sexta-feira, 9 de maio de 2008

Nini advertiu Silva sobre o perigo


Nini advertiu Silva do perigo mortal - diz Momed Chaid, declarante encarregue pelo réu de informar o advogado da existência de gente pretendendo matá-lo
Momad Assif Abdul Satar, mais conhecido por Nini, advertiu Albano Silva sobre o perigo de perder a vida que corria e chegou a prontificar-se em ajudá-lo financeiramente a sair do país. A advertência foi feita, em 2000, através de Momed Chaide Abdul Carvalho, um cidadão com ligações familiares e empresariais com o advogado.

Falando, quarta-feira, como declarante no tribunal que julga o atentado contra Albano Silva, falhado quando o causídico investigava um rombo de 144 biliões ao falido Banco Comercial de Moçambique (BCM), Momed Chaid disse ter-se encontrado com Nini numa casa de câmbios, algures na Avenida 24 de Julho, cidade do Maputo. Na breve conversa, o réu quis saber como é que iam as suas relações com Albano Silva.
Após saber que os dois relacionavam-se bem, Nini disse ao declarante que o advogado corria sérios riscos de perder a vida, tendo acrescentando, segundo Momed Chaid, que ele estava em condições de ajudar-lhe no que fosse necessário até para sair do país.

Chaid disse que Nini não precisou a razão que punha a vida de Albano Silva em risco, tendo apenas falado da irritação de algumas pessoas ligadas à Procuradoria-Geral da República (PGR) gerada pelo envolvimento daquele advogado em alguns processos sérios que corriam na altura.
O declarante ajuntou que, mesmo não sabendo da seriedade ou não da informação de Nini, revelou o teor da conversa a Albano Silva, uma vez que para além de ser um cidadão é uma pessoa que conhece há anos e que é ainda seu compadre.



Momed Chaid assegurou conhecer a família Satar a partir de Nampula, onde todos residiam, e ao réu Nini desde criança, ajuntando ter-se dirigido à referida casa de câmbios da 24 de Julho, cujo nome não se recorda, para obter randes necessários ao tratamento médico do seu filho na África do Sul.

Fora da conversa à saída da casa de câmbios, o declarante voltou a encontrar-se com Nini no café do Hotel Polana, onde não mais tocaram no nome do advogado, tendo o diálogo se cingido sobre vários aspectos, tais como a saúde do seu filho, notícias de Nampula, de Maputo, entre outros.
Questionado sobre o estado de espírito de Nini nesse dia, uma vez que o declarante o conhecia desde criança, Momed Chaid disse que o réu apresentava-se tranquilo e aparentemente bem disposto.

Ainda na quarta-feira, o tribunal esperava ouvir Momed Magid Gafur, outro declarante arrolado, mas, segundo o juiz Dimas Marrôa, não foi possível notificá-lo, apesar de algumas vozes garantirem que o cidadão encontra-se na cidade do Maputo.
Nini é co-réu de Aníbal António dos Santos Júnior (Anibalzinho), Ayob Satar, Fernando Magno, Osvaldo Muianga (Dudu) e Paulo Daniel (“Danger Man”), todos acusados de terem formado uma quadrilha para delinquir.
O julgamento foi, quarta-feira, interrompido, devendo ser retomado na segunda-feira.

Sexta-Feira, 9 de Maio de 2008:: Notícias


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