terça-feira, 20 de maio de 2008

UP estuda novo currículo para 2009


A UNIVERSIDADE Pedagógica espera concluir até finais deste ano o processo de reforma curricular que tem em vista a adequação do currículo de formação dos docentes às necessidades do mercado e, fundamentalmente, para que os quadros saídos das diversas escolas do país tenham uma aprendizagem sólida. Neste âmbito, quadros da UP e outros actores do sector estão reunidos desde ontem, em Maputo, para identificar os constrangimentos e encontrar consensos sobre o modelo de revisão e a forma que deve tomar o novo instrumento de docência.

Hildizina Dias, directora do Centro de Estudos de Política Educativas na Universidade Pedagógica, disse à nossa Reportagem que até Junho próximo deverão ter sido identificadas as questões de base que deverão nortear a elaboração do novo currículo, que deve estar concluído em Dezembro próximo.
Um trabalho preliminar de busca de elementos que nortearão o novo currículo já foi realizado, e neste momento está-se a discutir, num encontro mais alargado, que modelos, que práticas pedagógicas e organização curricular e modelo de estágios devem ser adoptados.
O novo currículo, de acordo com a nossa fonte, vai entrar em vigor de forma faseada a partir de 2009, e deverá ser o balanço das experiências acumuladas por aquela instituição durante as cerca de duas décadas de formação e adaptá-lo aos desafios que se colocam actualmente, como é o caso da sua adaptação aos sistemas de créditos académicos.


“O novo currículo responde as necessidades do mercado, mas tem que ser adaptado ao desenvolvimento sociopolítico e técnico e à conjuntura. O que estamos a fazer é adoptar um currículo que traga eficácia ao ensino nas nossas escolas”, disse a nossa fonte.
Aniceto dos Muchangos, convidado a apresentar a palestra de abertura, sob o título “Os Desafios da Mudança na Formação de Professores em Moçambique: Lições Apreendidas”, defendeu que não se deve ter medo das mudanças, porque fazem parte de qualquer sistema de educação, confrontado com os novos desafios da globalização.

Segundo Muchangos, o processo da introdução do novo currículo deve ser gradual, por forma a que não haja ropturas e que o efeito não seja contrário ao programado.
Para o orador, os modelos de formação não devem criar instabilidade, como aconteceu no passado, em que se formavam professores sem a devida equivalência. “Não podemos ter professores desmotivados, que não gostam do que fazem e a quem a sociedade confia o seu bem mais precioso, que são as nossas crianças”, disse.
Para Aniceto dos Muchangos, algumas coisas que estão a ser pensadas agora já o deveriam ter sido antes.

Concluiu que o professor tem de ser, de facto, o construtor activo da nova forma de viver, pensar e de agir que caracteriza a época actual, sendo por isso fundamental que todos os envolvidos na formação de docentes entendam que a situação mundial mudou não só na forma de como pensar, mas sobretudo, como fazer.
O encontro prossegue hoje, com a realização de sessões paralelas versando os desafios para o novo currículo na Universidade Pedagógica.

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