segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Moçambique projecta 300 mil toneladas de arroz


Moçambique vai dentro de um prazo máximo de três anos começar a produzir arroz em quantidades suficientes para satisfazer as necessidades de consumo nacional, estimadas em cerca de 315 mil toneladas por ano, segundo disse à AIM o Ministro da Agricultura, Soares Nhaca. “O objectivo do Governo é que dentro dos próximos três anos Moçambique atinja a cifra de 300 mil toneladas que correspondem às necessidades de consumo de arroz do país”, sublinhou o governante moçambicano. Ele realçou que este é um desafio que “nós temos de enfrentar”.


Nhaca referiu que as províncias de Maputo e Gaza, no sul de Moçambique, e Zambézia, na zona Centro, vão ser determinantes nos esforços para a redução do défice de arroz que o país regista neste momento, estimado em cerca de 315 mil toneladas.

“Nós esperamos que tanto o distrito de Matutuíne, na província de Maputo, como as outras regiões com enorme potencial para a produção de arroz, nomeadamente Chókwè, na província de Gaza e outras da Zambézia, aumentem as suas áreas de produção deste cereal, tendo em conta o facto défice”, frisou o titular da pasta de Agricultura.

Refira-se que no presente ano agrícola, o distrito de Matutuíne, o maior produtor deste cereal na província de Maputo, produziu arroz numa área de cerca de 600 hectares. “É uma área muito pequena para um distrito com um grande potencial para a produção de arroz”, realçou Nhaca.

Soares Nhaca disse ainda que o Ministério da Agricultura está a fazer esforços para que já na presente época agrícola Moçambique produza entre 20 e 30 mil toneladas de arroz, ao mesmo tempo que se preparam condições para a concretização do nosso objectivo de produzir cerca de 300 mil toneladas nos próximos três anos”.

De referir que cerca de 250 hectares destinados fundamentalmente à produção de arroz, estão disponíveis no regadio de Mucelo, distrito de Nicoadala, na Zambézia, reabilitado ao abrigo de um projecto financiado pelo Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), orçado em cerca de um milhão de dólares norte-americanos.

O regadio, cuja reabilitação contou ainda com fundos do Programa Nacional de Desenvolvimento Agrário (PROAGRI), permaneceu inoperacional durante vários anos, devido fundamentalmente à guerra terminada em 1992.

As autoridades governamentais moçambicanas pretendem que o regadio de Mucelo possibilite a produção de arroz em grande escala, com rendimentos que possam atingir as oito mil toneladas por hectare.

A reabilitação do regadio consistiu, essencialmente, na limpeza dos canais de irrigação e montagem de motobombas. A Associação dos Camponeses de Mucelo, principal utente do regadio de Mucelo, com mais de 60 membros, preparou mais de 230 hectares, para os associados e o sector familiar.

O regadio compreende cinco blocos. Especialistas indianos ensinaram aos camponeses locais técnicas mais rentáveis na produção do arroz, no âmbito da cooperação Sul-Sul (entre os países em desenvolvimento).

Em 2007, a produção de cereais em Moçambique foi estimada em cerca de 2.2 milhões de toneladas, (sendo 1.6 milhão de toneladas só de milho) 10 por cento mais do que em 2006. Apesar deste progresso, as autoridades estimam que o défice de cereais ronde as cerca de 500 mil toneladas, devido principalmente à escassez de trigo e arroz.

Em 2008, segundo projecções do Governo, a produção de cereais particularmente no sector familiar, deverá registar um crescimento de 8.6 por cento, atingindo a aproximadamente 2,4 milhões de toneladas.

Fonte: Zambezia Online 21-Jul-2008

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