segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Fundador da Comunidade de Santo Egídio considera país "modelo para África e para o mundo


O fundador da Comunidade de Santo Egídio, o italiano Andrea Ricarddi, elogiou hoje Moçambique como "um modelo de pacificação para África e para o mundo, apesar de persistirem problemas sociais motivados por conjunturas que se vivem no mundo".


Ricarddi apontou Moçambique como "um exemplo a seguir" por ter conseguido sair com sucesso em 1992 de "um cansativo" conflito armado de 16 anos, afirmou quando falava hoje numa conferência de imprensa no âmbito de uma visita ao país para se inteirar do andamento dos projectos de luta contra a sida, desenvolvidos pela Comunidade de Santo Egídio.
"Quando se fala de processos de paz, após longos anos de conflito, Moçambique é sem dúvidas um modelo para África e para o mundo", enfatizou Andrea Ricarddi.
Para o fundador da Comunidade de Santo Egídio "é positivo que Moçambique viva hoje num ambiente de tolerância inter-racial e inter-étnica", apesar de ter estado mergulhado num "conflito duro", logo após a sua independência, em 1975.

Além da estabilidade política, Andrea Ricarddi realçou também os progressos sociais que Moçambique apresenta hoje, com sinais visíveis de "algum bem-estar" que não se viam nos tempos do conflito armado.
Para comparar a realidade que o país vivia durante a guerra e a que prevalece hoje, o fundador da Comunidade de Santo Egídio lembrou que "antes, o principal mercado de Maputo só tinha peixe seco nas bancas, hoje tem muito mais do que isso".

Segundo Andrea Ricarddi, os avanços no campo económico e social que Moçambique atingiu estão a permitir ao país sofrer menos o impacto negativo da crise internacional nos combustíveis e nos cereais.
A Comunidade de Santo Egídio foi determinante na aproximação e diálogo entre a antiga guerrilha da RENAMO, hoje o maior partido da oposição, e o Governo da FRELIMO, que resultou na assinatura do Acordo Geral de Roma, em Outubro de 1992, terminando a longa guerra civil moçambicana.

Hoje, a organização desenvolve em Moçambique o projecto DREAM, concebido para a luta contra a sida e que já permitiu que cerca de quatro mil crianças de mães contaminadas pelo vírus causador da doença nascessem livres da epidemia, graças a programas de assistência média do programa.
Também no quadro do DREAM, milhares de doentes da sida estão a receber tratamento anti-retroviral.

No extremo oposto em termos de estabilidade política, o fundador da Comunidade de Santo Egídio apontou o país vizinho de Moçambique, o Zimbabué, descrevendo a situação em que este país se encontra como "preocupante e caracterizada pela violação dos direitos humanos contra a oposição" ao Governo do Presidente zimbabueano, Robert Mugabe.

PMA.
Lusa/Fim

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