quarta-feira, 25 de junho de 2008

Falta de transporte transtorna utentes



A FALTA de transportes semicolectivos de passageiros, vulgo “chapa 100”, tem se registado com maior incidência, nos últimos dias na cidade de Maputo. O problema é muito acentuado nas horas de ponta, transtornando sobremaneira os utentes que em consequência, são obrigados a não cumprir as suas múltiplas obrigações. E devido à falta de explicação por parte da Federação Moçambicana dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO), algumas pessoas entrevistadas pela nossa Reportagem avançaram se tratar de uma crise provocada pelos próprios operadores.
Moradores de alguns bairros como Matendene, Zimpeto, Magoanine, Laulane, entre outros, contactados pela nossa Reportagem dizem ter vivido esta semana maus momentos devido à falta de transporte, a partir das suas zonas para diferentes pontos da capital.


Justina Langa, residente em Matendene, disse à nossa Reportagem que o problema de transporte faz-se sentir todos os dias, mas hoje (segunda-feira) a situação agravou-se bastante. “Cheguei na paragem pouco antes das 6.00 horas e agora são 6.45 só apareceu um carro”, disse Langa, acrescentando que “a falta de transporte na cidade de Maputo deve ser visto como uma emergência, porque milhares de pessoas estão a sofrer”.

Para Pedro Malate, um outro entrevistado, disse que o problema de transporte na cidade de Maputo é grave. Por isso, todos os dias é obrigado a fazer ligações para chegar ao seu local de trabalho.

“Estamos a passar maus momentos devido à falta de transporte na cidade de Maputo”, disse Malate, acrescentado que “fazer ligações não é fácil, porque não temos dinheiro para o efeito”.
Luís José, residente em Laulane, disse ao nosso Jornal que nas horas de ponta os “chapa 100” não chegam naquele bairro, daí que os utentes são obrigados a caminhar para Hulene Expresso onde aparecem, ainda que em número reduzido.
“A partir das 6 até 8.00 horas é quase impossível apanhar o “chapa” aqui em Laulane”, disse Luís José acrescentado que “o problema de transporte aqui no nosso bairro agravou-se quando a empresa Transportes Públicos de Maputo (TPM), retirou os seus autocarros que operavam na linha Laulane/baixa e Laulane/Museu”.

FEMATRO EXPLICA-SE
Entretanto, o presidente da Federação Moçambicana dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO), Rogério Manuel, contactado pelo “Notícias” disse que o sector privado está a retirar as viaturas nas rotas da cidade de Maputo para as colocar nas interdistritais e inter-provinciais, porque o valor cobrado por passageiro não compensa aos gastos.

“Estamos a retirar os nossos carros porque o Governo, através do Ministério dos Transportes e Comunicações, mostrou-nos que não é sério. A compensação dos “chapa” é feita com muitas dificuldades e como forma de intimidar os chapeiros, o Governo introduziu uma campanha de fazer auditoria nos “chapas”. Tudo isso é só para não pagar os subsídios de combustível”.

Sublinhou que “nós estamos a concorrer com a empresa dos Transportes Públicos de Maputo (TPM) que é subsidiada pelo Governo e sai à rua a praticar os mesmos preços com o “chapa”, mas nós não temos nenhum subsídio e ninguém nos ajuda a comprar os carros”.

A fonte disse que a falta de transporte na cidade de Maputo deve-se aos encurtamentos de rotas por parte de alguns automobilistas, como forma de colectar o dinheiro que lhe é exigido pelo proprietário das viaturas. Deve-se também à retirada de muitas viaturas nas rotas da cidade para as rotas interdistrital e interptovincial.

“Mesmo encurtando as rotas, o negócio de transporte na capital já não é rentável”, sublinhou o nosso interlocutor, acrescentando que “nos últimos dias é frequente vermos carros escritos vende-se, porque o proprietário da viatura já não aguenta operar naquela área e prefere abandonar a actividade”.

Fonte: Notícias

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