segunda-feira, 9 de março de 2009

Rubi extraído no Niassa vendido na Europa e Ásia


QUANTIDADES não especificadas de minérios roubados na província do Niassa, dentre os quais o rubi, estão a ser exportados ilegalmente para o mercado externo, lesando, o Estado em avultadas somas em dinheiro.
Esta informação foi avançada ontem, pela Ministra dos Recursos Minerais, Esperança Bias, que em parceria com a Polícia da República de Moçambique (PRM) e a Autoridade Tributária, realizaram ontem em Maputo um seminário de capacitação envolvendo quadros dos seus pelouros, para encontrar uma solução conjunta no combate ao garimpo ilegal.

De acordo com a governante, a exploração ilegal do rubi está a acontecer numa das localidades do distrito de Mavago, no Niassa, donde grandes quantidades do minério são retiradas e direccionadas para países europeus e asiáticos, passando primeiro por Tanzania. O referido minério é usado na joalharia para o fabrico de pedras preciosas.

Segundo Esperança Bias, o que se pretende é encontrar um mecanismo para travar essa prática ilegal, de modo a que os benefícios recaiam aos moçambicanos. O minério ora explorado de uma forma desordenada é tido como sendo de boa qualidade e nas indicações deixadas ontem está a ser vendido a um preço baixo ao que é praticado no mercado.

“Neste momento temos equipas de peritos no terreno para apurar se a zona descoberta e em exploração em Niassa é de pequena ou grande dimensão, de modo a se avançar com medidas concretas. Caso seja uma área extensa por explorar, podemos declará-la como sendo uma reserva e com regras claras para o seu uso. Por enquanto é difícil dizer com exactidão quanto é que este produto vale no seu todo” – explicou a ministra dos Recursos Minerais.

A mesma dificuldade de quantificar o produto e o seu valor foi expressa pela ministra quando questionada sobre as quantidades de outros minérios anualmente extraídas e exportadas ilegalmente no território nacional, sublinhando apenas que o que está sendo encontrado nas mãos dos ilegais é muito e vale boa quantia de dinheiro. Actualmente o país conta com cerca de 10 mil garimpeiros legais e filiados em associações.

“O facto de os garimpeiros terem se filiado em associações possibilitou um maior controlo da actividade, uma vez que reduziu muito a ilegalidade. Presentemente temos cerca de 58 áreas a serem exploradas em todo o país. Portanto, este encontro resulta da consciência do imperativo de harmonizarmos as nossas formas de actuação, por forma a garantirmos o cumprimento escrupuloso da legislação, condição necessária para a eliminação da actividade mineira ilegal” – disse.

O programa quinquenal do Governo define as linhas gerais para o desenvolvimento do sector dos recursos minerais, competindo ao Ministério dos Recursos Minerais a promoção e controlo das actividades minerais. Assim, o aproveitamento sustentável dos recursos minerais, bem como o controlo do tráfico ilegal, deve ser prioridade, por forma a promover o crescimento económico, eliminação da pobreza e elevação da qualidade de vida do povo, a protecção efectiva do ambiente, de entre outros.

notícias

Nenhum comentário: