segunda-feira, 7 de julho de 2008

Dezoito milhões de USD para combater erosão



Praia da Costa do Sol

DEZOITO milhões de dólares é quanto o Governo precisa para dar corpo às acções de combate à erosão na zona costeira da cidade de Maputo. A ministra do pelouro da Coordenação da Acção Ambiental, Alcinda Abreu, disse à nossa Reportagem na Maganja da Costa, Zambézia, que o Banco Mundial vai participar de alguns estudos em curso visando solucionar o problema da erosão costeira que já ameaça engolir algumas infra-estruturas socioeconómicas.


Dentro das acções do Plano Nacional de Combate à Erosão o Governo pretende desenvolver infra-estruturas ambientais, nomeadamente o plantio de árvores, colocação de sacos de areia para travar a progressão da erosão, gaviões, muralhas, quebra-marés e o reflorestamento.
A ministra Alcinda Abreu fez saber que a situação da erosão costeira no país é um problema sério, apontando casos graves como a praia da Costa do Sol em Maputo, cidade da Beira, Madal, na Zambézia, que precisam de uma grande engenharia financeira, mas afirmou que o Governo continua a mobilizar recursos financeiros junto dos seus parceiros para viabilizar algumas acções tendentes a combater a erosão.
Entretanto, a ministra do sector da Coordenação da Acção Ambiental convidou as associações de ambientalistas a identificarem lacunas na Lei de Florestas, por forma a submetê-las às instituições competentes para possíveis emendas. O facto é que os ambientalistas representados pela Rede das Associaçõers Ambientalistas da Zambézia (RADEZA) afirmam que a Lei de Florestas não cobre determinados aspectos que poderiam contribuir para a preservação ambiental.

Um desses aspectos é a ausência de penalizações aos que fazem queimadas descontroladas. É por isso que a REDE das Associações de Desenvolvimento do Ambiente da Zambézia (RADEZA) solicita ao Governo e à Assembleia da República a aprovação urgente de uma lei sobre as queimadas descontroladas, por forma a evitar a destruição da biodiversidade e infra-estruturas sociais nas comunidades, tal como tem vindo a acontecer nos últimos três anos na província da Zambézia.

O director Executivo da RADEZA, Daniel Maula, disse que a concessão dos vinte por cento sobre as taxas de exploração florestal dada às comunidades locais, deve contribuir na conservação e controlo das florestais, mas os valores que recebem são aplicados na construção de infra-estruturas sociais como fontes de água, escolas e unidades sanitárias.
Sabe-se, no entanto, que as queimadas descontroladas são os principais responsáveis pelas mudanças climáticas no nosso país, segundo explicou a ministra para a Coordenação da Acção Ambiental, Lucinda de Abreu. A ministra afirmou que as queimadas descontroladas que são feitas pelas comunidades com vários objectivos constituem uma grande ameaça para a biodiversidade e destruição de infra-estruturas nos locais onde elas são feitas.

Para contornar este problema, Lucinda de Abreu disse que é necessário introduzir no sistema de Educação uma cadeira curricular que trata de questões ambientais, na perspectiva de moldar a atitude das gerações perante o novo cenário de efeito estufa e degradação ambiental.
Entretanto, na província da Zambézia são três os distritos que lideram a lista onde se registam muitos casos de queimadas descontroladas, nomeadamente Morrumbala, Mocuba e Mopeia. No primeiro distrito, ocorreram durante o ano passado vários casos de queimadas descontroladas que consumiram celeiros comunitários, residências e pontecas, inviabilizando a comunicação rodoviária para além do problema da biodiversidade.

Fonte: Jornal Notícias

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