segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Incremento do movimento de navios: Nacala congestionado


O MOVIMENTO de navios está a aumentar nas últimas semanas no Porto de Nacala tendência que se prevê venha a manter-se ao longo do presente mês de Dezembro. Só na semana passada, o porto recebeu treze navios de grande calado, contra uma previsão inicial de nove, situação que levou a que algumas embarcações tivessem que aguardar ao largo esperando a sua vez para atracar.

O incremento do tráfego naquele porto, um dos maiores da costa oriental de África, está a impor uma mudança de atitude por parte do operador, o consórcio Corredor de Desenvolvimento do Norte - CDN, que procura formas de garantir o rápido manuseamento da carga e consequente entrega aos clientes em tempo útil, de modo a criar espaço para uma maior rapidez na entrada de navios que aguardam no alto mar.

Fontes ligadas às operações no Porto de Nacala disseram ao “Notícias” que uma das causas da demora no processo de carga e descarga dos navios é a fraca capacidade dos operadores.
“O problema é que os navios não só vêm descarregar como também carregam mercadorias de exportação, operações que levam tempo a ser executadas, acabando por fazer com que outros navios fiquem semanas no alto mar, à espera que chegue a sua vez para entrar no porto”, explicou a fonte.

O director executivo do porto, Agostinho Langa, disse que a maioria dos navios que atracam em Nacala transporta carga contentorizada. O terminal de contentores tem a capacidade para receber apenas dois navios simultaneamente, contra quatro do terminal de carga geral, situação que cria alguns embaraços no atendimento às embarcações que assim são forçadas a esperar no canal de acesso ao porto. Agostinho Langa explicou que no mês de Novembro, o porto manuseou mais de quatro mil contentores, quantidade que supera as metas que a empresa estabelecera para aquele período.

Segundo soubemos, o movimento de navios no Porto de Nacala poderá aumentar nos próximos tempos, tendência que será favorecida pela industrialização do Malawi, potencial utilizador daquele sistema ferro-portuário, que tem um plano de importar 60 mil toneladas de trigo por ano, além de clinker em quantidades não especificadas, para alimentar a indústria de produção de cimento.

O minério de ferro descoberto nos jazigos do Gilé, na Zambézia, e Lalaua, em Nampula, será escoado através do Porto de Nacala para diferentes mercados pelo mundo fora.
A fonte referiu, igualmente, a dificuldades financeiras que a empresa Navique enfrenta, situação que ditou a retirada de navios de cabotagem que agora procuram alternativas para escoar as suas mercadorias.

“Aí vamos assistir à chegada ao Porto de Nacala de um número maior de navios internacionais transportando mercadorias nacionais, sobretudo a cerveja e outras a partir de Maputo, para abastecer o mercado regional”, explica.

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