segunda-feira, 15 de junho de 2009

Malária está a tornar-se resistente a drogas



CIENTISTAS internacionais e a Organização Mundial da Saúde (OMS) dizem ter encontrado evidências de que o parasita causador da malária está a tornar-se resistente às drogas consideradas hoje mais eficientes contra a doença. Segundo eles, essa resistência, verificada no oeste do Camboja, precisa ser contida urgentemente para evitar uma catástrofe global.


As drogas à base de artemesinina são as mais utilizadas no mundo contra a forma mais comum e mortífera da malária.



Normalmente, esses medicamentos são capazes de eliminar os parasitas da malária do sangue da pessoa infectada num prazo de dois a três dias.
Mas agora dois grupos de cientistas, trabalhando em pesquisas separadas, dizem ter encontrado evidências de que a eliminação dos parasitas estaria levando entre quatro e cinco dias entre os pacientes do oeste do Camboja.


Esse aumento do prazo para a eficácia da droga seria um sinal do aparecimento de uma resistência ao medicamento.


Segundo os especialistas, esse é um motivo para preocupação, porque gerações anteriores de drogas contra a malária tiveram o seu uso inviabilizado por conta da resistência iniciada nessa mesma região do mundo.


“Duas vezes no passado o sudeste asiático deu ao mundo um presente, inconscientemente, de parasitas resistentes a drogas, particularmente para a África”, afirma Nick Day, da Unidade de Pesquisas Médicas Tropicais de Oxford, um dos grupos envolvidos na pesquisa.


“Esse é o problema. Tivemos resistência à cloroquina e à sulfadoxina-pirimetamina (SP), ambas provocando uma grande perda de vidas no continente Africano. Se a mesma coisa acontecer outra vez, com a disseminação de parasitas resistentes da Ásia à África, isso terá consequências devastadoras para o controlo da malária”, diz Nick Day.


Ainda não está claro por que essa região se tornou berçário para a resistência às drogas anti-malária. Mas um dos factores poderia ser o facto de o sistema público cambojano ser bastante precário, para além de que o uso dessas drogas no país não é controlado.
Além disso, há muitas drogas falsas à venda, que contêm uma pequena dose dos medicamentos verdadeiros para enganar os testes. Isso também poderia levar à resistência.


Segundo a OMS, um milhão de pessoas morre ao ano por causa da malária. Crianças, particularmente em África, estariam sob o maior risco, com a morte de uma criança pela doença a cada 30 segundos, de acordo com as evidências de estatísticas.


Aproximadamente metade da população mundial, principalmente em países em desenvolvimento, está exposta à doença, transmitida por picadas de mosquito.


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