segunda-feira, 18 de maio de 2009

Alegada sabotagem em Cahora Bassa - Um filme muito mal contado


Alegada sabotagem em Cahora Bassa - Um filme muito mal contado Qual é objectivo do grupo? HAARP Conversas com Friederike
Quatro estrangeiros de barco na albufeira do Zambeze em Tete não são necessariamente uma conspiração para sabotar a HCB (Hidroeléctrica de Cahora Bassa), mas a polícia moçambicana, aparentemente, assim não pensa e decidiu criar um “facto internacional” sem sequer se preocupar em contactar a direcção do empreendimento. O SAVANA desvenda aqui uma parte da rocambolesca estória dos “guerreiros etéricos”, mas esperam-se animados episódios nos próximos dias.


Ao que o nosso jornal apurou, o grupo sigilosamente detido durante 15 dias a partir do Songo - os guerreiros etéricos (etheric warriores) - tem várias páginas na internet onde profusamente anunciou a expedição para o rio Zambeze, local onde já havia estado em 2007. Na altura o grupo interrompeu a viagem em Kafue, na fronteira entre Zâmbia e Moçambique. O grupo em detenção, também identificado como “Orgonise Africa” é composto por Carlos Silva, um português ligado à hotelaria, George Ritschl, um arquitecto alemão vivendo na África do Sul, Tino Phutheso, antigo piloto militar do Botswana, e o sul-africano Joseph Aupa Ngusato, também identificado como “profeta”.

Com o título “want to come on our next Zambezi expedition April 2009” (queres vir na nossa próxima expedição ao Zambeze em Abril de 2009), George Ritschl anuncia em pormenor todo o plano da viagem. Do que soubemos, a partir dos blogues privados dos “guerreiros etéricos” e de outras fontes, os quatro elementos fizeram todo o percurso de carro em território moçambicano até ao Songo, viajando nun Land Rover Defender com a matrícula TH73GP (da África do Sul), rebocando um barco de borracha com dois motores fora de borda.
A fronteira no sul foi passada no início de Abril, repousaram em Vilanculos, tendo depois acampado na Gorongoza na noite de 9 para 10 de Abril. Antes de chegarem ao Songo, foram a Macossa colocar “os seus produtos”, pois um dos seus colaboradores descreve a zona “como um dos vértices diabólicos” do pentágono que tem vindo a trazer desgraças para a região, como o são as cheias e as secas. Ritschl diz que demoraram 18 horas a percorrer “estradas horrendas” até ao Songo, onde acamparam no Ugezi Tiger Logde, uma estância turística erigida na albufeira, a cinco quilómetros do paredeão da barragem da HCB.
Quando puseram o barco para rumarem ao Zumbo, os motores avariaram e os pistões griparam. Uma parte do grupo apanhou então o barco que liga semanalmente o Songo e o Zumbo através da albufeira. Segundo a polícia e declarações posteriores de Paulo Muchanga, o PCA da HCB, a detenção dos “guerreiros etéricos” ocorreu a 20 de Abril, no Zumbo, na extremidade oeste da albufeira, onde o grupo pretendia iniciar a actividade de “purificação” do vale do Zambeze. Entre os materiais que os “guerreiros” traziam havia um “interferidor de nuvens” destinado a provocar “boas vibrações” e melhorar os ciclos de chuvas e sólidos em forma cónica compostos por cristais, resina e fibra de polyester.
Na versão da polícia, os estranhos foram detidos sob acusação de aremessarem produtos estranhos na albufeira da HCB, com o propósito de danificarem a estrutura da barragem e as suas turbinas. A polícia disse também que foram recolhidas amostras na albufeira para análises laboratoriais em Maputo. Porém, soubemos que os resultados foram negativos e o Presidente do Conselho de Administração da HCB disse que a empresa está a funcionar normalmente.
Aparentemente, a operação policial não foi coordenada com a administração da HCB e Muchanga lamentou o facto da empresa não ter sido contactada para discutir o assunto, que está um enorme alarido na imprensa nacional e internacional. O SAVANA também apurou que os detidos estão a ser assistidos pelo advogado Hermínio Nhantumbo, habitualmente residente em Tete.
Escrito por Delsio Caba

Nenhum comentário: