DECORRE uma “revolução” nos Transportes Públicos de Maputo (TPM). Até há dois anos a empresa devia a diferentes parceiros cerca de 31 milhões de meticais. Hoje, o saldo é zero. A exígua frota de autocarros está a ser reforçada, prevendo-se que até Outubro a mesma atinja o lote de 100 novas unidades. Em função disso, novas linhas se desenham: Museu/Mozal e Baixa/Mozal vão ser realidade a partir da próxima segunda-feira.
Num futuro a breve ou médio prazo teremos rotas para "Matendene", "CMC", Mahotas, Matola-Gare e Kongolote.QUANDO a actual administração dos TPM tomou posse, há sensivelmente dois anos, herdou uma carteira de dívida corrente avaliada em cerca de 31 milhões de meticais, resultante do não pagamento a fornecedores e do incumprimento das obrigações fiscais. Quanto a obrigações fiscais, a empresa possuía uma dívida de cerca de 19 milhões de meticais, sendo cinco milhões de dívida real e o remanescente resultante de juros acumulados de 1999 a 2005.
Chamado a explicar como foi possível a liquidação da dívida, o administrador dos Transportes Públicos de Maputo, Artur Samuel Sitoe, disse que através de fundos gerados pela exploração, principalmente pelas receitas decorrentes do aluguer de autocarros e de receitas provenientes dos machimbombos de luxo, procedeu-se de forma gradual e contínua ao saneamento das mesmas.
“Actualmente, a dívida corrente situa-se na ordem de 0.39 milhão de meticais, isto é, próximo do zero. O pagamento destas dívidas permitiu a empresa alcançar o equilíbrio nas contas entre os anos 2006 e 2007, obter uma solidez financeira e estrutural, elementos essenciais para a continuação no desenvolvimento de numerosos projectos e permitiu a obtenção de novos financiamentos”, explicou o administrador Artur Samuel Sitoe.
A fonte destacou igualmente o financiamento da banca para a aquisição de autocarros visando o reforço da frota do transporte público urbano.
A empresa Transportes Públicos de Maputo tem vindo de há uns meses a esta parte a melhorar a sua frota, facto que permite, por um lado, a consolidação das linhas já existentes e, por outro, a abertura de novas linhas abrangendo, por consequência, zonas de aglomeração populacional.
LINHA DE BELULUANE COMEÇA NA SEGUNDA-FEIRA
O administrador dos TPM para o pelouro técnico, Silvestre Constantino, anunciou para o próximo dia 25 de Agosto (segunda-feira) o início da operação de carreiras para as linhas Museu/Mozal-Beluluane e Baixa/Mozal-Beloluane, usando a via portagem/Matola-Rio.
De acordo com a fonte, numa primeira fase serão destacados dois autocarros novos, prevendo-se que num futuro breve a frota seja reforçada.
Silvestre Constantino disse que trabalhos preparatórios com vista ao início desta operação já decorrem com a colocação de sinais indicando a terminal dos autocarros junto ao marcado da Mozal bem como de paragens no troço Matola-Rio e o mercado.
“Devo explicar que a abertura desta linha resulta do cumprimento do plano de expansão dos serviços de carreiras previstos pela empresa TPM, assim como das várias solicitações feitas pela população de Beluluane, pelas estruturas administrativas do posto da Matola-Rio que pretendem ver minimizado o problema da falta de transporte público fiável e economicamente acessível naquela zona”, explicou a fonte.O administrador Silvestre Constantino vincou nas suas explicações que a linha para Mozal-Beluluane tem a particularidade de beneficiar não só os residentes, como também utentes ao longo da auto-estrada da Matola, nomeadamente dos bairros Luís Cabral, Casa Branca, João Mateus e Matola-Rio. Referiu ainda que por esta via circulam também os autocarros que vão para Boane, cidade da Matola e Mahlampswene. Afirmou que consolidada esta via, a transportadora projectará uma nova linha para Mozal-Beloluane, usando para o efeito a via da Texlom.
Silvestre Constantino
30 DOS 100 PREVISTOS JÁ OPERAM EM MAPUTO
O administrador Constantino referiu, entretanto, que até Outubro próximo a empresa Transportes Públicos de Maputo vai receber 100 novos autocarros. Presentemente, segundo a fonte, 30 autocarros do lote previsto já se encontram a operar em diferentes linhas de Maputo.
Segundo a fonte, com a recepção de novos autocarros, os TPM pretendem reforçar cada vez mais a oferta nas linhas existentes e reabrir paulatinamente as que se encontram interrompidas desde há longa data por insuficiência de meios.
Até ao momento foram reabertas as carreiras número 18, Museu/Aeroporto; 24, Museu/Laulane; 27, Museu/Estádio da Machava; 26, Baixa/Praça dos Combatentes; e 33, Museu/Malhazine, as quais operam com maior frequência nas horas de ponta destacou o administrador técnico.
Por outro lado, mostrou-se satisfeito com a introdução, a partir de 28 de Julho último, da operação na linha da Catembe, estabelecendo as ligações entre a ponte-cais e a terminal denominada Dona Elisa.
A fonte salientou que existem linhas cuja abertura depende das vias de acesso. Tais são os casos dos bairros Matendeni, CMC, Mahotas, Kongoloti, entre outras. Quando as vias estiverem em condições os TPM começarão a operar, porque este é o compromisso que a empresa tem para com o público utente.
O administrador Constantino referiu, entretanto, que até Outubro próximo a empresa Transportes Públicos de Maputo vai receber 100 novos autocarros. Presentemente, segundo a fonte, 30 autocarros do lote previsto já se encontram a operar em diferentes linhas de Maputo.
Segundo a fonte, com a recepção de novos autocarros, os TPM pretendem reforçar cada vez mais a oferta nas linhas existentes e reabrir paulatinamente as que se encontram interrompidas desde há longa data por insuficiência de meios.
Até ao momento foram reabertas as carreiras número 18, Museu/Aeroporto; 24, Museu/Laulane; 27, Museu/Estádio da Machava; 26, Baixa/Praça dos Combatentes; e 33, Museu/Malhazine, as quais operam com maior frequência nas horas de ponta destacou o administrador técnico.
Por outro lado, mostrou-se satisfeito com a introdução, a partir de 28 de Julho último, da operação na linha da Catembe, estabelecendo as ligações entre a ponte-cais e a terminal denominada Dona Elisa.
A fonte salientou que existem linhas cuja abertura depende das vias de acesso. Tais são os casos dos bairros Matendeni, CMC, Mahotas, Kongoloti, entre outras. Quando as vias estiverem em condições os TPM começarão a operar, porque este é o compromisso que a empresa tem para com o público utente.
A VISITA DE PAULO ZUCULA
Quando o Ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, foi investido para estas funções, uma das primeiras medidas que tomou foi visitar os TPM para se inteirar do grau de funcionamento desta empresa pública e juntamente com os administradores procurar soluções para a crise dos transportes de que enferma a cidade-capital.
Em resultado dessa visita, realizada em Março deste ano, Paulo Zucula anunciou o reforço da frota dos transportes em 100 novas unidades. As tais que estão a chegar até Dezembro.
O ministro dos Transportes e Comunicações deixou na ocasião instruções no sentido de se implementar naquela empresa um plano estratégico visando o reforço de carreiras sobretudo nas horas de ponta.
“Nessa sequência introduzimos um novo turno de serviço das tripulações que trabalham especialmente nas horas de ponta para tentar aliviar as enchentes nas paragens. O impacto deste turno pode não ser ainda muito visível, porque ainda só recebemos 30 dos 100 autocarros previstos”, explicou.
O plano estratégico da empresa, orientado pelo ministro dos Transportes e Comunicações, aquando da sua visita, prevê, para além do reforço da frota de autocarros, alguns melhoramentos do ponto de vista infra-estrutural.
Por exemplo, todo o edifício-sede da empresa acaba de beneficiar de nova pintura, facto que não se verificava há mais de 30 anos. A empresa está a construir alpendres nas diferentes terminais dos autocarros. Tal facto já aconteceu em Marracuene, Boane, ACIPOL e brevemente em Nkobe.
O parque automóvel III está a beneficiar de vedação e pavimentação.
Neste momento, a empresa necessita de cerca de nove milhões de meticais para a reabilitação do parque de estacionamento da cidade da Matola. Tudo porque assim que os 100 autocarros estiverem em Maputo, os dois parques da cidade de Maputo não estarão em condições de os albergar. A empresa precisará também de equipamento para a lavagem automática dos autocarros.
“A lavagem è feita à noite e manualmente. Quando tivermos o número completo de autocarros a forma de lavar terá que ser automática. Por isso, precisamos desse equipamento”, frisou, avaliando tal maquinaria em cerca de seis milhões de meticais.
Mas nem tudo é mar de rosas nesta revolução dos TPM. Por exemplo, segundo o administrador para o pelouro técnico, a tarifa de cinco meticais não é suficiente para cobrir despesas decorrentes do funcionamento da empresa. Trata-se do pagamento da mão-de-obra, compra de peças sobressalentes e outros meios não desembolsáveis e, a somar a isso, os custos cada vez mais elevados do combustível. A empresa gasta em média por dia, nas actuais condições, cerca de seis mil litros de combustível e quando todos os autocarros estiverem em Maputo, os níveis irão aumentar para cerca de 15 mil litros por dia.
POPULAÇÃO NA EXPECTATIVA
Obrigado, TPM! Foi com estas palavras que as autoridades locais e a população em geral de Beluluane-Mozal agradeceram à empresa dos Transportes Públicos de Maputo pela iniciativa de abrir uma linha para aquela zona.
As nossas fontes disseram que a abertura da linha para o bairro vai aliviá-las da pressão que vinham sofrendo para se deslocarem de e para as cidades de Maputo e Matola e vice-versa, devido à falta de transporte.
O chefe do posto administrativo da Matola-Rio afirmou em breve contacto com a nossa Reportagem que a população de Beluluane não vê a hora da abertura da linha, tendo em linha de conta que a dor de cabeça é grande quando alguém pensa em deslocar-se à cidade.
“Um obrigado do fundo do coração de todos os residentes de Beluluane, esperamos que a linha seja consolidada e que outros bairros quer na Matola quer em Maputo sejam abrangidos pela iniciativa dos TPM”, frisou o interlocutor.
Em Beluluane funciona uma Escola de EP2 (Nelson Mandela) e também uma do EP1 (Armando Guebuza). Alguns dos alunos que frequentam estas instituições são residentes de diferentes bairros das cidades de Maputo e Matola e que doravante se sentirão aliviados com a introdução dos transportes naquela linha.
Mateus Matola, um ancião que mensalmente se desloca para a cidade de Maputo à busca da sua pensão de reforma, indicou, em contacto com a nossa Reportagem, que chegou a hora de dizer adeus ao sofrimento por causa dos transportes.
“Na idade em que me encontro (78 anos) estou protegido por lei para poder viajar nos transportes públicos sem pagar. Nos transportes semicolectivos, para além da correria a que estava sujeito tenho que desembolsar 7,50 meticais de ida e outros 7,50 meticais de volta. O meu bolso está sempre a reclamar. Nunca tilinta, porque as moedas são sempre para o transporte. Agora estamos todos aliviados. Nós, anciãos, adultos, jovens e crianças”, frisou.
Fonte: Jornal Notícias
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