quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Até finais deste ano: Cem carros utilizarão gás como combustível


Pelo menos 100 viaturas terão os seus motores convertidos até ao final do presente ano, passando a utilizar gás natural ao invés de combustíveis líquidos, tais como gasóleo ou gasolina, devido à progressiva subida dos preços destes no mercado internacional. Actualmente, existem dez viaturas circulando com base no gás natural, incluindo alguns autocarros dos Transportes Públicos de Maputo (TPM).

A conversão de motores a gasóleo ou gasolina para gás natural prende-se com o facto de este combustível gasoso ser extraído localmente e vendido a valores relativamente mais baixos que os líquidos, totalmente importados.

A conversão de mais noventa viaturas vai ampliar o campo de utilização do gás natural extraído nas reservas de Temane e Pande, ambas em Inhambane, uma vez que passará a ser grandemente usado no transporte, para além do sector industrial, onde já vem sendo aplicado desde o início da sua exploração.

Entretanto, o Ministro da Energia, Salvador Namburete, que revelou os números das viaturas a serem convertidas passando a usar gás natural, salientou que estes desenvolvimentos impõem responsabilidades acrescidas em aspectos relevantes daquele sector, especificamente no que se refere à segurança de pessoas e bens na operação de instalações de manuseamento de produtos petrolíferos.

Insere-se nessa perspectiva a realização, este ano, do seminário para a discussão do Regulamento de Segurança em Postos de Abastecimento como sendo uma das acções com vista a oferecer maior segurança no fornecimento de combustíveis.

Entretanto, o uso do gás natural no transporte rodoviário divide opiniões na sociedade havendo, por um lado, vozes pró e outras contra.

Num seminário sobre o assunto realizado na cidade de Maputo em Julho último, o director nacional adjunto de Transportes de Superfície, Taibo Issufo, afirmou que mais do que ser barato, limpo e seguro, o gás é preferível uma vez que Moçambique tem capacidade para produzir esta energia para todas as necessidades.

Acrescentou que a experiência do uso do gás natural nacional pelos Transportes Públicos de Maputo (TPM) e por outras pessoas singulares e colectivas mostra que é, de facto, possível minimizar os elevados custos da importação de combustíveis líquidos, através da utilização dos recursos internos.

Entretanto, Jair Adam, um dos dirigentes da Auto-Gás, entidade responsável pela distribuição de gás no mercado nacional, referiu que é preciso ter muita cautela, apesar de aquele combustível ter múltiplas vantagens.

Jair Adam explicou que “a conversão de uma viatura ligeira, que é a mais barata, custa um mínimo de 50 mil meticais, valor que pode adquirir uma outra. Mas é preciso ver que um litro de gasolina está a 41 meticais, mas quantidade equivalente de gás natural nacional está a quase metade daquele valor”.

Sabe-se que o Brasil e a Argentina conseguiram converter cerca de 20 por cento do seu parque automóvel existente para passar a usar gás no lugar do combustíveis líquidos. Noutros países conseguiu-se apenas converter cinco por cento das viaturas. Em ambos os casos, a fasquia é pequena.

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