quinta-feira, 10 de abril de 2008

Gás natural exportado a preço irrisório

Moçambique continua a exportar a preço irrisório cerca de 95% do gás produzido no país, ou seja, o preço de concessão de gás é de cerca de 0,67 dólares o gigajoule, contra 4,50 dólares praticados no mercado internacional.

Por outro lado, os jazigos de Pande e Temane, em Inhambane, possuem enormes quantidades de gás natural, mas o país continua a sofrer os efeitos da subida dos preços de combustíveis no mercado internacional, situação que podia ser evitada se houvesse condições para a produção do gás de cozinha, o chamado GPL.

O que existe é apenas um estudo, recente, que indica que o nosso país está em condições de produzir até 35 mil toneladas de gás liquefeito de petróleo por ano, com base na separação de condensados de gás natural de Pande e Temane.

O ministro da Energia, Salvador Namburete, disse que, presentemente, consultores estão a realizar trabalhos de engenharia e de identificação de equipamentos necessários para a concretização de um projecto de produção de gás doméstico a partir do gás natural.
Namburete revelou que o consórcio Petromoc-Sasol “registou avanços significativos com vista a produção do GPL, o que fará com que o país poupe divisas na sua importação”. O que se pretende é mitigar os efeitos da subida do preço de combustíveis no mercado mundial, uma vez que o uso de gás natural na cozinha poderá sair mais barato para o consumidor.

Numa primeira fase, perspectiva-se uma produção máxima de 20 mil toneladas do GPL, o que supera o consumo actual do gás no país, estimado em 14 mil toneladas.
O ministro da Energia disse que o arranque do projecto está previsto para este ano, devendo ficar concluído em 2009, num investimento orçado em cerca de 20 milhões de dólares norte-americanos.

Entre as acções previstas no âmbito deste projecto figura a realização de estudos técnicos para avaliar a possibilidade de instalação de uma pequena refinaria para separar o propano butano do condensado de gás natural a partir do Centro de Processamento de Gás, já instalado na bacia de Temane.
Plano B para a solucao do gas.

Moçambique gasta anualmente cerca de 350 milhões de dólares na importação de combustíveis fósseis, montante que, segundo projecções do Ministério da Energia, poderá atingir os 700 milhões de dólares, dado que o preço do crude no mercado internacional continua a subir, cotando-se actualmente em mais de 100 dólares o barril.

Estudos recentes indicam que os jazigos de Pande e Temane têm um potencial de 2.1% de propano butano, o que significa que pode ser extraído gás doméstico em grandes quantidades. Com apenas 10% das actuais reservas de gás natural, podem ser extraídas mais de 35 mil toneladas de GPL por ano, quantidade suficiente para alimentar o mercado moçambicano.

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