quinta-feira, 22 de maio de 2008

Frangoulis “é traidor” e agiu “a mando de Ramaya e Gani”


Albano Silva contra-ataca e acusa
O advogado António Albano Silva acusou o antigo director da Policia de Investigação Criminal da Cidade de Maputo e investigador principal de «Caso Cardoso», Dr. António Jorge Frangoulis, também jurista, de ser “traidor” e agir nos processos “a mando de Vicente Ramaya e Abdul Gani”. Vicente Ramaya é constituinte do advogado Abdul Gani. Nem um nem outro fazem parte do processo cujo julgamento está a decorrer em primeira instância. Albano Silva falava, ontem, na audiência, no Comando Geral da Polícia da República de Moçambique, em Maputo, no contexto do julgamento de um alegado atentado perpetrado contra a vida do causídico que é marido da Primeira-Ministra, Luísa Diogo.

O atentado que se pretende provar no caso que suscita o julgamento em curso, reporta-se a uma data anterior ao assassinato do jornalista Carlos Cardoso. O advogado Albano Silva entende que o seu colega António Frangoulis, presentemente deputado pela Bancada do Partido Frelimo na Assembleia da República, depois de ter sido exonerado do cargo de investigador principal do assassinato do jornalista Carlos Cardoso, agiu como traidor do regime político ao manifestar o seu arrependimento por ter acreditado nos depoimentos de Osvaldo Muianga (Dudu) sobre a realização das propaladas reuniões conspiratórias no Hotel Rovuma. “O Dr. Frangoulis substituiu a defesa desta associação criminosa ao desacreditar as declarações de Dudu”, afirmou Albano Silva, visivelmente nervoso, para, depois, acrescentar que o Tribunal Judicial da Cidade de Maputo deveria ter prescindido de ouvir António Frangoulis em virtude deste ter participado activamente nas investigações do "Caso Cardoso" e do alegado atentado à sua vida. Para Albano Silva, o antigo director da Policia de Investigação Criminal na Cidade de Maputo, António Frangoulis, deveria duvidar das revelações de Nini Satar incriminando Nyimpine Chissano, filho do antigo presidente da Republica Joaquim Alberto Chissano.

Antecedentes
Nini Satar está a cumprir pena maior por ter sido considerado um dos mandantes do assassinato do jornalista Carlos Cardoso. Há dias, ao ser ouvido pelo Tribunal que julga o alegado atentado contra Albano Silva, António Frangoulis fez acusações que chocaram o País.
O antigo director da P.I.C Cidade, e principal investigador dos Casos “Cardoso”, e “Silva” revelou em sede de tribunal que Zacarias Cossa, Nataniel Macamo e Albano Silva visitavam Dudu na sua cela na cadeia Civil, com o intuito de o industriarem numa cabala contra o investigador. Zacarias Cossa era então comandante da Força de Intervenção Rápida e actualmente é o comandante provincial da PRM em Sofala. Nataniel Macamo era o porta-voz da PRM.

Aníbal dos Santos Júnior (Anibalzinho), um dos assassinos de Carlos Cardoso, revelara, em sede deste julgamento que decorre em Maputo, nunca ter participado das alegadas reuniões conspiratórias realizadas nas instalações do Hotel Rovuma supostamente para preparar o atentado que se alega ter existido contra o assistente particular do extinto Banco Comercial de Moçambique (ex-BCM), Dr. António Albano Silva. E a dada altura do seu depoimento acusou o então ministro do Interior, Almerindo Manhenje de o ter protegido e de ter sido ele, inclusivamente, a forçá-lo a fugir da cadeia por duas vezes quando já se encontrava detido para ser submetido a julgamento mediante acusação de ser um dos autores do assassinato do jornalista Carlos Cardoso. Aníbal dos Santos Júnior, que se encontra a cumprir duas penas maiores do grau máximo previsto na legislação moçambicana, pelo seu envolvimento no «Caso Cardoso» e no «Caso BCM», começou por declarar ao tribunal que tudo começou quando o réu Osvaldo Razako Muianga (Dúdu) o contactou alegadamente para que ele alugasse a sua luxuosa viatura Mercedes Benz à empresa Expresso Tours, uma sociedade entre Nyimpine Chissano (falecido o ano passado em Maputo), seu irmão Naite Chissano, e Apolinário Pateguana filho de um ex-governador provincial de Inhambane. Também confessou seu envolvimento no «Caso Carlos Cardoso» e disse: “Nyimpine Chissano contratou-me para matar Cardoso”.

Fonte: Alvarito de Carvalho e Redacção do Canal de Mocambique


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