segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Filmes lusófonos disponíveis na Internet a partir de 2009


O director do Instituto de Cinema e Audiovisual de Portugal, José Pedro Ribeiro, anunciou esta quinta-feira, em Luanda, o lançamento em 2009 de uma plataforma de distribuição de filmes lusófonos na Internet, visando permitir que os profissionais da comunidade mostrem as respectivas produções com mais regularidade.

O responsável, que falava à margem do terceiro Ciclo de Conferências do Festival Internacional de Cinema de Luanda (FICLuanda), explicou que os trabalhos podem ser disponibilizados gratuitamente ou mediante pagamento de direitos de autor.
"Vamos disponibilizar uma plataforma de Internet para os detentores dos direitos poderem colocar as suas obras, dando a possibilidade a qualquer cidadão, de qualquer parte do mundo, de fazer o download e visualizar o filme, a troco de um pagamento que fica previamente estabelecido com o detentor dos direitos", explicou.

Com essa iniciativa, precisou José Ribeiro, a sua instituição conta criar uma espécie de portal cinematográfico gratuito, que considera "uma nova forma de difusão", em que as condições de cedência e acesso aos filmes serão determinadas pelos legítimos autores.
Disse estarem a ser criadas, a nível do Instituto, as condições técnicas para a entrada em funcionamento do portal, no qual manifesta o interesse de ver adicionados filmes de toda Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

"Gostaríamos muito que fosse o mais aberto possível. Estamos ansiosos em receber conteúdos dos diversos titulares dos direitos dos países da CPLP, para poder integrar esse projecto. É nossa vontade que o mesmo seja aberto a todos, para que a cinematografia da comunidade seja mostrada a todo mundo", acrescentou.

Sobre os financiamentos prestados a realizadores e produtores dos países africanos, José Ribeiro disse estar a ser desenvolvido, desde o ano 2000, um programa de fomento à cooperação com a CPLP, que visa apoiar longas-metragens de ficção.
De igual modo, informou, iniciaram em 2004 um outro projecto de intercâmbio no domínio da formação, virado aos documentários, que já permitiu, com apoio da RTP, a produção de documentários de vários países africanos.

"Isso foi bastante enriquecedor, mas continuamos a procurar melhores soluções, para que sejam produzidos mais obras e conteúdos audiovisuais", expressou.
Ainda em relação ao intercâmbio, o responsável aconselhou os profissionais de cinema de Angola a participarem de um concurso de apoio às co-produções, iniciado em 2000, que permite aos realizadores lusófonos apresentarem os seus projectos regularmente.

Esse programa, explicou, é administrado pelo Instituto de Cinema de Portugal, com o qual já foram apoiados profissionais como Flora Gomes e Zezé Gambôa.
"A ideia é fazerem uma co-produção entre um produtor português e outro de um dos países da CPLP, que seja efectuado por um realizador desses países. São essas as condições. É tudo através da internet e fácil de aceder", esclareceu.

Lamentou o facto de grande parte dos cineastas e realizadores de Angola não estarem informados sobe este e outros projectos da sua organização, razão porque prometeu fazer diligências juntos das autoridades ligadas ao cinema angolano e ao Ministério da Cultura, em geral, no sentido de haver melhor conhecimento dessa realidade.

Anunciou para 2 de Janeiro de 2009 a abertura das inscrições para a próxima edição do concurso, sem se referir à data de encerramento das candidaturas.
Os temas a concurso podem ser livres e, ao vencedor, é atribuído o valor de 50 mil euros.

Fonte: Jornal de Angola

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