segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Campanha eleitoral Angolana marcada por violência e intimidação

Os actos de intolerância política de que a UNITA sempre se queixou, continuam a fazer vítimas no Huambo, mesmo em plena campanha eleitoral. A UNITA diz ter sido atacada por um punhado de indivíduos uniformizados com camisolas e bonés com dísticos do MPLA, no município do Londuimbali, mais propriamente nas localidades da Galanga e do Kipeyo, quando o partido do «Galo Negro» (UNITA) tentava conquistar a simpatia do povo, no âmbito da campanha eleitoral que decorre em todo o pais.

O coordenador provincial da campanha eleitoral da UNITA para a província do Huambo, Alcides Sakala, diz ser inconcebível que a poucos dias das eleições, num país que se quer democrático, se verifiquem actos de violência que podem afectar o ambiente político que o país está a viver.

Na comuna da Galanga, cerca de cem elementos, entre homens e mulheres vestidos com camisolas e chapéus do MPLA, usando pedras, paus e catanas, danificaram a viatura da delegação da UNITA e só foram dispersos com tiros disparados pela Polícia.

Na comuna do Kipeyo, numa altura em que a delegação da UNITA içava a bandeira do partido, no âmbito do processo de reimplantação que tem vindo a fazer em certas localidades, os membros desse partido ali presentes foram agredidos por elementos também afectos ao partido no poder.

Para Alcides Sakala, esses actos de intolerância política em si não podem estar alheios a uma eventual orientação superior das estruturas do partido no poder que incita quase sempre o povo à rebeldia, com os seus discursos que recorda sempre o passado, pese embora defender em público o espírito de reconciliação nacional.

Na capital provincial de Kwanza Norte, partidários da FNLA foram apedrejados por crianças de inocência duvidosa. «Não acredito que as crianças tenham agido espontaneamente», comentou o padre Bernard Duchêne, coordenador da Comissão Diocesana de Justiça e Paz. Segundo o mesmo padre, a FNLA teve dificuldades até para encontrar um local para celebrar publicamente o seu dia emblemático, o 15 de Março de cada ano. O responsável católico referiu as duas ocorrências aos microfones da Radio Ecclesia, como provas da continuação dos resquícios do passado conflituoso, ressalvando, contudo, a evolução registada.

Em Cabinda, o secretário provincial da UNITA, Francisco Chicomo, referiu que o MPLA convocou uma acção de massas na mesma aérea e horário que a UNITA, com mais antecedência, agendou para o início da sua campanha eleitoral, disse este responsável. E, explicitou Francisco, «cada vez que eu tomava a palavra, a aparelhagem adversa ao lado subia de volume para abafar a audição da minha mensagem». Esta actuação, comentou finalmente o responsável do Galo Negro no enclave petrolífero, «demonstra a prática de gente que não tem fair play» numa competição política.

(Redacção / Rádio Ecclesia / VOA )

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