quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Preços dos produtos básicos continuam insuportáveis

Continua altos os preços dos produtos de primeira necessidade nos diferentes mercados da cidade de Maputo, uma situação que aflige cada vez mais os consumidores. Sexta-feira passada, a nossa Reportagem escalou alguns mercados da urbe onde constatou aquele facto. O preço do arroz é o que mais preocupa, sobretudo depois que foi posta a possibilidade de o preço daquele cereal poder vir a baixar.


Há dias, o serviço informativo mensal do mercado mundial de arroz deu a conhecer que os preços mundiais do arroz baixaram em média 10 por cento em Julho devido ao aumento da oferta para exportação por parte dos países asiáticos.

É uma informação que foi bem acolhida, sobretudo no nosso país, onde nos últimos meses o custo do arroz tem aumentado de forma assustadora.

Na nossa ronda pelos mercados municipais do bairro 25 de Junho, Benfica, Malanga, Central e Janeth, soubemos que o quilograma de arroz varia entre 22 e 25 meticais. O saco do arroz de melhor qualidade está acima de 1000 meticais.

O quilograma de farinha de milho varia entre 22 e 24 meticais, enquanto que o quilograma de açúcar entre 21 e 25 meticais. A dúzia de ovos é comercializada entre 35 e 40 meticais e o copo de amendoim oscila entre oito e 15 meticais.

José Justino, vendedor do mercado 25 de Junho, explico, quando abordado pela nossa Reportagem, que os preços variam quase sempre. É uma situação que depende dos armazenistas que, por seu turno, são comandados pelo mercado internacional.

Porém, mesmo neste cenário garantiu que há procura dos produtos que comercializa visto que são essenciais para a vida. “As pessoas compram, mas devo confessar que houve tempos em que o negócio era lucrativo. Hoje as coisas são caras, mas a margem de lucro é pequena”, disse aquele vendedor.

Rosa Guilherme vende no mercado de Janeth. Segundo ela, vender já não é assim tão rentável, porque os produtos são bastante caros. Rosa não tem tido sempre o dinheiro que precisa para comprar os bens necessários para a revenda.

Na mesma ocasião ouvimos alguns consumidores. A maioria considera que o custo de vida está a aumentar na cidade de Maputo, situação que levanta uma série de situações desagradáveis na sociedade.

Paulo Reis vive no bairro Ferroviário das Mahotas. No seu entender, a carestia de vida é provocada por falta de políticas de produção ajustadas à realidade moçambicana. Na sua opinião, o Governo devia repensar na forma como as estratégias de combate à pobreza são concebidas, pois, caso contrário, a crise vai atingir picos desumanos.

Para ele, se o nosso país produzisse em larga quantidade e qualidade, o cenário não seria alarmante. “Veja que hoje não temos uma dezena de produtores de renome, daí que as importações continuam. Penso que é preciso mudar alguma coisa”, opinou o nosso interlocutor.

Para os grossistas, os preços continuarão elevados uma vez que os produtos que comercializam são importados. Alguns lojistas entrevistados na baixa da cidade de Maputo explicaram que não podem, por si sós, baixar os preços. Tal depende do mercado internacional.

Fonte: Notícias

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