segunda-feira, 6 de outubro de 2008

No fim do Ramadão: Muçulmanos apelam à preservação da paz


UM ambiente de festa e de apelo à preservação de paz marcou ontem o fim do Ramadão, num ano em que os muçulmanos vinham observando o jejum desde 1 de Setembro. Com a tolerância de ponto concedida pelo Governo, foi possível que, logo pela manhã, os muçulmanos se concentraram nas mesquitas e noutros locais de culto, para partilharem aquele que constitui um dos momentos mais importantes da sua vida.
Nas mesquitas por nós visitadas, as principais mensagens chamavam ainda a atenção para que haja mais empenho profissional e respeito mútuo, uma vez que só dessa forma será possível combater a fome e promover o desenvolvimento do país.

Na verdade, para muitos dos dirigentes desta comunidade, a luta contra os principais males pode ser vencida caso cada muçulmano dê a sua parte, afastando atitudes negativas que possam pôr em causa a tranquilidade colectiva.

Numa mensagem distribuída à Imprensa, a Comunidade Mahometana apela ao seus fiéis para que continuem com o espírito de encher as mesquitas, de modo a renovar permanentemente a fé.

“Moçambique está cada vez mais a caminhar na senda do progresso e bem-estar e vai o nosso Dúab para que Allah afaste todas as calamidades e ajude o Presidente da República, Armando Guebuza, e o nosso Governo, a levar este barco a bom porto. Pelo esforço que Sua Excelência Senhor Presidente da República tem desenvolvido em prol do país, vão as nossas preces para que Allah lhe dê muita saúde e longa vida e que Moçambique se transforme num lugar seguro e desenvolvido”, disse.

Segundo ele, é importante que a Comunidade seja parte do desenvolvimento que está em curso no país, trabalhando em conjunto ou em iniciativas particulares.

Tomou a oportunidade para revelar que, graças ao espírito de promoção do bem-estar, a Comunidade está em franco crescimento, havendo novos projectos para beneficiar muçulmanos e não só.

“A Escola da Comunidade conta hoje com 1600 alunos e 60 professores. Assinámos um protocolo com a Universidade Eduardo Mondlane, sendo que na nossa Escola um bloco será a Faculdade de Comunicação e Jornalismo da maior universidade pública do país”, precisou.

A par das iniciativas referidas, a Comunidade conta com outros projectos, como a construção de uma clínica médica e “Mayaat Khanna”, dois aspectos fundamentais no dia-a-dia dos muçulmanos.

Consta que serão construídas mais casas nos bairros para beneficiar as pessoas necessitadas, tendo em conta que a falta de habitação é uma das preocupações da população.

Para o vice-presidente do Conselho Islâmico de Moçambique, Abdul Carimo Sau, é preciso recordar que o Ramadão é um momento único e que todos merecem festejar alegremente. “Estamos a festejar normalmente. Esperamos que em todo o território haja confraternização tranquila”, disse.

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