segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

PRESIDENTE BUSH FOI UM AMIGO DE ÁFRICA


Esta imagem de Bush a dançar ao som do batuque surpreendeu o mundo Liberal publica hoje, em vésperas da tomada de posse do 44º Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, um trabalho de Norberto Carvalho Silva, da Rádio Atlântico na Holanda e nosso colaborador que procura demonstrar da bondade do presidente George Walker Bush para com o continente africano durante os oito anos dos seus dois mandatos. E a conclusão é que afinal Bush foi amigo de África
Washington, 19 Janeiro – É já amanhã, terça –feira, 20 de Janeiro, que o presidente norte-americano George Walker Bush deixa, definitivamente, a Casa Branca que passará a ser ocupada por Barack Obama.

Na hora da partida, cabe agora aos historiadores a preocupação de avaliar e julgar os oito anos da presidência Bush. Parece não haver dúvidas de que há um ponto que é consensual: toda a presidência de Bush foi marcada pelos atentados de 11 de Setembro de 2001 e o envolvimento nas guerras do Iraque e do Afeganistão.

No seu último discurso à nação, na noite de 15 de Janeiro, a propósito destes dois países, o ainda Presidente Bush teceu as seguintes considerações: “O Afeganistão passou a ser um país mais seguro e democrático, livre da ameaça dos Talibãs, possibilitando as jovens mulheres a irem á escola”. Disse mais: “O Iraque foi transformado de uma ditadura brutal e inimigo declarado dos Estados Unidos para uma democracia árabe no coração do Médio Oriente e um amigo dos Estados Unidos”.

Com humildade reconheceu que "há coisas que faria de maneira diferente, se tivesse oportunidade" e teve palavras de elogio para o seu sucessor manisfestando a "esperança e o orgulho" que o presidente eleito, Barack Obama, inspira e pediu aos americanos que se unam para vencer o terrorismo e superar a crise econômica.

ADMINISTRAÇÃO BUSH VERSUS AFRICA
Muito foi escrito sobre a politica externa de Bush e sobre a sua relação com os aliados europeus e vizinhos latinos-americanos e pouco sobre o que ele fez de bem para a África.
Analisando o desempenho do quadragésimo terceiro Presidente dos EUA para a África, pode considerar-se que o balanço foi extremamente positivo.

George W.Bush foi o Presidente norte-americano que mais importância deu a África na ajuda ao desenvolvimento, destacando essa ajuda sobretudo em programas de combate à pobreza e às doenças.

É bom também destacar que foi o primeiro Presidente a nomear, ainda durante o seu primeiro mandato, dois afro-americanos para cargos importantes de um Governo Americano: Colin Powel (Secretário de Estado) e Condoleezza Rice (Segurança Nacional e no segundo mandato, Secretária de Estado).

Pela sua importância e pelo impacto que vem tendo em África em geral e, em particular, em Cabo Verde, vamos destacar aqui alguns programas importantes da actual Administração norte-americana para o continente esquecido pelos europeus.

A CORPORAÇÃO DO DESAFIO DO MILÉNIO
Em Março de 2002, o Presidente Bush solicitou um “novo acordo para o desenvolvimento global”, que fizesse a ligação entre maiores contribuições dos países desenvolvidos e maior responsabilidade por parte dos países em desenvolvimento. O Presidente propôs um mecanismo concreto para implementar este acordo – o Millennium Challenge Acccount (MCA) – em que a assistência para o desenvolvimento seria atribuida aos países que governem justamente, que invistam no seu povo e que encoragem a liberdade económica.

MCC- A Corporação do Desafio do Milénio (MCC) é presidida pela Secretária de Estado Condoleezza Rice e, no tocante ao continente africano, ela envolve verbas que podem atingir valores importantes. Fala-se em mais de 3 biliões de dólares com o objectivo de reduzir os níveis de pobreza através do aumento dos rendimentos e do emprego. Esse objectivo será alcançado por meio do melhoramento do abastecimento da água, saneamento, estradas, posse da terra e agricultura. Um programa beneficia vários países africanos entre os quais os lusófonos (Moçambique e Cabo Verde).

No caso de Cabo Verde, o programa "Millennium Challenge Account (MCA)", disponibilizará 117,8 milhões de dólares norte-americanos ao governo cabo-verdiano, dos quais 110,1 milhões de dólares financiados pelo MCC e 7,7 milhões pelo Governo de Cabo Verde e para Moçambique cerca de 600 milhões de dolares a serem implementados em 5 anos.

LEI PARA O CRESCIMENTO E A OPORTUNIDADE DE ÁFRICA (AGOA)
Em Maio de 2000, a Lei para o Comércio e o Desenvolvimento de 2000 contendo a AGOA, foi aprovada pelo Congresso e promulgada pelo ex presidente Clinton mas que o Governo Bush deu continuidade.

A AGOA cria um novo quadro para o comércio americano, investimento e política de desenvolvimento na África Subsaariana. Cabo Verde é um dos países contemplados pela AGOA.
Esta lei proporciona aos paises africanos comtemplados o acesso livre de taxas e de quotas ao mercado americano para quase todos os produtos, através do Sistema Generalizado de Preferências.

No caso de Cabo Verde as primeiras exportações no âmbito da AGOA foram feitas em Dezembro de 2002 já na presidência de Bush.
É pena que os Empresários Africanos em geral em particular caboverdianos não tem sabido tirar mais proveito dessa importante facilidade dada pelos Americanos.

OPEN SKIES" (CÉUS ABERTOS)
Apesar dos atentados do 11 de Setembro, como forma de procurar outras iniciativas para ajudar o desenvolvimento de África, os Estados Unidos assinaram um acordo com vários países africanos no sector do transporte aéreo.

Mais uma vez Cabo Verde foi beneficiado e os dois países assinaram o acordo “Céus Abertos” a 14 de Janeiro de 2003. E os Estados Unidos ofereceram a Cabo Verde, no âmbito desse acordo, equipamentos de segurança aeroportuária para os aeroportos do Sal e da Praia e ajudaram Cabo Verde a obter a Categoria I para o aeroporto Internacional do Sal por parte da exigente Administração da Aviação Federal dos Estados Unidos, (FAA).

O “Open Skies” é uma iniciativa muito boa porque permite aceder aos mercados americanos. E mais uma vez os países africanos comtemplados não têm sabido tirar proveito de mais uma facilidade dada pela administração Bush.

PLANO DE EMERGÊNCIA DO PRESIDENTE DE AJUDA À SIDA (PEPFAR)
O programa PEPFAR foi lançado pela administração Bush em 2003 para apoiar o tratamento de 2 milhões de pessoas infectadas com o HIV, ajudar a prevenir 7 milhões de novas infecções e ajudar a cuidar de 10 milhões de pessoas infectadas ou afectadas pelo HIV/SIDA até 2008 em 15 países alvo -- Botsuana, Côte d'Ivoire, Etiópia, Guiana, Haiti, Quénia, Moçambique, Namíbia, Nigéria, Ruanda, África do Sul, Tanzânia, Uganda, Vietname e Zâmbia e atingiu um valor recorde de ajuda em 5 anos (2003-2008) de cerca de 18.8 bilhões de dólares americanos.

Ainda antes do fim do programa, a 30 de Maio de 2007 o ainda presidente americano anunciou que iria trabalhar com o Congresso para duplicar a dotação dos EUA no combate ao HIV/SIDA em todo o mundo para $30 mil milhões e autorizar de novo a legislação que criou o Plano de Emergência do Presidente de Ajuda à SIDA (PEPFAR).

O novo plano de Bush para o PEPFAR será continuar o tratamento, a prevenção e os cuidados do HIV/SIDA e aumentar as medidas para reforçar os sistemas de saúde e promover programas que tratam da malária, tuberculose, saúde materno-infantil, água potável, alimentação e nutrição, educação e outras necessidades.

O programa foi aprovado ainda em 2008 pelo Congresso e para os próximos 5 anos envolve verbas na ordem de 48 biliões de dólares beneficiando vários países africanos assolados pela pandemia do século.

RESUMINDO
Durante os oito anos da sua Presidência vários países africanos entre os quais Cabo Verde foram beneficiados com ajudas em áreas como cooperação militar, ajuda pública ao desenvolvimento (A Corporação do Desafio do Milénio (MCC), combate a doenças (HIV/sida e malária - com o Plano de Emergência do Presidente de Ajuda à SIDA ), protecção da democracia e boa governação. O que nos leva a concluir que Bush fez muito para que o continente berço da Humanidade podesse crescer em termos económicos, políticos e sociais.

Se olharmos para a História e os factos de uma forma desapaixonada, os africanos deverão estar satisfeitos com a administração Bush em relação a Africa ao contrário da Europa que mesmo sendo potência colonizadora, (os Estados Unidos nunca foram potências colonizadoras) tem deixado Africa abandonada a sua sorte.

E do futuro Presidente Barack Obama e sua Secretária de Estado, H. Clinton espera-se a continuidade das políticas positivas da administração Bush e uma atenção ainda maior ao continente Africano.

Fonte: Várias Agências do Governo dos EUA
Norberto Carvalho Silva - Rádio Atlântico@hotmail.com

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