terça-feira, 13 de maio de 2008

Namaacha recebe peregrinos

O TREZE de Maio, dia que se acredita da aparição da Nossa Senhora de Fátima, está já a movimentar a pequena vila fronteiriça da Namaacha, em Maputo, lugar que se torna tão pequeno quando chega esta altura. É que no fim-de-semana imediatamente a seguir a esta data os que professam a religião católica e não só, juntam-se no santuário da Namaacha para exaltar a fé e devoção a Deus, enquanto outros é apenas um momento para dar um passeio e contemplar a bela paisagem montanhosa de formação rochosa que predomina naquela região.

Por a data calhar numa terça-feira, a peregrinação ao santuário foi convocada para os dias 17 e 18 de Maio corrente, tendo como tema de reflexão “Maria, mãe da Divina Graça”.
Para o padre Américo Vilanculo, da paróquia Nossa Senhora de Fátima da Namaacha, a escolha deste lema surge da necessidade de chamar a todos os irmãos católicos e não só para uma reflexão sobre todos os problemas que enfermam a sociedade e chamar a fé do Senhor para abençoar a todos terrenos.

“Peregrinar é um convite de Deus, uma expressão de fé, um acto de louvor e intercessão. É também um momento de conversão e uma resposta ao pedido da Nossa Senhora, por isso é preciso que todos se emendem, que peçam perdão dos seus pecados e não ofendam mais a Deus que já está muito ofendido. Estamos a preparar o local que deverá acolher as cerimónias e esperamos que nos dois dias que vão durar as celebrações todas as pessoas se portem bem e não haja problemas de violência”, disse o padre Vilanculo.


Para permitir melhor acolhimento dos peregrinos, foram reabilitados os sanitários e no próprio dia deverão ser colocados depósitos de fornecimento de água potável, para além de que estarão posicionadas equipas de socorros para apoiar os peregrinos que se estiverem cansados e precisarem de alguma ajuda.

“Vêm pessoas de muitos cantos de Maputo e outras províncias, uns vêm de carros e outros a pé e alguns destes geralmente chegam em estado debilitado e precisando de socorro”, disse.
Em relação ao programa geral, padre Vilanculo disse que terá início às 13 horas de sábado com a concentração de todos os peregrinos, para as 15 seguir a solene via sacra, seguida de confissões e a celebração eucarística. Às 19.30 haverá a procissão de velas e às 21.30 o início da adoração. Para domingo está prevista a bênção com o santíssimo sacramento no santuário às 6.30 horas, enquanto que a celebração eucarística de encerramento da peregrinação acontecerá às 7 horas.

Fonte: Jornal Notícias



13 de Maio : Caminhar até ao Santuário da Namaacha não é para se divertir - convicção de arcebispo de Arquidiocese de Maputo, Dom Francisco Chimoio

NENHUM jovem pode deslocar-se, a pé, ao Santuário da Nossa Senhora de Fátima, na vila sede do distrito de Namaacha, a mais de 70 quilómetros da cidade de Maputo, tendo como objectivo final a diversão, defendeu ontem o arcebispo da Arquidiocese de Maputo, Dom Francisco Chimoio, quando entrevistado pelo “Notícias” à margem da cerimónia tradicional ao Santuário, precedida de uma peregrinação de religiosos provenientes das províncias do sul do país.

Trata-se de um evento que este ano decorreu sob o lema “Maria, Fiel Acolhedora e Portadora da Palavra”, numa altura em que se encerraram os 90 anos das aparições da Nossa Senhora da Fátima, em consonância com o Santuário idêntico localizado em Portugal.No entender do arcebispo, é, no mínimo, absurdo que haja jovens que possam sacrificar-se, percorrendo uma longa distância para, no final da viagem, já em Namaacha, realizarem actos que nada têm a ver com as actividades programadas pela Igreja Católica. “Eu ainda não vi nenhum jovem que veio aqui para se divertir. Todavia, quem viesse com esse propósito, perderia o seu tempo. Não é de esperar que não haja, mas eu ainda não encontrei um jovem que vem de Maputo a pé somente para se divertir. Penso que há muitos lugares para se divertir”, disse.
Arcebisbo da Arquidiocese de Maputo, Dom Frasncisco Chimoio

Para ele, um e outro jovem e que não esteja devidamente informado do que se pretende quando se vai ao Santuário pode limitar-se à diversão. Porém, na maioria fazem-se ao Santuário para rezar, reconciliar-se com o Senhor e purificar-se. “Quem vem para se divertir ainda não percebeu a mensagem, mas acredito que vai perceber, um dia”, sublinhou o arcebispo.

Entretanto, o antigo estadista moçambicano, Joaquim Chissano, que, com a sua esposa, Marcelina Chissano, participou naquela cerimónia, entende que participar na cerimónia como divertimento é, em si, “muito bom”. Tudo porque há muita coisa errada que os tais jovens poderiam estar a fazer, na cidade de Maputo ou noutros lugares, mas que, entretanto, preferiram Namaacha. “Certamente que ouvem a palavra que se transmite. Pode ser que o impacto não seja imediato, mas ao longo da sua vida a palavra vai ser construtiva”, apontou.

Durante os cultos, a Igreja Católica transmitiu mensagens de paz, compressão e reconciliação. “Queremos unirmo-nos e integrar o caminho daqueles que fazem a peregrinação como penitência, momento de oração e, sobretudo, como momento de reconciliação. Queremos passar este tempo como Maria, que soube acolher a palavra de Deus e fazê-la da sua vida”, disse Chimoio.

No seu entender, o que se procura é transformar a palavra em meio seguro para afirmar-se e lutar para o bem-estar ou contra os males que apoquentam a sociedade moçambicana. “Rezamos por todas as famílias moçambicanas e do mundo. Pedimos à nossa mãe para ser a protectora da nossa vida. Queremos continuar a anunciar a paz e o amor a todas as pessoas que teremos a sorte de encontrar ao longo da nossa vida. Essa é a possibilidade que cada um de nós leva para casa”, destacou.

No presente ano, mais de 15 mil pessoas participaram naquela cerimónia. De acordo com o comandante distrital da PRM, Gonçalo Mondlane, nada de anormal aconteceu, visto que desde há muito que a Polícia trabalha para garantir a paz, segurança e tranquilidade.

Fonte: Jornal Notícias, Maio de 2007::
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