. A primeira consiste numa célula inactivada do Vibrião colérico 01 com uma toxina da cólera purificada. Depois de duas doses em duas semanas consecutivas, os pacientes ficam com um elevado nível de protecção que dura pelo menos um ano. A segunda - o primeiro tipo de vacina que está actualmente a ser usado em Moçambique - consiste numa dose única de uma estirpe 01 do Vibrião colérico vivo e geneticamente atenuada.

(c) PNN Portuguese News Network

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