O presidente angolano figura entre cinco estadistas africanos, queixados formalmente pela ONG “Transparência Internacional (TI)” por alegados bens imóveis possuídos em França.
A queixa entrou na Procuradoria de Paris na quarta-feira 10 de Julho corrente, segundo a agência ‘France-Presse (AFP)” reproduzindo um comunicado da referida organização de luta contra a corrupção.
Suspeita os alvos e respectivos séquitos de «desvio do dinheiro público em virtude das condições em que adquiriram tão importante património imobiliário em França».
Aponta, nomeadamente, além do presidente angolano, os congéneres do Gabão (Omar Bongo), da República do Congo (Denis Sassou Nguesso), da Guiné Equatorial (Teodoro Obiang) e do Burkina Faso (Blaise Compaore).
A AFP indica que se trata da segunda diligência do género por parte da TI, que esteve associada a duas ONG adicionais na diligência anterior, datada de Março do ano transacto.
A Procuradoria da República de Paris abriu um inquérito preliminar sobre a acusação inicial em polícia correccional.
Mas, em Novembro de 2007, decidiu parar com a indagação, estimando que as investigações não encontraram matéria de substância penal, ao desgosto das três ONG.
Na sua nova investida isolada, a TI requer que a sua denúncia não seja somente vista em correccional, mas mereça inclusive um processamento criminal.
«O objectivo é manter a pressão e o caso do património destes cinco chefes de Estado em França na mira da opinião pública», confessou, também, o comunicado da TI.
A queixa anexou o rol dos presumidos imóveis, respectiva ilustração e localização.
Só a Omar Bongo e séquito de familiares, enfatizou o despacho da AFP, é alegada a propriedade de 33 unidades de luxo.
Prematuro
Indagado sobre a notícia, o secretário de Estado francês para a cooperação, Alain Joyandet, achou prematuro avaliá-la já que o caso está entregue à justiça.
«É uma denúncia que está perante a justiça. A justiça foi formalmente requerida. Um membro do governo não tem que fazer comentários», respondeu este governante à AFP.
A denúncia anterior, acrescentou, foi indeferida «e vamos ver o que acontecerá com esta nova ».
«Se eu permanecer atento a tudo isso, não tenciono repisar em demasia num assunto que envenena as relações entre a França e os diferentes Estados», completou, em entrevista concedida à sua chegada anteontem a Malabo, capital da Guiné Equatorial.
O esforço de obter a reacção dos governantes angolanos ainda não resultou, pelo que o Apostolado pode voltar à carga sobre este novo dado, que arrisca debilitar outra vez o sensível relacionamento entre Luanda e Paris.
Fonte: Apostolado Angolabanda
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