segunda-feira, 1 de junho de 2009

Crise internacional baixa preço do caju


O preço da tonelada baixou 100 dólares (cerca de 74 euros), devido a dificuldades financeiras O preço da tonelada da castanha de caju em bruto exportada de Moçambique para a Índia baixou 100 dólares (cerca de 74 euros), devido a dificuldades financeiras dos importadores, indicou hoje o Instituto Nacional de Caju de Moçambique.
Segundo o director-adjunto do Instituto Nacional de Caju de Moçambique (INCAJU), Raimundo Matule, a castanha em bruto moçambicana é agora exportada por 600 dólares (442 euros) a tonelada.

Em 2008, antes dos efeitos da actual crise financeira internacional, era vendida a 700 dólares (515 euros) para a Índia, o único importador da castanha em bruto produzida em Moçambique, declarou Raimundo Matule, em declarações à Agência Lusa.

“Os importadores indianos estão a pagar menos aos produtores moçambicanos. Eles estão em dificuldades para conseguir financiamentos”, justificou o director-adjunto do INCAJU.

Raimundo Matule adiantou que as exportações da castanha em bruto para a Índia vão reduzir de 20 mil toneladas, alcançadas em 2008, para 15 mil este ano, devido à diminuição da procura.

Também as exportações da amêndoa da castanha moçambicana, vendida na Europa e nos EUA, vão registar uma contracção e será difícil atingir os 15 milhões de dólares (mais de 11 milhões de euros) previstos para este ano, assinalou Raimundo Matule.

“Tínhamos projectado arrecadar este ano 15 milhões de dólares com as exportações da amêndoa. Ainda não temos uma avaliação sobre a redução desse volume, mas temos dúvidas”, acrescentou Matule.

Em 2008, as exportações da amêndoa da castanha de caju renderam ao país 12 milhões de dólares (cerca de nove milhões de euros).

Apesar das dificuldades que o mercado internacional da castanha de caju enfrenta, devido à crise internacional, o INCAJU mantém como “realista” o objectivo de relançar Moçambique para a posição de potência industrial na castanha de caju processada, atingindo nos próximos cinco anos o pico de 50 mil toneladas de castanha processada.

“Nos últimos anos temos conseguido entre 35 mil e 40 mil toneladas de castanha processada. Temos 23 fábricas, entre pequenas, médias e grandes, a empregar seis mil pessoas. Se a crise passar dentro de um ou dois anos, será possível relançar a indústria”, enfatizou Raimundo Matule.

Em 1999, a indústria da castanha de caju de Moçambique entrou quase em colapso. Para o governo, essa situação deveu-se à fraca competitividade da indústria moçambicana, mas outras correntes atribuíram a falência a uma desastrosa política no sector.
Esta semana em Abidjan, capital da Costa do Marfim, representantes dos países africanos produtores da castanha de caju alertaram para o descalabro da indústria do caju em África, devido à exportação de matéria-prima sem mais valia para os produtores.
LUSA 14 Maio 2009

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