O PRINCIPAL partido da oposição zimbabweana, o Movimento para a Mudança Democrática (MDC), venceu na segunda-feira (25/08/2008) com 110 votos contra 98 a eleição do presidente do Parlamento, num acto que coincidiu com a inauguração deste órgão máximo de poder legislativo zimbabweano saído das eleições de Março último.O director nacional do MDC, Lovemore Moyo, foi eleito presidente da Assembleia, derrotando o candidato de uma facção dissidente do partido, Paul Themba Nyathi.
Dos 208 votos expressos, Moyo obteve 110 e Nyathi 98, segundo o secretário do Parlamento, Austin Zvoma.
O MDC dispõe de 100 deputados de um total de 210, a ZANU-PF (União Nacional Africana do Zimbabwe - Frente Patriótica) conta com 99, uma facção dissidente do MDC tem 10 parlamentares, havendo ainda um independente.
Esta eleição constitui um fracasso para o partido do presidente Robert Mugabe, a União Nacional Africana do Zimbabwe - Frente Patriótica (ZANU-PF), que depois da derrota histórica nas legislativas de 29 de Março, está a tentar uma aliança com a facção dissidente do MDC. A escolha do presidente do Parlamento zimbabweano coincidiu com a cerimónia de investidura dos deputados da assembleia.
A tomada de posse só se realizou ontem devido a sucessivos adiamentos, desde logo decorrentes de várias semanas que o regime levou a confirmar a sua derrota nas legislativas e, mais tarde, devido à realização no final de Junho da segunda volta das presidenciais, num clima de violência generalizada e com o boicote da oposição.
Pouco antes da cerimónia de ontem, a oposição denunciou a detenção de dois deputados seus que se preparavam para entrar no recinto.
Segundo a oposição, a Polícia não referiu a razão das detenções ou o local para onde os deputados foram levados e acusou as forças de segurança de orquestrarem uma “estratégia deliberada para eliminar os deputados da oposição e derrubar a maioria no Parlamento”. A Polícia tem afirmado que procura sete membros da oposição acusados de envolvimento na violência que se seguiu às eleições.
A investidura aconteceu num momento em que não foi ainda conseguido um acordo sobre a partilha do poder executivo entre a oposição e o regime, estando o país privado de uma direcção clara, cinco meses depois da derrota histórica do poder nas eleições gerais de Março.
Fonte: Jornal Notícias
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