segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Estranha doença na RAS sob monitoria nacional

A evolução de uma estranha doença, que recentemente provocou a morte de quatro pessoas na África do Sul, está já a ser monitorada pelas autoridades nacionais de Saúde, tendo em conta os milhares de moçambicanos residentes naquele país e ao intenso movimento migratório nas fronteiras entre os dois Estados.


Uma nota do Ministério da Saúde (MISAU) recebida ontem na nossa Redacção informa que, porém, as actividades comerciais e viagens entre os dois países vizinhos devem decorrer normalmente. Recomenda-se, no entanto, a todos os cidadãos “que qualquer caso suspeito de doença que apresente febre de início súbito e hemorragia em alguma parte do corpo deve ser dirigido de imediato à unidade sanitária mais próxima”.

A doença e a sua provável origem são ainda desconhecidas, mas na terça-feira, especialistas sul-africanos aventaram a hipótese de tratar-se de febre hemorrágica do “Congo-Crimeia”.

A primeira vítima da provável febre hemorrágica do “Congo-Crimeia” foi uma sul-africana que exercia a profissão de guia turística na Zâmbia, e que foi admitida na clínica de Morningside Medi a 12 de Setembro, tendo falecido dois dias depois. Um paramédico zambiano, que acompanhou a vítima num voo especial entre Lusaka e Joanesburgo, viria a ser igualmente admitido oito dias depois, com sintomas semelhantes, tendo morrido na semana passada.

A terceira, foi uma enfermeira que tratou a primeira vítima, tendo morrido logo a seguir, em resultado da mesma doença, que produz sintomas semelhantes aos de uma gripe, na sua primeira fase, e posteriormente da febre hemorrágica.

Segundo as autoridades sul-africanas, as outras pessoas que estiveram em contacto com as vítimas mortais encontram-se em enfermarias isoladas de dois hospitais de Joanesburgo, com o objectivo de monitorar o seu estado de saúde, não sendo ainda conhecidos os pormenores sobre o seu estado clínico.

Amostras de tecidos das vítimas foram já enviadas para os laboratórios sul-africanos e também para o Centro de Controlo de Doenças (CDC) em Atlanta, nos EUA, dada a necessidade de se confirmar as suspeitas e a origem da misteriosa e mortífera doença, segundo informações do Departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde da África do Sul. Os resultados dos testes só serão conhecidos na próxima semana.

As suspeitas de que a doença possa ser febre do Congo têm a ver com o facto de a primeira vítima apresentar sinais de picadas de carraças, algo associado à propagação daquela epidemia.

A doença não é transmitida pelo ar, mas por contacto com fluidos corporais, pelo que o risco de propagação é reduzido.

Por sinal, os outros países da região também começam a alarmar-se com o mal, tendo o Zimbabwe, por exemplo, colocado equipas médicas especiais em estado de alerta máximo, segundo o respectivo Ministro da Saúde, David Parirenyatwa, citado ontem pela PANA.


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